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Edersen Lima

O segredo do cheque de Jalser


O segredo do cheque de Jalser

Há oito meses a procuradora chefe do Ministério Público Estadual, Elba Amarantes de Moraes, ingressou no Tribunal de Justisça com pedido de investigação contra o presidente da Asssmbleia Legislativa, Jalser Renier, e contra o ex-vice governador Paulo César Quartiero, para apurar suposto pagamento de suborno para que Quartiero renunciasse, e assim a Assemnbleia cassasse o mandato de dona Suely Campos, e Jalser assumisse o governo. Um cheque de R$ 500 mil de Jalser, encontrado dentro de uma mochila de Quartiero, é a prova do suborno, segundo a Polícia Civil.

O próprio PC Quartiero afirmou publicamente que renunciaria para "abrir caminho para que os deputados cassem a governadora". Ele renunciou porque sabia que era uma pedra nesse caminho, pois os deputados preferiam continuar com dona Suely do que tirá-la para por quem eles tinham menos confiança de manter o orçamento acima dos R$ 200 milhões.

Renunciando, Quartiero deixaria a porta aberta para que Jalser Renier assumisse o governo. E assim foi feito. Só que, após renunciar, uma denúncia anônima levou a Polícia Civil ao prédio da Vice Goernadoria e lá encontrou numa mochila dele, o cheque de R$ 500 mil assinado por Jalser Renier, que tratou de dizer que o cheque foi "plantado".

Mas tanto o cheque como a assinatura não foram negados por Jalser, que aliás, nunca, deu qualquer explicação de como um cheque seu no valor de R$ 500 mil foi parar na mochila de quem lhe beneficiaria com a possibildiade real de assumir o governo, e nem como ele teria todo esse dinheiro guardado em conta.

Quartiero disse que a operação da Polícia Civil foi ilegal pois partiu de uma denúncia anônima. Mas denúncias anônimas já ajudaram a Polícia a desvendar tantos crimes e a prender tantos bandidos. Elas, então, só valeriam para situações com outros, e não com deputado e ex-vice governador?

Passados oito meses, o processo está sob segredo de justiça. Sabe-se que ele esteve nas mãos do desembargador Leonardo Cupello, que passou a bola adiante por se considerar impossibilitado de julgá-lo. Não foi informado em que pé está essa ação e nem quem é o seu relator. Um mistério. Uma baita falta de transparência que envolve dois homens públicos. Que envolve suspeitas de que a derrubada do governo fora negociada com pagamento de suborno. E a sociedade ser privada de ter conhecimento disso tudo?

O papel da imprensa é o de informar, questionar e cobrar por fatos de interesse público. Numa democracia, pedidos de segredo de justiça podem evitar que inocentes sejam expostos, mas também pode proteger bandidos de que novas denúncias surjam.

Não se sabe quem pediu segredo de justiça. Esconder o andamento desse rolo contrasta com as posições de Jalser e Quartiero, que se dizem éticos e honestos. De homens dignos, se espera clareza de atos e posições. Mas como vemos, não dá para esperar a mesma clareza de Jalser, de Quartiero em relação ao cheque de R$ 500 mil.

Segredo de justiça, inevitalmente, levanta suspeitas de intenção de que as coisas caiam no esquecimento, pois sem informações, a imprensa não as divulga e as pessoas esquecem. Só que, isso depende do tipo de imprensa. E hoje, com as redes sociais cada vez mais participativas e questionadoras...

Nesse caso do cheque de R$ 500 mil de Jalser Renier encontrado com Quartiero, o segredo de justiça é anti-democrático, afeta a transparência que se espera de órgãos e homens públicos. E essa demora, essa lentidão de oito meses com o cheque na mão sem que nada tenha sido decidido e revelado, contrasta com os sêlos ouro que o Tribunal de Justiça vem recebendo. Isso, além de anti-democrático, é injusto com o cidadão que banca todos os custos para que se tenha uma justiça célere e pontual. 


Também esculachou o STF
Não foi só o filho Eduardo que falou santices sobre o STF, o próprio pai Jair Bolsonaro , em junho e julho passados, disse que os ministros do tribunal estão “legitimando a corrupção”, que suas decisões têm “envergonhado a todos” e sugeriu que não há isenção, mas sim um “péssimo exemplo”, no tribunal, e afirmou que iria ampliar o número de ministros, de 11 para 21, como forma de “dar um recado” ao Supremo.


Na mesma época
As afirmações de Bolsonaro contra os ministros do STF ocorreram em pelo menos dois momentos na pré-campanha eleitoral deste ano, em junho e julho passados, mesma época das declarações de seu filho. Em julho, durante uma palestra em um cursinho para candidatos a concursos públicos no Paraná, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) atacou o STF e disse que apenas um soldado e um cabo conseguiriam fechar o tribunal.


Crentes estão vacinados
Os evangélicos deram recado curto e grosso nas urnas. Não querem saber de pastores e babadores metidos em política. A Assembleia de Deus, a maior das seitas evangélicas de Roraima, não elegeu nenhum dos seus candidatos. Ficaram de fora o deputado fura olho Carlos Andrade, o líder pastor Izamar Ramalho, o seu filho Izamar Júnior, e o ex-deputado Frankembergen Galvão, que já tentou três vezes voltar à Câmara.


Sarcástico
O coronel Leocádio Menezes fez observação sarcástica de uma entrevosta do presidente da ALE, Jalser Renier, em sua página no Facebook. "O Jalser admite que Antônio Denarium é a solução para resolver a crise financeira que passa o Estado de Roraima. Renier falou que o Governo Federal é o único que pode resolver a crise, e que o próximo governador deve ser amigo e ter prestígio com o próximo presidente do Brasil. Analisemos: o próximo presidente do Brasil será o Bolsonaro, logo, quem tem prestígio com o Bolsonaro, quem é amigo dele, quem é do mesmo partido? Quem? Quem? Quem?
ANTONIO DENARIUM (17), GOVERNADOR DE RORAIMA!"


Recado para Denarium
Anchieta Júnior tem feito uma acusação grave contra o empresário Antônio Parima de sonegar do estado cerca de R$ 9 milhões por ano transportanto ilegalmente cachaça. Parima é braço direito de Antônio Denarium, e Anchieta acusa que Denarium eleito, anistiará Parima e mais seis empresários que juntos, somam quase R$ 200 milhões em dívida de impostos com o estado, segundo ele.

A acusação, repito, é grave, ainda mais tratando que é feita por um ex-governador que deve saber de muita coisa. Porém, numa espécie de vale tudo para se eleger, só agora resolveu falar ou revelar. 

Essa acusação de que Denarium irá anistar muitos empresários para, nesse bolo, incluir os seus amigos apoiadores devedores, tem corrido toda a campanha e Denarium não gastou tempo nenhum negando que irá abrir mão de quase R$ 200 milhões de gente que faturou, enriqueceu, aumentou patrimônio de casas, fazendas e carros, e não pagou os impostos que serviriam para saúde, para educação e para segurança.

Aqui vai um recado para Antônio Denarium: Eleitor nenhum do mundo, moço, elege alguém para ter carta branca para fazer o que lhe ter na telha. Elege para ele cumprir o que prometeu. Então, não acredito que, tirando essa meia dúzia de empresários que devem impostos para o estado e que apoiam Denarium, tenha gente que vai votar nele para ele abrir mão de quase de R$ 200 milhões para "pagar" o que seus amigos investiram na sua eleição.

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