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Edersen Lima

Chega de cumplicidade


Cai a máxima da omissão e da cumplicidade
A máxima de que, "em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher", caiu de vez por terra nesse fim de semana com a veiculação das imagens cruéis em que o biólogo Luís Felipe Monvalier agride com puxões de cabelos, socos, ponta-pés e empurrões, a advogada Tatiane Spitzer, sua mulher. Durante 20 minutos, Tatiane foi agredida, gritou, pediu por socorro, os vizinhos ouviram os gritos, mas preferiram a omissão e a cumplicidade da máxima citada acima. A Polícia acusa Luís Felipe de ter jogado a esposa do 4º andar no prédio em que moravam.


Consciências pesadas
As imagens causam revolta, constrangimento e vergonha, quando uma mulher, muito mais fraca e agredida, é humilhada e forçada a fazer o que não queria por imposição do marido, seu implacável algoz. É de se acreditar que todos os vizinhos que ouviram os gritos de socorro de Tatiane, depois de assistirem as imagens do sofrimento dela, se sintam envergonhados, tendo acusações em suas consciências. Um telefonema para a polícia ou mesmo, batidas na porta do apartamento de Tatiane, poderiam ter-lhe salvado a vida.


Quem faria isso?
Além de mostrarem o abuso e violência de Luís Felipe contra Tatiane, as imagens e o laudo médico pericial detonam a sua versão, de que ela se jogou. O laudo aponta "esganadura no pescoço". O vídeo mostra que ele, ao invés de chamar a ambulãncia, pedir socorro, tirou o corpo do local, limpou o sangue dela no elevador, trocou de roupa e fugiu.
Que pessoa, que diz que ama a outra, faria isso?


Feminicídio
Feminicídio, crime em que mulheres são assassinadas pela simples condição de ser mulher e assim ser vista como ser humano de submissão, e quando não se submetem à vontade do agressor, são "penalizadas" com a morte, é uma realidade no país há muito tempo. E isso ocorre em todas as camadas sociais devido em grande parte à conivência, cumplicidade, omissão da sociedade, e de leis rigorosas contra esses atos.


Em Roraima
Na ante-sala do feminicídio, está a agressão à mulher, o que traz a discussão para Roraima. O estado todo sabe da denúncia acompanhada com laudo do Instituto Médico Legal que a Procuradoria da República move contra o senador Telmário Mota, um homem conhecido por casos de ameaças e agressões físicas registradas em boletins de ocorrência, acusado de espancar violentamente sua amante, 40 anos mais nova que ele, e que afirma ter inciado "romance amoroso" com o senador, que é casado, um mês depois de completar 16 anos. O suposto espancamento teria ocorrido quando ela tinha 19 anos, em 2015.


Ameaça de morte
O laudo do IML aponta as agressões (socos, chutes e até dentada na orelha) alegadas pela vítima, que Telmário mota teria praticado por ciúmes dela. Em depoimento à Polícia Federal, ela informou que não foi a primeira vez que ele a agrediu, e que sofreu dele ameaça de morte caso o denunciasse.


Nem um pio
Roraima, apesar de ser governado por uma mulher, tendo ainda na chefia do Ministério Público Estadual, e na presidência do Tribunal de Justiça, duas mulheres, além de uma senadora e duas deputadas federais, assiste quieto, essas representantes da sociedade agirem iguais aos vizinhos de Tatiane Spitzer. Tomaram conhecimento do fato, mas não se manifestaram dando a impressão de que não querrem "meter a colher". E como o caso envolve um senador...
Mas se fosse um pedreiro, ou mecânico, ou mesmo professor, a omissão e cumplicidade seriam as mesmas?


Dona Suely está inelegível
Depois de sentenciar o candidato ao Senado, Chico Rodrigues, por abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral de 2010, a ministra Rosa Weber, do TSE, rejeitou o recurso da governadora Suely Campos do processo 304-26.2015.6.23.0001, em que ela foi condenada por irregularidades na prestação de contas da sua campanha eleitoral. 
Pelo andar da carruagem, dona Suely está inelegível, embora ainda lhe reste recurso no próprio TSE.


Suplentes
E já que falamos em Chico Rodrigues, ele definiu como seus suplentes o filho Pedro Arthur e o empresário Aldo Dantas. 


Sérgio Pillon
O economista Sérgio Pillon foi definido como primeiro suplente do senador Romero Jucá para essa eleição. A escolha foi elogiada no meio político, tida como merecida pelo trabalho técnico irreparável de resultados positivos que Pillon desenvolveu 
em quatro governos distintos, executando funções que lhe foram conferidas, com retorno em todos, inclusive, no último governo de Ottomar Pinto. Pillon é o mais preparado técnico de governo com trânsito livre na área política em Roraima nos últimos 20 anos.
O empresário Sander Salomão é o segundo suplente.


Não definiram
A Coluna tentou obter informações sobre os demais suplentes dos candidatos Angela Portela, Luciano Castro e Mecias de Jesus, mas suas assessorias não souberam informar. Na realidade, esses candidatos ainda estão "definindo" suas suplências.

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