Vereadores querem mais verba
Depois de criarem uma verba extra para transporte de R$ 5,5 mil por mês para cada vereador - ou R$ 116,5 mil por mês somando todos os vereadores -, além de salário de R$ 12 mil, mais R$ 23 mil de verba de gabinete e R$ 28,3 mil de verba indenizatória, não satisfeito, o presidente Mauricélio Fernandes, quer mais. Ele planeja mais um auxílio no valor de R$ 6 mil, a ser liberado pela Prefeitura de Boa Vista para o bolso dos vereadores. A Prefeitura deixaria de aplicar quase R$ 150 mil por mês em merenda escolar, alimentos para creches e hospitais, remédios e medicamentos para atender a vontade dos esforçados e dedicados edis.
R$ 3 milhões por mês
Por mês, os vereadores custam cerca de R$ 3 milhões do bolso do contribuinte. Por ano, só com o tal auxílio transporte, a Câmara Municipal gasta R$ 1,3 milhão. Essa verba transporte é vista como alternativa que o presidente Mauricélio Fernandes encontrou para substituir os gastos com aluguéis de veículos, proibidos pela justiça. É que ficou suspeito de mais os contratos feitos pelos vereadores sempre com a mesma empresa, a Le Mans, de Antônio Parima, braço esquerdo de outro Antônio, o Denarium que quer ser governador.
Contratos suspeitos
Sobre esses contratos de aluguéis de veículos com a empresa de Parima (foto ao aldo, com o amigo Danadão), há, nas redes sociais, acusações de que os vereadores, fechavam contratos de compra dos carros teoricamente alugados, e o pagamento desse suposto negócio era disfarçado de contrato de aluguel. Essa desconfiança bateu no Ministério Público Estadual depois da prisão do vereador Wagner Feitosa, onde se apurarou indícios de irregularidade em contratos de aluguéis de veículos no gabinete dele, e de depoimentos colhidos no processo.
Mais de 300 anos de prisão
Além de Wagner Feitosa, outras onze pessoas tiveram acusação de corrupção, peculato e desvio de dinheiro público aceitas pela Justiça. Se condenados, a soma passará dos 300 anos de prisão.
Time
Os denunciados são: Wagner Silva Feitosa - que está há três meses presos -, Edmo do Nascimento Costa e Gilmar Laurindo Pereira, ex-assessores diretos do vereador. Francisco Wagner Araújo Sampaio, empresário, Sebastião Viera Freitas e Haroldo Viera Freitas, assessores parlamentares municipais. Sola a lista, Erick Romero Cunha da Silva, Gualder Girdeni Torreias, Onesia Andrade da Silva, Larissa Mayara da Silva Nascimento, Irawilson Fredson Marques e Rainy Milly Oliveira de Queiroz, ex-funcionários fantasmas do gabinete de Wagner.
Sem dúvida
Não há dúvida para o MPE que Wagner Feitosa cometeu crimes, e a Justiça entendeu que, no mínimo, há indícios de irregularidades, com base de que foi "criada uma indústria de funcionários fantasmas” no gabinete de Feitosa, isso em "coautoria de Edmo Nascimento e Gilmar Laurindo, passando a exigir dos funcionários lotados no setor, a restituição de parcela significativa das remunerações como regra para permanência no cargo ocupado", segundo ação do MPE.
Preso ganha sem trabalhar
Agora, veja só amigo leitor, a Câmara, alegando seu regimento interno, continua pagando o salário de Wagner Feitosa (foto Folha B. Vista) e de funcionários de seu gabinete, mesmo ele não trabalhando há mais de três meses. Isso tem causado revolta na população, que acusa Mauricélio Fernandes e demais vereadores de corporativismo. Há, também quem acredite que a inércia de Mauricélio em não cortar o salário de quem não está trabalhando, se dá por suposta ameaça feita por Wagner Feitosa, de que revelaria casos semelhantes ao dele cometidos por outros vereadores.
Desafio
Mauricélio nega de pés juntos que tenha sofrido qualquer ameaça de Feitosa e se diz tranquilo, e desafia qualquer pessoa ou órgão de fiscalização como o MPE e o Tribunal de Contas do Estado a encontrar qualquer irreegularidade na sua gestão. Ele alega que mantém em dia o salário de Wagner Feitosa e de funcionários do seu gabinete por conta do regimento interno da CMBV que determina que só após 60 faltas, um vereador será afastado do cargo e o salário cortado.
E se fosse trabalhador?
Essa bocada sem vergonha da Câmara de Vereadores em só cortar salário de vereador depois de 60 faltas, nos leva a perguntar, se um trabalhador pai de família for preso acusado de participar de organização criminosa, desviar dinheiro público e ameaçar pessoas para lhe tirar o vencimento, continuaria empregado e recebendo seu salário depois de pelos menos uma semana de faltas?
Perguntinha:
É justo e correto, mais uma verba de R$ 6 mil para os vereadores gastarem?
Diagnóstico vergonhoso
Há quase três meses que a Secretaria de Saúde passou para as mãos do deputado Hiran Gonçalves, dentro de acordo político com a governadora dona Suely Campos, visando as eleições desse ano. Acordo fechado, as reclamações e denúncias de mal serviço prestado e de falta de remédios e medicamentos que era ruim há três meses, agora ficou pior.
223 processados por Denarium
Ontem, a Coluna abordou que numa rápida consulta, verificou inúmeras ações de cobrança e execusão - até de espólio - impetradas pela empresa de factoring do pré-candidato Antônio Denarium. Pois bem, detalhando o assunto, foram encontrados nesse simples consulta, 223 processos de cobranças, pedindo execuções e cumprimentos de sentenças em cima de políticos, empresários, servidores públicos, profissionais liberais e desempregados.
Acordos
Chama atenção que ações que parecem que sofreram cancelamentos por parte de Denarium, o que pode ter ocorrido acordos em que, de um lado ele se deu por contente, e por outro, o pendurado endividado, também, ou ficou com sentimento de alívio embora tenha sofrido alguma perda patrimonial para quitar a dívida.
Enriqueceu com "papagaios"
Denarium sofre acusação de opositores - provavéis devedores e ex-devedores dos juros aplicados pela sua empresa - de que se beneficiou, se tornou milionário com a quebradeira no estado, em que políticos com dívidas de campanha, empresários vítimas do atraso de pagamento de contratos públicos, servidores com atraso de salários e profissionais liberais endividados pela falta de clientes e trabalho, correram até sua empresa de factoring para pegarem dinheiro emprestado, e não podendo com os juros cobrados e a dívida em si, tiveram que se desfazer de bens como casas, propriedades rurais, carros, jóias e etc, para quitarem seus "papagaios".
Enriqueceu com boi
Defensores de Denarium alegam que ele é um pecuarista de mão cheia, trabalhador e enriqueceu "com boi". Já os opositores, apontam que o que desencadeou recursos para que ele adquirisse as dezenas de milhares de cabeças de gado que possui, foi justamente os empréstimos a juros altos que fez, o que é de se acreditar, e ressalta-se, factoring não se trata de crime.
Não é crime, mas não é desumano?
Sim, emprestar dinheiro de forma oficial com autorização do Banco Central é legal, porém, os juros cobrados pela facilidade do crédito arrumado pode ser considerado humanamente justo e não abusivo?
Toda pura
A deputada Shéridan Steffanni, na base do "toda pura", postou no Facebook e Instagran que "amadurecer nem sempre é tomar decisões certas, mas saber lidar e se responsabilizar pelas decisões tomadas. São as nossas escolhas que revelam o que realmente somos, mostram muito do nosso caráter e do que, verdadeiramente, nos é de valor. As minhas escolhas sempre estão alinhadas ao meu coração. Meus princípios não se adequam às circunstâncias, sim ao desejo de construir, ao longo de minha vida, uma história que orgulhe os que vivem e viveram ao meu lado. Eu sempre vou escolher a paz da minha consciência e o que pede o meu coração. Sem mais!"
Realmente, toda pura.
Tem que explicar
Até as pedras soltas nos escombros do Beiral sabem que essa postagem de Shéridan se refere à composição política entre Anchieta Júnior e Romero Jucá, e que ela, a reprova, que não pedirá votos para quem tenha acusação de qualquer desvio de conduta. Evangélica, mulher fiel, honesta, avessa a oportunismos e aproveitadores do sentimento alheio, Shéridan deveria explicar como que, em menos de 10 anos, sem ter um Fiat Uno sequer, adquiriu patrimônio e dinheiro que somaram mais de R$ 2 milhões como ela própria apresentou à justiça eleitoral em 2014.
Mais que o Anchieta
Esse incrível milagre da multiplicação dos bens e dinheiro, igual ao de Mecias de Jesus, foi maior que o do então marido, Anchieta, que à época apresentou patrimônio de R$ 1,1 milhão, que foi governador sete anos.
Tem mais
Como Shéridan, evangélica, explica a compra da área rural subdesvalorizada ao extremo onde, junto com então marido Anchieta, construíram uma mansão de centenas de metros quadrados, campo semi oficial de futebrol, área de lazer com churrasqueira e piscina cafona em forma de L?