Edersen Lima

Perícia da Polícia Federal
Só uma perícia, de preferência, realizada pela Polícia Federal poderá esclarecer o caso do cheque de R$ 500 mil reais, do presidente da Assembleia Legislativa, Jalser Renier, supostamente dado como garantia de pagamento para Paulo César Quartiero ter renunciado ao mandato de vice governador, e colocado Jalser na linha direta de sucessão da governadora Suely Campos.

Não explicou
O cheque, mais um documento tido como original em que PC Quartiero pede para Jalser realizar sessão para ele anunciar sua renúncia, e um cartão bancário do ex vice governador, apreendidos em uma operação relâmpago da Polícia Civil na vice governadoria, fortalecem as suspeitas de que o altruísmo e desprendimento do então vice governador renunciar, não eram ou não são apenas altruísmo e desprendimento.

Quer ser senador
No momento político que se vive, é impossível que desconfianças não surjam sobre o motivo de se renunciar assim tão cedo, e na realidade, em nome do nada. Pois Quartiero atirou no vazio reclamando de um governo que ele fez questão de não participar e de não apoiar. Há mais de cinco anos ele vive no Pará, vai a Roraima como mero visitante, e agora diz querer ser senador por Roraima, o que ele fez para merecer isso?

Assinatura muito parecida
Sobre o checão de R$ 500 mil, pessoas próximas a Jalser garantiram ontem a este Canal que a letra e assinatura são muito parecidas com as do presidente da Assembleia. Em nota oficial, sua assessoria disse que ele ‘desconhece o referido cheque, cuja conta bancária está sem movimentação e o respectivo talonário está extraviado há anos’. Ou seja, Jalser desconhece o cheque mas confirma que a conta é sua, lembra direitinho que o tal talonário está extraviado há anos, e não nega que a assinatura é dele.

Suposta garantia de pagamento?
Isso, para os mais desconfiados, pode, supostamente, ser o artificio usado como garantia de pagamento de valores a Quartiero. Até porque, pegar cheques como prova de dívida e garantia de pagamentos é comum no meio de agiotagens, e por que não seria normal no meio político?

Também não explicou
Também em nota oficial, Quartiero disse desconhecer o cheque, disse não saber como ele foi parar nas mãos da Polícia Civil, e nada comentou como o documento original seu e mais um cartão de uma conta bancária sua estavam juntos com o cheque, segundo a Polícia Civil.

Rasuras no cheque
Amigo leitor, analisando o cheque, percebe-se aparente rasura, na data, como se 2013 fosse alterado para 2018. Daí a necessidade que uma perícia seja feita por órgão desvinculado tanto do governo como da Assembleia Legislativa. Essa perícia poderá apontar se houve ou não adulterações no cheque, se ele foi escrito e assinado recentemente ou não. Se Jalser deu qualquer baixa sobre o talonário extraviado.

Transparência
Em nome da transparência, dos bons costumes e que não pairem suspeitas, Quartiero poderia abrir seu sigilo bancário, em conjunto com da esposa e dos filhos, e de suas empresas. Jalser, também, poderia fazer o mesmo. Transparência e lisura nos atos não são apenas deveres do homem público. É obrigação de todo homem de bem, principalmente, de quem quer ser governador do estado.

Sim ou não?
É ou não é suspeito que, em meio a um clima de que a ALE irá afastar dona Suely, Quartiero vem e renuncia à possibilidade de assumir o governo, deixando o caminho livre e aberto para que Jalser Renier, o do checão de R$ 500 mil, assuma o governo?