- 03 de julho de 2025
Crise de esquizofrenia
A saída de Romero Jucá da liderança do governo no Senado, por discordar que a fronteira com a Venezuela continue a receber refugiados venezuelanos sem nenhum critério, diante do contingente que já extrapolou as condições do estado em recebê-los, gerou uma aparente crise esquizofrênica em seus adversários.
Sem condições
“Eu não tenho condições de defender Roraima, criticar o governo e ocupar o cargo de líder. Seria incompatível, eu não ficaria confortável. Entre o cargo de líder, o governo federal e o estado de Roraima e a população de Roraima que me elege e que eu tenho que defender, é claro que eu opto sem nenhuma dúvida pela população”, disse Jucá, que não rompeu com o presidente Michel Temer.
Reconhecimento
Quanto à confusão mental que parece ter abatido alguns adversários de Jucá, como Telmário Mota, que disse que o motivo do emedebista deixar a liderança governista é desculpa para não cumprir o enquadramento dos ex-servidores do ex-território. Telmário reconhece publicamente que Jucá é o responsável e articulador do processo que pode empregar mais de 10 mil pessoas no serviço público federal. Telmário não fala, há muito tempo, nada sobre o enquadramento desses ex-servidores porque a função dele nesse processo foi de mero carona. Quem acredita que, com o prestígio que ele tem em Brasília, ele faria o Romero Jucá fez?
Traições e puladas de cerca
Telmário falou que Romero tem o hábito de abandonar governos, ora, quem foi que abandonou Iradilson Sampaio depois que o então prefeito lhe deu tudo para se reeleger vereador em 2008? Quem nomeou um irmão e amigos no governo de Anchieta Jr., e depois saiu falando mal? Quem traiu Dilma Roussef no dia da votação do seu impeachment? Quem votou contra a ex-presidente em troca de uma diretoria nos Correios? Quem apoiou dona Suely Campos, e depois que o irmão foi demitido do Detran passou a fazer oposição meia-boca?
E isso sem falar em outras traições, em outras puladas de cerca.
E os que se calam?
Dizer que Romero Jucá saiu tarde da liderança é equivocado. Outros políticos ficaram em
partidos corroídos pela podridão do mensalão e do petrolão desfrutando o que podiam dos governos de Lula e Dilma. E não se vê ou ouve desses qualquer crítica, qualquer reconhecimento do quanto Lula, Dilma e o PT fizeram mal ao país.
Quem?
Acusar Romero Jucá de deixar a liderança com objetivo eleitoral por causa da crise migratória, me faz perguntar, que senador, deputado federal e candidatos ao Senado e à Câmara dos Deputados não estão usando essa problemática eleitoralmente, discursando o que o eleitor, cansado e afetado por essa crise, quer ouvir? Quem?
Cara-de-pau
Esse pessoal pode usar o combate à entrada de venezuelanos como plataforma eleitoreira porque eles são puros e dignos. Romero Juca deixar um cargo por coerência, é oportunismo. É muita cara-de-pau dessa gente ou como disse antes, coisa esquizofrênica.