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Edersen Lima

Dar em nada


Dar em nada
Reviravolta nas condenações dos réus na operação Cartas Marcadas. De repente, não mais que de repente, o Ministério Público Estadual ficará quieto diante de decisão do Tribunal de Justiça em verificar erros processuais na condução da investigação e apresentação da denúncia do órgão à justiça. Com isso, todo processo seria anulado. Cancelando os efeitos do julgamento para os sentenciados.


Desafio de George Melo
É o que vem pregando a assessoria informal do deputado George Melo, que desde o ano passado, tem dito a correligionários que desafiava o MPE a provar que o seu irmão, Gerson Melo, condenado a mais de 20 anos de prisão, tivesse cometido algum crime de desvio de dinheiro público quando foi diretor financeiro da Assembleia Legislativa.


Aposta em erros
Difícil crer que uma investigação minuciosa que apurou todo um suposto organograma do esquema de superfaturamento de contratos, desvio de dinheiro e formação de quadrilha tenha contido erros que anulem todo o processo, depois que delações e depoimentos o confirmaram, apontando o envolvimento de servidores, de empresários e de 'laranjas', usados tão somente para figurarem no quadro social das pessoas jurídicas (empresas).


E os mais de R$ 6 milhões?
Em sua sentença, a juíza Daniela Schirato Collesi, da Vara de Entorpecentes e Organização Criminosa, afirma que "as ações delituosas serem praticadas, por vezes, nas dependências da Assembleia Legislativa Estadual, são perturbadoras e revelam desprezo pelas instituições públicas", e que "os desvios perduraram por tempo considerável, pelo menos mais de um ano, e o montante auferido pela organização gerou um prejuízo à Assembleia Legislativa estimado em cerca de R$ 6.830.991,82, pelo que tal circunstancia merece reprovação especial".
Pergunta-se: Se houve erro processual, e os mais de R$ 6 milhões foram para aonde, ou nada foi desviado?


Provas
Para a magistrada, apesar dos réus negarem as atividades delituosas, a imputação se baseia em robusta prova documental, além dos depoimentos de dois réus. “Foram de grande importância para esclarecer os fatos”.


Justiça diferencia pessoas, diz assessoria
No mês passado, essa assessoria informal do deputado George Melo, duvidou publicamente que algum desembargador do Tribunal de Justiça de Roraima iria dar ouvidos à denúncia de um mecânico de motos contra George Melo por atentar contra sua vida, isso por que "quem é (para o Tribunal de Justiça) Wilson Clemente diante de um deputado (George Melo)?".


Sair das mãos
Na Assembleia Legislativa corre informação de que o recurso dos condenados que hoje está com o desembargador Jésus do Nascimento, saíria de suas mãos. Jésus do Nascimento é visto como juiz rigoroso em suas sentenças.


Bem aventurado entre as mulheres
Já um político que privilegia as mulheres, agindo ao contrário da grande maioria do mercado que emprega homens em cargos de comando e com salários mais altos que os das mulheres, é o ex-deputado Luciano Castro. De cada cinco assessores de Tio Luque, quatro são mulheres que recebem salários acima dos vencimentos dos homens e respondem por chefias, também em cima da "macharada", e isso sem qualquer discriminação de raça, credo ou opção sexual.


Viagens e diárias
E os gastos com viagens e diárias para vereadores participarem de seminários e visitas em outros estados, continua rolando soltos na Câmara de Vereadores de Boa Vista. Os vereadores Rondinele Tambasa e Vavá do Tianguá, mais seus assessores, vão aprender "noções" de gestão pública na Paraíba, com o custo aproximado de R$ 30 mil.
Além desses gastos, fica claro que o eleitor elegeu gente que ainda precisa estudar para exercer sua função. Ous eja, foi eleito sem o devido preparo.


Não é agiota
O pré-candidato ao governo, Antônio Denarium, tem negado de pés juntos que alguma vez na vida agiu como agiota, que tenha emprestado dinheiro bem acima dos juros bancários, tendo como garantias imóveis e bens dos pendurados que lhe procuraram. Ele afirma que montou empresa de factoring (empréstimo de dinheiro) mais de forma oficial e cobrando juros de acordo com o mercado financeiro.


Sem resposta
E falando em Antônio Denrium, em entrevista em programa de rádio, ele ficou calado sem responder à pergunta de um ouvinte que lhe questionou como que ele, recebendo orientação do seu partido, que é o mesmo de Jair Bolsonaro, para não compor alianças políticas com nenhum partido que tenha denúncias de envolvimento com corrupção, em especial o com escândalo da Lava Jato, se negava a compor com Romero Jucá do MDB, e firmava parceria com Mecias de Jesus do PRB, que tem o seu presidente nacional, o ex-ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira, investigado pelo STF, acusado em delação de ter recebido mais de R$ 7 milhões da empreiteira Odebrecht?


Renovação?
O próprio Mecias de Jesus tem sobre os ombros denúncias de desviar dinheiro no Escândalo dos Gafanhotos, superfaturar a reforma da ALE, e de comandar esquema para efetivar sem concurso público sua mulher em cargo com alto salário. Essas situações envolvendo o homem que multiplicou seu patrimônio em mais de 20 vezes em apenas três mandatos, estão em conformidade com posições acima de qualquer suspeita e com renovação na política, que Denarium tanto defende?


Cinismo
Uma das formas mais cínicas de se fazer média com eleitor é buscar a gratuidade em tudo para o povo, como se de repente, o transporte público, a entrada em eventos culturais, feiras, programas artísticos e inscrições em concursos públicos fossem custeados por esses políticos bonzinhos. Coisa nenhuma!
Toda gratuídade ou desconto no serviço público ou eventos privados recai na conta de quem pode pagar.


O contriuinte é quem paga
Nesse caso, o cidadão contribuinte é quem paga pelos descontos que os políticos criam. Todo contrato em que reza que estudante tem meia entrada, ou idoso não paga passagem de ônibus, é feito um cálculo básico sobre perdas e equilíbrio dos custos dessa gente beneficiada não pelo político cínico mas por você contribuinte, para se chegar a uma média do preço que será acertado no contrato.


Bem na foto
Deputados estaduais de oposição de Roraima só faltam brigar entre si para ver quem propõe a maior mamata para que mais pessoas não paguem a inscrição do concuro para a Polícia Militar. Querem aparecer bem na foto pois afinal, estamos em ano de eleições. Só que eles nunca confessam que, se esse ou aquele candidato que se inscreveu pagando menos, tinha que agradecer a você, pela ajuda dada.


Eleitor viciado
Particularmente, acho que esse tipo de político azamba mais destrói do que constrói. O povo não deve receber peixe do governo, e sim, ter condições do governo para poder pescar. Receber essas gratuidades, essas meia isso e aquilo, não contribuem para dignidade humanan nenhuma. Isso mais vicia do que engrandece.
E um povo viciado em facilidade e em hipocrisia política, é o que todo político safado gosta e quer.


Combate
Dia 18 de maio passado, foi o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Órgãos de defesa dos direitos da criança e do adolescente, mais alguns políticos, manifestaram apoio nas redes sociais contra esse crime que, infelizmente, acontece todos os dias em Roraima.


Tem que ser investigado
Mas essas manifestações ainda significam pouco diante da triste realidade. Há necessidade de se cobrar mais da polícia, do ministério público e da justiça. Roraima protagoniza um escândalo em que um senador é acusado pela Procuradoria Geral da República de espancar violentamente sua então amante de 19 anos, que o conheceu quando tinha 15 anos e ele 55, e em depoimento na Polícia Federal, afirmou ter iniciado romance com ele um mês após completar 16 anos.


Acredite quem quiser
Quem quiser acreditar que esse romance se iniciou por atração física e admiração pessoal, tudo bem. Do mesmo modo como quem quiser acreditar que isso só se deu devido ao assédio com promessas de ajuda financeira; promessas de emprego para familiares e outras juras, tudo bem, também.


Silêncio vergonhoso
O que espanta é um homem de 55 anos, casado, buscar envolvimento com uma menina de 15 para 16 anos, segundo depoimento dela, não receber de órgãos de defesa da criança e do adolescente - e de políticos que se indignam com uma aberração dessas -, ao menos o pedido para que a justiça julgue a acusação feita pela Procuradoria da República, apure o que a jovem afirmou em depoimento à Polícia Federal, e esclareça essa denúncia. E não trate esse caso com descaso, com indiferença e com medo. 


E se não fosse senador?
A mesma indiferença ocorre com órgãos públicos e mulheres que estão em cargos de chefia nos poderes constituídos como a governadora, a presidente do Tribunal de Justiça e a chefe do Ministério Público Estadual nada cobrarem para que essa denúncia de violência contra mulher seja apurada. O silência é só porque Telmário Mota é senador? E se fosse um simples pedreiro ou professor ou servidor público, o comportamento seria o mesmo?


Apologias de Bolsonaro
Depois de uma semana tendo que justificar a injustificada decisão do então presidente Ernesto Geisel em manter execuções de presos políticos em 1975, Jair Bolsonaro, que faz apologia da tortura ocorrida naquela época, terá agora que argumentar sobre mais um destrambelhado jovem americano que matou 10 pessoas disparando tiros dentro da sua escola, no estado do Texas.
Dimitrios Pagoutzis, de 17 anos, entrou na escola com uma espingarda e um revólver que pertenciam ao pai e abriu fogo durante uma aula de artes. Fez seu justiçamento porque sofria bulling dos colegas.


Imagine no Brasil
Bolsonaro é inteiramente a favor do armamento da população brasileira. É de se perguntar: se nos Estados Unidos, que ter arma em casa é um direito de todo cidadão americano cravado na Lei ocorrem em média 10 atentados com mortes por ano em escolas, em bares, restaurantes e locais públicos, imagine no Brasil, em que desavenças entre vizinhos, no trânsito, e em bares são tão comuns e corriqueiros?


Bravateiro populista
A circulação maior de armas induz o aumento no número de mortes, é um fato. Os Estados Unidos provam isso. É só comparar aquele país, não com o Brasil que é de terceiro mundo, mas com países que estão no mesmo nível economico como Alemanha, França e Japão que não comericalizam armas como na América.
Jair Bolsonaro defende o armamento em cima da dor de pessoas que perderam entes queridos para a violência. Se aproveita dos entimento de revolta do cidadão. Isso é oportunismo barato. Bravata populista, que nos faz lembrar outro bravateiro populista, que se dizia caçador de marajás, e deu no que deu.

 

 

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