- 03 de julho de 2025
Jalser contrata empresa denunciada
para realizar concurso na Assembleia
O presidente da Assembleia Legislativa, Jalser Renier, determinou a contratação, sem licitação pública, da Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Assistência (Funrio) para que realize concurso público ainda nesse semestre para preenchimento de vagas na ALE. Pelo visto, nem Jalser e nem seu braço direito na Casa, Andreive Ribeiro, que teria indicado a Funrio, tomaram a precaução em pesquisar sobre a Funrio, empresa que é figurinha carimbada no noticiário nacional com envolvimento em denúncias de irregularidades e fraudes em concursos que realizou.
Denúncia em Goiás
No ano passado, o Ministério Público do Estado de Goiás instaurou inquérito civil público para investigar denúncias de fraudes na prova do concurso da Polícia Militar de Goiás. Os candidatos denunciaram uma série de irregularidades ocorridas no dia do exame. Entre os problemas relatados estariam, por exemplo, uso de celular na sala de provas, com postagem de fotos do caderno de questões e do cartão-resposta em redes sociais; envelope com as provas com lacre rompido; alternativas corretas sublinhadas em questões; recebimento de caderno de questões com dois modelos diferentes de prova (prova tipo A grampeada com prova tipo B). Houve denúncia, também, de que candidatos que estariam com o gabarito da prova e a redação pronta durante a realização do concurso.
Denúncia na ALE de Tocantins
Em outubro de 2016, o Tribunal de Contas do Tocantins determinou suspensão do contrato sem realização de licitação pública que contratou a Funrio para promover concurso público na Assembleia Legislativa. A justificativa do TCE foi a de que em rápida pesquisa na internet, descobriu que a Funrio é envolvida em várias denúncias de fraudes e irregularidades na realização de certames seletivos, entre eles o Enem e o da PRF.
Fraudes descaradas em concurso da PRF
Em maio de 2012, a Advocacia-Geral da União comprovou, junto à Justiça Federal, a responsabilidade da Funrio pelas fraudes cometidas no concurso da Polícia Rodoviária Federal (PRF), aberto em 2009 para preenchimento de 750 vagas de policial rodoviário.
Lista de irregularidades
ntre as irregularidaees identificadas, estão: Os primeiros colocados que fizeram as avaliações no Rio conseguiram notas muito acima das notas dos aprovados em outros estados; Alguns dos candidatos que obtiveram as melhores classificações realizaram as provas em salas extras; Os cartões de resposta dos melhores colocados estavam preenchidos à mão; Dois candidatos do Rio, que deveriam realizar os exames em São Paulo, fizeram as avaliações em Cuiabá, no Mato Grosso; E um candidato que preencheu o cartão de resposta de forma incorreta, ao invés de ser eliminado, conseguiu obter classificação em uma das primeiras posições.
Suspeitas vão pairar
Em ano de eleição, contratos para realização de concursos que abre oportunidade de grande arrecadação de recursos por causa das taxas de inscrições, merece toda cautela, principalmente do agente público probo, responsável. Contratar sem licitação uma empresa recheada de denúncias e até com decisões da justiça para que devolvesse dinheiro, é muito temerário, pois não faltará quem levante suspeitas de que o processo seletivo é suspeito justamente pela forma apressada com que está sendo feito, pelos valores que serão arrecadados justamente em ano de eleição, e por uma empresa que mereceria melhor e mais aprofundado estudo de quem a está contratando.