Edersen Lima - Lisboa

Agora foi inteligente
Dessa vez mais contido e inteligente, o presidente da Assembléia Legislativa, Jalser Renier, foi ontem à rádio 93FM e não menosprezou ninguém, como fez na entrevista que deu há duas semanas com o ex-governador Anchieta Júnior, dizendo que 'o tempo dele já passou', e nem foi oposicionista deselegante com a prefeita Teresa Surita, quando disse que era contra ela 'mandar no governo e na prefeitura'.

Absurdo
No entanto, na entrevista que concedeu, Renier foi claro que, apesar de uma CPI verificar roubo de R$ 3,5 milhões dos cofres do estado e isso implicar no pedido de afastamento da governadora dona Suely Campos, ele não irá fazer isso 'porque já fui cassado e acho que só o povo deve tirá-la com o voto'.

Mesmo crime
Jalser Renier, na realidade, pode ser acusado de cometer crime igual ao de dona Suely: crime de responsabilidade. É dever e obrigação do Poder Legislativo fiscalizar, votar e afastar o governante que incorrer em crimes de responsabilidade, e a CPI do Sistema Prisional apontou isso. A maioria dos deputados aprovou a CPI, porém Jalser interrompeu o processo quando foi pedido o afastamento da governadora.

A verdade verdadeira
O motivo de Jalser Renier não afastar dona Sula é conversa pra boi dormir. Ele teme o que poderia ser um governo populista do vice Paulo César Quartiero que, com toda certeza, iria expor o montante de gastos da Assembleia - R$ 19 milhões por mês - diante de um estado falido como Roraima. E mantendo dona Suely, um acordo ficou selado. O governo não atrasará ou não atrasará tanto o repasse do dinheiro dos deputados, e ele assim não será afastada.

Perguntinha:
Pra quem ainda tem um fio de dúvida sobre isso, basta se perguntar: Se Quartiero tivesse renunciado, e assim o afastamento da governadora implicaria em colocar Jalser Renier no governo, ele teria todo esse constrangimento e esperaria o povo tirar dona Sula?

Penalizar os 'galos de briga'
Ameaçar pessoas, fazer ofensas e chamá-las para a briga é atuação parlamentar? Responder por acusação de agressão física é atuação parlamentar?
Logico que não é. Dai, importante que tanto o Congresso Nacional como o Supremo Tribunal Federal aprovem restrição ao foro privilegiado para crimes comuns, como esse em que político que se acham galos de briga, fiquem ameaçando e intimidando pessoas.

Quem é que tú ias deixar 'paninho', Telmário?

O senador Romero Jucá, presidente nacional do PMDB, em Pequim, China, falando em congresso internacional que discute a política como meio facilitador de realizações sociais e investimentos econômicos no mundo.

O assessor dalí
Teve assessora da presidência da Assembléia Legislativa, que fechou a cara durante o momento de intenso aplausos protagonizado pela prefeita Teresa Surita, quando foi chamada para subir ao palco, durante a abertura dos festejos natalinos da ALE. 

E o assessor de lá
'Venha, Teresa. Os anjos de lá são os anjos daqui", disse enigmaticamente Jalser Renier, convidando Teresa a subir ao palco. 'Minha amiga, Teresa, você deixou essa cidade bonita. Você deu vida a essa cidade'. Assim, teve assessor da PMBV que abriu o sorriso, pelo espaço e reconhecimento público ao trabalho da prefeita.

Advocacia pilantra
Depois das notas de ontem sobre perdas de prazos suspeitas, dois colegas de imprensa relataram casos semelhantes. Um, informou que, depois de entregar documentos a um advogado, que comprovariam o seu vínculo empregatício com um político que lhe deu calote e por isso o colocou na justiça do trabalho, foi prejudicado na ação porque o advogado perdeu todas as suas provas.
Tempo depois viu o advogado com o politico caloteiro festejando aniversário de um comemorado pelo outro.

Advocacia pilantra 2
O outro, moveu ação criminal contra um empresário, o advogado contratado simplesmente não compareceu às audiências. O cliente só soube disso depois que verificou que seu processo estava extinto. 
Semanas depois, nos DPJs da vida, o advogado aparece como defensor do empresário.

Conclusão
Não adianta o fato - repete-se, o fato - de R$ 3,5 milhões terem sido roubados do Fundo Prisional. Não importa que centenas de pessoas sofram todas as semanas nos corredores do HGR sem devido atendimento. Não importa que contratos superfaturados 'bombem' na administração estadual. Não importa que salários de servidores atrasem e que empresas sérias não recebam.
Para o presidente da ALE, que pode colocar em votação o afastamento da pior governante da história de Roraima, o povo é que terá que fazer isso, em outubro do ano que vem, e ainda aguardar três meses para ela sair.