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Edersen Lima

E o afastamento prometido



Cadê o afastamento prometido, Renier?
Há três semanas, o presidente da Assembleia Legislativa, Jalser Renier, mandou recado ameaçador à governadora dona Suely Campos: ‘Eu vou ajuizar uma ação contra o estado, porque a governadora ao invés de dar emprego, ela tá tirando empregos. Vou responsabilizar a governadora. Vou entrar com crime de responsabilidade contra ela. E se ela não tomar uma providência, eu vou receber o impeachment dela a partir da semana que vem”.


Ameaça foi só bravata
A ameaça feita por Jalser à dona Suely foi presenciada por madeiros do Sul do estado, tendo a vice prefeita de Rorainópolis, Joilma Teodora, na primeira fila dos que aplaudiram a bravata jalseana. O áudio circulou nas redes sociais, pois no outro dia, Paulo César Quartiero renunciava ao cargo de vice governador, e afirmava em entrevista que seu ato ‘abria caminho para que os deputados’ afastassem a governadora, e Jalser seria governador.


Duas bombas

Daí, dois fatos, duas bombas letais estouraram bem no colo do presidente da ALE: uma, a aparição de um suspeitíssimo cheque de meio milhão de reais do próprio Jalser Renier, entre os pertences de PC Quartiero; e a decisão do Supremo Tribunal Federal de que é inconstitucional o processo de afastamento da governadora que Jalser pretendia, sim, instalar.


Conversa mole
Ontem, no entanto, acabrunhado, amuado e desconfiado, Jalser Renier veio com conversa mole dizendo para a imprensa amiga e complacente que “continua tendo uma relação civilizada, educada e respeitosa com o Poder Executivo e Poder Judiciário. Isso é o mais importante. Não podemos apagar o fogo com fogo na mão. Entendo que esse é o melhor caminho para o futuro. O Estado é maior que as brigas”.


Não falou nada sobre o cheque
Perguntado sobre o pedido de afastamento de dona Suely, que prometera receber, Renier, o todo brabo de três semanas atrás, na maior cara lustrada disse que ‘quem tem que cassar a governadora é o povo, não a Assembleia’.
A imprensa amiga e complacente nada lhe perguntou sobre o seu cheque de meio milhão de reais ter aparecido nos pertences de Quartiero.


Perdeu, dançou
Que nada. Jalser perdeu. Dançou. Todas as bravatas e mais a presepada da renúncia de Quartiero, e os custos políticos disso, foram por água abaixo. De nada adiantaram. 


Bravata só para impressionar
Ontem, em reunião com empresários do Sul do estado, tendo como sempre a presença da amiga Joilma Teodora, Jalser foi ‘frio e distante’, ‘seco’, e ‘desanimado’ como disseram alguns depois de que ele lhes informou que nada poderia fazer. Ou seja, a ameaça de impeachment foi só bravata. Foi só para impressionar.


Vice só de extrema confiança
O desenrolar dessa presepada de PC Quartiero renunciar para que os deputados estaduais cassassem a governadora, tendo um presidente que notadamente apoiava isso, fez nascer uma certeza a todos os candidatos ao governo, de que o vice de suas chapas tem que ser alguém de suas extremas confianças.


Presidente sem o estilo de Jalser
E o fato de Jalser Renier ter feito as ameaças que fez, o jogo duro nas internas, a pressão em ter pedido de afastamento na mão, tudo isso pra cima do governo, fazem com que nenhum governador queira ter alguém com esse estilo na presidência da ALE.


Complicaram tudo
Ou seja, Renier e Quartiero complicaram composições políticas, e futuras eleições para presidência da Assembleia.


Arcanjo Miguel
Mata Hari, quem planta maldades, colhe maldades, ainda mais como as que você tem encomendado do além. 

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