- 09 de julho de 2025
Da JBS para o PRB
E suspeitas de que dinheiro de propina oriunda de Joesley Batista e sua JBS podem bater à porta do homem do milagre da multiplicação dos bens, Mecias de Jesus, e seu filho, Jonatan de Jesus. A Procuradoria-Geral da República está analisando mais uma conversa gravada pelo empresário sobre provável pagamento de propina ao ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, do PRB.
Propina de R$6 milhões
Em depoimento aos procuradores da Lava Jato, Joesley contou que combinou de pagar R$ 6 milhões em propina ao pastor Marcos Pereira, 'dono' do PRB, partido do qual Jonatan e Mecias dominam em Roraima.
Doação para Jonatan
Na declaração de recebimento de doações para sua campanha, Jonatan de Jesus, informa que recebeu R$ 77 mil do grupo JBS, via direção nacional do PRB. Também via diretório nacional, Jonatan recebeu, também, doações da construtora Queiroz Galvão, outra empresa enrolada até o pescoço na operação Lava Jato.
Mixaria
E acredite quem quiser, Jonatan alegou que sua campanha custou R$ 318.750,00.
Também teve para o milagreiro
Da JBS, via diretório nacional do PRB, Mecias de Jesus, recebeu R$ 61.500,00 para sua campanha eleitoral.
'Menino de ouro'
Jonatan de Jesus é chamado de 'menino de ouro' pelo pai milagreiro. Isso porque, com pouco mais de 20 anos, ele já era um milionário dos negócios, sendo, acredite, amigo leitor, apenas um estudante em Manaus, mas com fortuna produzida em Roraima. E justamente por morar em Manaus, estudando Medicina, é que chama a atenção para curioso fato que o Incra e a Receita Federal tomaram conhecimento e nada investigaram.
Como explica?
Em julho e agosto de 2008, Jonatan de Jesus, que morava em Manaus, foi outorgado procurador com plenos poderes para "em caráter irrevogável, irretratável e sem prestação de contas, regularizar, desmembrar, vender, transferir, ceder, doar, ou de qualquer outra forma alienar, para si ou para terceiros', ou seja, passou a ser dono, em uma forma disfarçada de contrato de compra e venda ou de doação total, de três áreas que somadas chegam ao tamanho de 550 campos de futebol.
Batismo
Os lotes de terras, todos do Incra, foram repassados para total domínio de Jonatan de Jesus, por três casais amigos do pai Mecias de Jesus. As áreas, em São João da Balisa, são conhecidas como a 'fazenda do Mecias', onde ele já teria criado rebanho de mais de 800 cabeças de gado, isso declarado à justiça eleitoral.
Como ele, apenas com salário de deputado, com nove filhos de três ou quatro relacionamentos, conseguiu o feito, é que se batizou de 'milagre inexplicável da multiplciação dos bens'.
Explica isso, Jonatan?
No dia 30 de julho de 2008, o servidor público Sebastião Pereira da Silva e sua mulher Mirthô Maria da Silva, compareceram ao 1º cartório de oficios e registros de Boa Vista como outorgantes de procuração para Jonatan de Jesus, que morava em Manaus, a quem conferiram plenos poderes para "em caráter irrevogável, irretratável e sem prestação de contas, regularizar, desmembrar, vender, transferir, ceder, doar, ou de qualquer outra forma alienar, para si ou para terceiros, o imóvel rural de propriedades dos outorgantes constituído como Sítio Riacho Doce, localizado na Vicinal 32, lote n° 1736, cadastrado no Incra sob o n° 9500258393886, com área total de 70,0561 hectares". Ver abaixo:
Explicam isso, Jota R e Lidane?
No mês seguinte, em agosto de 2008, com os mesmos plenos poderes e também em "caráter irrevogável, irretratável e sem prestação de contas", Jonatan de Jesus foi outorgado procurador de José Raimundo Rodrigues e de Lidiane Rodrigues Silva, para regularizar, desmembrar, vender, transferir, ceder, doar, ou de qualquer outra forma alienar, para si ou para terceiros, o imóvel rural de propriedades dos outorgantes constituído como Sítio Capim Verde, localizado na Vicinal 32, lote n° 1380, cadastrado no Incra sob o n° 9500258145718, com área total de 70 hectares".
Ver abaixo:
Perguntinha:
Desde quando J.R. Rodrigues foi 'produtor rural' para receber lote do Incra do tamanho de 70 campos de futebol?
E consegue explicar isso, Jonatan?
Três meses depois, foi a vez do casal amigo Vanilde Pereira de Oliveira e Joel da Cunha Silva, outorgarem como procurador, Jonatan de Jesus, igualmente com total e plenos poderes para "em "caráter irrevogável, irretratável e sem prestação de contas, regularizar, desmembrar, vender, transferir, ceder, doar, ou de qualquer outra forma alienar, para si ou para terceiros, o imóvel rural de propriedades dos outorgantes constituído como Sítio Sonho Azul, localizado na Vicinal 32, lote n° 386, cadastrado no Incra sob o n° 9500258145637, com área total de 403 hectares". Ver abaixo:
Produtor de quê?
Chama a atenção que as procurações tenham sido dadas a Jonatan que, na época, morava em Manaus onde estudava Medicina na Faculdade Nilton Lins. E chama mais atenção o fato dele ter se cadastrado como "produtor rural" pleiteando regularizar para sí o imóvel rural Fazenda Sonho Azul, em 15 de junho de 2010, de acordo com número 54390.000220?2011-87 de identificação do Incra. Jonatan nunca fez nada que o caracterizasse até então como produtor rural.
Isso pode?
Sabe-se que, por lei, que o interessado, seja quem for e o que for, só pode ter um lote inscrito em seu CPF. No entanto, no caso de ser apenas procurador dos proprietários, porém, com plenos poderes para "regularizar, desmembrar, vender, transferir, ceder, doar, ou de qualquer outra forma alienar, para si ou para terceiros", as áreas ficam sob controle e domínio sem que o seu CPF limite e impeça de possuir tais áreas como bem entender. Vê-se que Jonatan não é só o "menino de ouro" do pai. Isso pode, produção?
O leitor sabe
Os motivos pelos quais esses três casais passaram seus lotes para Jonatan de Jesus, só pode ser um. Isso, mesmo, que o leitor tem certeza do que se trata.
Quer o Incra
Na quarta-feira, 4, a repórter Délis Ortiz, do Jornal Nacional, informou que Jonatan de Jesus estaria promovendo um toma lá dá cá com o Palácio do Planalto. Ele não forçaria a convocação de dois ministros para dar explicações na Comissão de Minas e Energia da Câmara, e em troca, o presidente Michel Temer nomearia uma indicação sua para o Incra em Roraima, além de liberar recursos de emendas parlamentares
Doação curiosa
Uma tal Cavalca Construções e Mineração Ltda, com sedes no Paraná e Mato Grosso, sabe-se lá porquê, doou R$ 100.00,00 (Cem mil reais) diretamente na conta bancária da campanha de Mecias de Jesus. A Cavalca Construções e Mineração Ltda consta como empresa que teria se beneficiado do Petrolão, em delação feita por Nestor Cerveró.
Investigação
A Polícia Federal investiga, também, o fantástico aumento em cinco vezes no valor dos contratos da Cavalca Construções e Mineração Ltda com o Dnit justamente em 2014, ano em que a empreiteira doou R$ 2 milhões para campanha de candidatos do PR em Mato Grosso, onde tem sede.
A PF já identificou que a Cavalca recebeu, no total, R$ 94 milhões do órgão, caracterizando um aumento de mais de cinco vezes em contratos em quatro anos, tempo que o PR manda e desmanda no Ministério dos Transportes.
Depressão e violência
A tragédia de Janaúba, no Norte de Minas, em que um vigia desequilibrado ateou fogo numa creche a matou oito crianças de menos de seis anos de idade e uma professora, mostra a que ponto a depressão em forma de revolta e raiva pode chegar. O vigia foi diagnosticado com estado depressivo e fora demitido da creche.
Doença
Estudos apontam que estados de depressão não se revelam apenas em forte apatia e desânimo, mas também, em surtos de violência e agressões. A depressão normalmente é causada por alguma situação perturbadora ou estressante que ocorre na vida, como morte de um familiar, problemas financeiros, rompimentos de relação, e rejeição.
Campanha curta
Tem várias novidades positivas no arremedo de reforma política, aprovada no Congresso no apagar das luzes e publicada no Diário Oficial da União no último momento do prazo legal. Mas a principal delas é que a ladainha do “vote em mim”, no horário gratuito de rádio e TV, vai durar apenas 35 dias. A propaganda eleitoral ainda será longa, ninguém merece, mas já foi pior: até 2016, a campanha durava 90 dias.
Faltou informar
Quem assistiu ontem a reportagem do Fantástico sobre os 'R$ 32 milhões' que a Polícia Federal diz que foram desviados do programa Minha Casa Minha Vida, na construção do Vila Jardim, não viu nenhuma prova testemunhal ou documental de quanto, quando, onde, como e pra quem esse dinheiro foi desviado.
Sem dados concretos
O delegado da PF, Alan Robson, falou em superfaturamento na compra da área em que foi construído o Vila Jardim, que foi aprovada pelo Tribunal de Contas da União; falou em desvio de dinheiro na construção, porém, não detalhou nada do que acusa.
Em suma, quem esperava uma reportagem esclarecedora, assistiu uma matéria sem dados concretos.
Sobre mimimi
De um ex-presidente da ALE, sobre pagamento de serviços especiais: 'Político paga em dia só aquilo que ele valoriza, que ele reconhece como importante. O que ele não dá valor, ele esquece'.
Da série 'Perguntinha que mata':
De uma gaúcha: 'Bah, tchê, quem era que estava falido e decadente?
Posteridade
Camisa 18, melhor do mundo. No Barcelona, é 10.