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Edersen Lima

A falta do nome preferido


A ausência do nome preferido
Quando a prefeita Teresa Surita anunciou que não iria disputar o governo do estado, comentei que que essa será a eleição de maior abstenção da história de Roraima. Mantenho o que disse. Minha opinião se baseia em dois pontos: um, de que Teresa, em todas as pesquisas feitas aparecia liderando bem o cenário de popularidade, e sua administração com aprovação de mais de 70%.

Outro ponto que me faz acreditar no recorde de abstenção, é o cardápio de candidatos ao governo de Roraima que está nas mãos do eleitor. Os nomes não são bem do agrado geral. Tem-se uma governadora que há mais de um ano vive o pior governo já instalado no estado, o mais criticado e mal avaliado pela opinião pública. Um governo que é mal em tudo, na educação, na saúde, na segurança, nas estradas e vicinais do interior, no sistema prisional, além de ser voltado para os parentes da governadora, que de positivo a seu favor, tem apenas a sorte.

Há a candidatura de um ex-governador que, em sete anos, quebrou o estado e o endividou de tal forma que, nos últimos quatro anos, todos os meses, mais de R$ 50 milhões saem dos cofres do estado para pagar parcelas do que foi emprestado. E do que foi emprestado, quem viu o investimento disso de forma real?

No governo passado, a saúde, a educação e a segurança públicas, também, eram ruins, talvez menos, mas comprovadamente mal gerenciadas, com recursos mal aplicados, com fisiologismo político em que contratos para obras, prestação de serviços e fornecimentos foram fechados em sua maioria com empresas de deputados e seus familiares.

Numa terceira raia, surge um empresário que nega ter enriquecido na vida como "agiota". Alega que nunca emprestou dinheiro de forma ilegal. Alega que se tornou milionário com gado, mas como desenvolveu tão bem esse dom para a pecuária e com que capital inicial, não revela. Suas alegações não convencem. Acusam-o de enriquercer graças à quebradeira de empresários e políticos que, em dívidas, tiveram que recorrer às suas linhas de crédito facilitado, mas com juros pesados do mercado brasileiro. Dizem que, em muitos casos, acordos com devedores foram feitos, e casas, sítios, carros e lógico, gado, foram usados para se quitar dívidas. 

Tem ainda um candidato que se tornou o político mais achincalhado, mais gozado, e desacreditado da história de Roraima. Um político que se tornou sinônimo de gozação nas redes sociais, que tem fama de violento, de falar errado, e escrever, provalmente pior, mas que bate no peito dizendo ter curso superior. Curso em uma faculdade recheada de denúncias.

Roraima é um exemplo da pesquisa do Data Folha sobre a corrida presidencial, divulgada ontem, onde aponta o aumento no número de eleitores que não têm candidato, de dois meses pra cá. Ou escolhem voto branco ou nulo ou dizem não saber em quem votar. Em abril, quando Lula estava entre as alternativas, integravam esse grupo de 15% a 16% dos eleitores. Agora, eles somam 21%. 

Qualquer pesquisa séria em Roraima apontará praticamente os mesmos níveis para o governo do estado. Há um desalento, uma falta de vontade, a ausência de uma candidatura forte. A ausência de um nome que era, disparado, o preferido do eleitor.

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