00:00:00

Edersen Lima - Lisboa

Suely na reta


Suely na reta
Ontem na Assembléia Legislativa o comentário girou em torno da condenação do vice governador Paulo César Quartiero à perda da função pública e suspensão dos direitos políticos, além de multa e devolução de recurso aos cofres públicos. Ou seja, o grande e verdadeiro empecilho para que o presidente Jalser Renier, coloque em votação o pedido de impeachment de dona Suely Campos, está em vias de desaparecer.


Respeito à votação da governadora
Há um mês, em entrevista de rádio, Jalser disse que não colocaria o impeachment de Suely em votação por respeito à votação que ela recebeu, contrariando todo o processo oriundo da CPI do Sistema Prisional e a aprovação por maioria de dois terços no plenário da Assembléia, em junho passado. 


'Tratado com responsabilidade'
“Isso tem que ser tratado com responsabilidade. Eu não posso ‘startar’ (começar) um processo de impeachment, levantar essa bandeira, com uma governadora que teve 27 mil votos sobre o segundo colocado. Temos que respeitar o voto da população sob pena de amanhã você ser a próxima vítima”, disse.


Mas em fevereiro passado...
A posição do presidente da ALE contraria o que ele mesmo afirmou em fevereiro passado: 'Não podemos nos eximir da responsabilidade de enfrentar os problemas que estão por vir ou poderão acontecer em caso de omissão desta Casa. Qualquer matéria ou projeto, seja ele qual for, será analisado e votado nessa Casa, seja ele de afastamento ou não da governadora.' 


Agora o papo é outro
Agora, com a possibilidade de PC Quartiero não assumir mais o governo no lugar de dona Suely, e se tornar uma surpresa inesperada ao meio político e ao eleitorado, Jalser poderá reavaliar, mais uma vez, sua posição, e atentar ao relatório da CPI que apontou desvio de R$ 20 milhões na Secretaria de Justiça e acusa a governadora de crime de responsabilidade por não ter impedido o gasto e nem punido os envolvidos. Com isso, afastada dona Suely e com Quartiero também afastado, quem assume o governo é o presidente da ALE.


E a renúncia, Quartiero?
Para o amigo leitor ver como a política é um jogo de interesses, mentiras, bravatas e sem vergonhice. Há dois meses, PC Quartiero anunciou que se ele era o empecilho para a ALE afastar dona Suely, ele renunciaria. Sim, Quartiero, desde que o mundo é mundo você é quem impediu que ela fosse afastada pela ALE. 
Agora, condenado a perda do cargo, Quartiero diz que recorrerá para não perdê-lo.


Posteridade 

Alex Ladislau e Daniele Albuquerque, ela Cidadã Boavistense.


Esse é o Brasil
Contratado para fazer uma palestra em Sobral (CE), o cartunista Maurício de Sousa vai receber R$60 mil de cachê (mil reais por minuto) da prefeitura da cidade onde há creches com água cortada.


Solenidade
Com o perdão da opinião, mas o fato do governo do estado pagar uma dívida atrasada(precatório) à uma empresa de aviação se tornar em solenidade multi-institucional com convocação da imprensa, me lembra o prefeito de uma cidadezinha do interior do Maranhão que no ano passado inaugurou, com corte de fita e tudo, um quebra-mola.


Presenças
A solenidade de entrega do documento de pagamento de um precatório teve discurso da governadora dona Suely, e contou com a presença de autoridades do Tribunal de Justiça, do administrador da Massa Falida (Viação Aérea Riograndense), do presidente da OAB/RR, do procurador-geral do Estado, do gerente-geral do Banco do Brasil, do gerente de relacionamento da Agência do Setor Público, e da coordenadora do Núcleo de Precatórios. 


Redes sociais não são Jornalismo
Sou usuário e defensor das redes sociais como veículos objetivos de comunicação e de participação da sociedade em tudo que lhe diz respeito e interesse. Mas as redes sociais não podem ser confundidas com Jornalismo, que tem por via de regra apurar a informação. Daí, todos os dias sermos 'atacados' por enxame de notícias não apuradas, mal apuradas e é claro, as falsas (fake news) que todos conhecemos alguma vítima delas.


O erro
Anteontem, pelo o que circulou sobre o estado de saúde do presidente Michel Temer nas mídias sociais, a situação dele era grave, isso a partir do post 'em primeira mão' da repórter Andréia Sadi, da GloboNews, em seu blog, de que “o presidente Michel Temer passou mal e está internado no centro cirúrgico do Hospital do Exército”.


Não apurada
Um homem de 77 anos que na semana passada descobriu uma pequena obstrução em uma das veias do coração, sob pressão de uma votação incomoda, 'passou mal' e está no 'centro cirúrgico' de um hospital, é de se gerar tudo quanto é especulação. Isso porque, a postagem - quero crer por pressa e descuido - não foi apurada. Temer não 'passou mal', e sim, teve o desconforto ao urinar pois havia um pequeno cálculo (pedra) em sua via urinária. Isso não é grave, tanto que entrou andando no hospital e sete horas depois estava despachando o Palácio.


Experiência profissional
Nas redes sociais, isso, noticiar sem se apurar, e errar feio (barrigada, no jargão jornalístico) é até 'relevado', mas no Jornalismo, não. Apurar antes de informar é uma premissa que se deve levar em todas situações da vida. E falo por experiência profissional de quem foi repórter e depois editor de Política e editor-chefe da Folha de B. Vista, editor-chefe do BrasilNorte, free lance para O Globo em Roraima, free lance pra A Crítica, em Brasília, e há 14 anos edita o site de notícias que abriu caminho para os demais que informam jornalisticamente o dia-a-dia do estado, este Fontebrasil.

 

Lição de vida
Nesses sete meses aqui em Lisboa, acabei fazendo novas amizades, reaproximando com amigos antigos e firmando com quem tinha pouca convivência, como o coronel João Souza, amigo que trabalha no gabinete da senadora Angela Portela, e que outro dia me enviou essa lição de vida que quero compartilhar com o amigo leitor:

O coelho e o cachorro
     Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelho para os filhos. Os filhos do outro vizinho, também pediram um bichinho de estimação para o pai. O homem comprou um filhote de pastor alemão.
    Conversa entre os dois vizinhos:
    - Mas ele vai comer o meu coelho!
    - De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, pegar amizade. Entendo de bicho. Não vai haver problemas.
    E parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos cresceram e amigos se tornaram. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças, felizes com a harmonia entre os dois animais.
    Eis que o dono do coelho foi passar um final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho.
    No domingo, de tardinha, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo de terra, morto. Quase mataram o cachorro de tanta pancada. Dizia o homem:
    - O vizinho estava certo, e agora? 
    A primeira reação foi agredir o cachorro, escorraçar o animal, para ver se ele aprendia um mínimo de civilidade.
    - Só podia dar nisso!
    Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar.
    - E agora? Todos se olhavam.
    O cachorro, coitado, chorando lá fora, lambendo os seus ferimentos.
    - Já pensaram como vão ficar as crianças?
    Não se sabe exatamente de quem foi a idéia, mas parecia infalível!
    - Vamos dar um banho no coelho, deixar ele bem limpinho, depois a gente seca com o secador e o colocamos na casinha no seu quintal.
    E assim fizeram.
    Até perfume colocaram no animalzinho. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas, como convém a um coelho dormindo. Logo depois ouvem os vizinhos chegarem. Notam os gritos das crianças. Descobriram!
    Não passaram-se cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta. Branco, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.
    - O que foi? Que cara é essa? 
    - O coelho... o coelho...
    - O coelho o que? - O que tem o coelho?
    - Morreu!
    - Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.
    - Morreu na sexta-feira!
    - Na sexta?
    - Foi antes de a gente viajar, as crianças o enterraram no fundo do quintal!

    A história termina aqui. O que aconteceu depois não importa. Nem ninguém sabe. Mas o grande personagem desta história é o cachorro. Imagine o pobrezinho, desde sexta-feira, procurando em vão pelo seu amigo de infância. Depois de muito farejar, descobre o corpo morto e enterrado.
    O que faz ele? Provavelmente com o coração partido, desenterra o amigo e vai mostrar para os seus donos, imaginando fazer ressuscitá-lo.
    O ser humano, continua julgando os outros pela aparência, mesmo que tenha que deixar esta aparência como melhor lhe convier.
    Outra lição que podemos tirar dessa história, é que o ser humano tem a tendência de julgar antecipadamente os acontecimentos sem antes verificar o que ocorreu realmente. Quantas vezes tiramos conclusões erradas das situações e nos achamos donos da verdade?

Últimas Postagens