- 09 de julho de 2025
Ameaça
Já era madrugada aqui em Lisboa quando atendi ligação de um número não identificado aí do Brasil, que de maneira curta e grossa, me 'avisou' que se passasse a 'atacar' a Assembléia Legislativa eu e o Fontebrasil iriámos sofrer uma 'enxurrada' de processos judiciais 'igual o que fez' um ex-senador que, acredite amigo leitor, moveu 32 ações contra mim com a nítida e cristalina intenção de me intimidar.
A resposta
Eu respondi que achava interessante ser processado pela ALE, enquanto os nobres e responsáveis deputados não processam a governadora dona Suely Campos, nem os desmandos e irregularidades que eles próprios apuram. E, que eu continuo sendo jornalista e o Fontebrasil um site de notícias, enquanto que aquele senador ficou sem mandato, assim como pelo menos metade dessa atual legislatura da Assembléia irá ficar depois da eleição do ano que vem.
Cúmplices
Ter conhecimento de um crime, sabendo que ele continua sendo executado, é ser cúmplice desse crime. Imagine, amigo leitor, um pai que tem conhecimento que a sua filha é rotineiramente agredida pelo genro, mas fica calado, não o denuncia à Polícia. Imagine uma mãe que sabe que o marido abusa sexualmente da filha menor, e não toma nenhuma providência. As situações citadas aqui são iguais às da Assembléia Legislativa que assiste passiva, sem tomar nenhuma atitude contra os desmandos, descasos e desleixos apontados até como crimes do governo do estado.
Assistem passivos
Os deputados assistem quietos, o pagamento de contratos superfaturados na Educação, no sistema prisional e na Saúde. Nada fazem em relação às constantes reclamações de pacientes e acompanhantes no HGR sobre a falta de remédios, de medicamentos e de estrutura. Nada fizeram sobre o escândalo de desvio que a CPI do Sistema Prisional apurou de mais de R$ 20 milhões dos cofres públicos. E permitem que a Educação gaste dinheiro do contribuinte em contratos superfaturados e não realizados.
'Sócios' e apoiadores
Ou seja, os deputados estaduais vêm se comportando como verdadeiros cúmplices, 'sócios', e por que não dizer, apoiadores de todas as irregularidades e imoralidades como o nepotismo descarado da governadora, pois não tomam a atitude que a sociedade espera de quem tem a obrigação e dever de fiscalizar e impedir desmandos do governo.
Mal assessorado
“Isso tem que ser tratado com responsabilidade. Eu não posso ‘startar’ (começar) um processo de impeachment, levantar essa bandeira, com uma governadora que teve 27 mil votos sobre o segundo colocado. Temos que respeitar o voto da população sob pena de amanhã você ser a próxima vítima”, alegou, muito mal assessorado ou aconselhado, o presidente da ALE, Jalser Renier.
Crime é crime
Alegou mal assessorado - ou mal aconselhado - porque a responsabilidade e respeito maiores de Renieir e de seus colegas são com toda a sociedade, e há um ano, mais de 70% da sociedade rejeita esse governo. O presidente da ALE não só pode como deveria ter 'startado' o processo de impeachment pelos crimes que foram apontados pela CPI do Sistema Prisional, nem que fosse 1 milhão de votos a diferença para o segundo colocado porque crime é crime, e votos não significam salvo-conduto ou autorização para cometimentos de crimes.
Roraima não é só 27 mil votos
A assessoria de Jalser Renier não lhe informou que desses '27 mil votos de diferença' hoje, menos da metade está com a governadora, e nada lhe passou sobre ter 'respeito' aos 104 mil votos que foram para Chico Rodrigues, ou Roraima é só os '27 mil votos de diferença'?
A 'pena' maior em ser 'a próxima vítima', são os deputados que são cúmplices dos desmandos que continuam a acontecer e que todo o estado vem sendo castigado.
Fator Quartiero
Até as pedras soltas do Beiral sabem que a verdade é que dona Suely só não foi cassada porque o vice Paulo César Quartiero, populista, poderia surpreender e alterar o processo sucessório e a vida de seus opositores. Se Quartiero não fosse o substituto imediato no governo, dona Suely já estava há muito tempo em casa junto com o marido Neudo, cuidando dos netinhos.
O preço que se paga
O preço que toda a sociedade roraimense paga está nessa cumplicidade que a Assembléia mantém com o governo. São os deputados que deixam esse governo tocar a pior administração da história de Roraima. São eles que deixam que milhões de reais sejam mal aplicados em contratos superfaturados. São eles que deixam que repasses e salários sejam atrasados, mas que festas com atrações nacionais sejam pagas à vista. São os deputados que deixam que remédios e equipamentos faltem no HGR. São eles que deixam que bandidos toquem o terror em assaltos e mortes em Boa Vista num grau nunca vivido graças ao caótico sistema prisional.
A culpa
Em resumo, voltando à nota do início da Coluna, a culpa daquele marido que espanca a mulher e daquele pai que abusa da filha, continuem cometendo seus crimes, é de quem sabe que tudo isso ocorre mais não toma providências. Assim, como a culpa de dona Suely Campos fazer o que faz com você, servidor público, paciente do HGR, pai de aluno, vítima da violência e da insegurança, é da Assembléia Legislativa, que não adota nenhuma atitude contra todo esse estado de coisas.
Nas mãos da justiça e dos leitores
No mais, que a Assembléia Legislativa de Roraima mova a prometida 'enxurrada' de ações judiciais contra o Fontebrasil, por informar e formar opinião acerca do que é fato e do que é notícia. Que a justiça as julgue, e o leitores, também.