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Edersen Lima - Lisboa

Não pode afirmar nada


Não pode afirmar nada
Quem teve acesso à gravação feita - não se sabe se com autorização judicial ou não - de uma conversa entre os senadores Aécio Neves e Romero Jucá, mesmo querendo crer que o assunto tratava da operação Lava Jato, não pode afirmar que havia em curso algo que atrapalhasse ou impedisse a operação. Alí há críticas que também não se podem afirmar que eram sobre a operação.


Estado policialesco e de exceção
Abaixo o teor da conversa que, repete-se, não se prova que era sobre a Lava Jato, e que, mesmo se fosse, se trataria de críticas. Se o país passar a condenar quem critica, quem tem opinião adversa ao que autoridades da lei têm como verdade - mas sem provas -, estamos já vivendo um estado policialesco, de exceção.
A Procuradoria da República está impondo ao país que críticas são crimes de obstrução à justiça. 
Aécio - Alô...
Jucá - Fala, meu presidente!
Aécio - Fala, meu irmão, tudo bem? E aí?
Jucá - Tudo firme, na luta, né?
Aécio - ... (incompreensível)...
Jucá - Com tranquilidade, mas...
Aécio - É um dano, né?
Jucá - É. Você vai estar aqui quando em Brasília?
Aécio - Eu tô programando de voltar... na verdade eu tô em Brasília, no aeroporto,
embarcando. E vou... chegar na segunda à noite, tô aqui na terça e segunda à noite
e terça-feira o dia inteiro. (Incompreensível)... essa semana é meio morta aqui, num
vai?... (incompreensível)...
Jucá - Eu não sei, né? Mas eu acho que a gente... a gente precisava...
Aécio - Conversar.
Jucá - O Jader chega na segunda, eu combinei com ele. Eu acho que a gente
precisava na segunda dar uma conversada.
Aécio - Vamos de... vamos ver se na segunda à noite... então... deixa alguma coisa
organizada aí.
Jucá - Deixar marcado.
Aécio - Eu tive com o Eunício ontem e falou um pouco da conversa que vocês
tiveram aquele dia... (incompreensível)... A última. Eu tô... eu vou fazer o possível para chegar segunda aí mais no início da noite.
Jucá - Tá.
Aécio - Me dá uma ligada pra marcar alguma coisa.
Jucá - Tá, tá.
Aécio - Também eu acho que é agora ou nunca, né?
Jucá - Não, não... deixa eu te falar... ééé... passou do limite, porra. Já devia ter
sido.
Aécio - Claro.
Jucá - Agora vamos discutir tudo isso, né? Tá? É importante.
Aécio - Você vê... mas você vê condições?
Jucá - Vejo... vejo...
Aécio - Também vejo. Também acho que... essa forma como está sendo feito isso
aí... essa banalização geral da política.
Jucá - Vejo... vejo... é.
Aécio - Então tá bom. Um abraço.
Jucá - Um abraço, OK. Tchau


Perguntas
Para o procurador geral Rodrigo Janot, a conversa se dá sobre a Lava Jato, de Aécio e Jucá combinarem uma forma de barrar a operação. Mas como vão barrar essa operação? E mais, e se a conversa for sobre a reforma na Previdência, a situação do país é não é grave quanto ao déficit previdencial? Aprovar a reforma e olhar para as gerações futuras é 'agora ou nunca' se deve votar e aprovar? Já passou ou não do 'limite' alguns abusos como o da obrigatoriedade da contribuição sindical? A forma como a oposição trata a reforma previdenciária banaliza ou não de maneira generalizada a classe política?


Jogando a opinião pública
Expor seletivamente seus grampos, autorizados ou não pela justiça, encomendados ou não a implicados na Lava Jato em troca de delações vantajosas e privilegiadas como as dos irmãos Batistas, têm, também, claro objetivo de intimidar críticos. Principalmente, quem critica esse modo ditatorial, opressivo, constrangedor de jogar a opinião pública contra quem diverge ou reclame de tais métodos.


Chôroro e mimimi
É falta de simancol e disciplina todo esse chôroro e mimimi que alguns coronéis da Polícia Militar estão fazendo contra a posse do coronel Edson Prola. Simplesmente, têm que entender que a governadora é a comandante em chefe da PM, cabe a ela a decisão. Fora que, se tivesse alguém que dona Suely Campos entendesse ser melhor preparado, estaria no comando.


Não vai dar em nada
Toda essa celeuma envolvendo os vereadores Vavá do Tinguá e Genilson Costa não vai dar em nada. O Ministério Púbico Estadual ainda nao se manifestou e é o único que poderá promover alguma ação que desemboque em ação penal. Já na Câmara de Vereadores, o presidente Mauricélio Fernandes, não acatará qualquer denúncia contra os dois colegas. Talvez raciocine que antes dois aliados dependentes do seu lado, votando tudo o que ele mandar, do que dois novos que podem ser aliados da prefeita Teresa Surita.


Telmário mostra que Angela foi contra Moro
As redes sociais mostraram ontem dois posts que confirmam o perfil controverso e contraditório, para não dizer outra coisa, de Telmário Mota, o galo de Nibirú. O primeiro, ele entrega a senadora Angela Portela como quem assinou ofício denunciando o juiz Sérgio Moro ao Conselho Nacional de Ética, ofício esse que contém, também, o nome dele, embora ele jure que não assinou. Ou seja, na hora do 'vamo ver', Nibirú 'delata', expõe, tira o seu da reta, pula fora, mesmo sendo acusado. Ver post abaixo:


Painel não prova
A segunda publicação, é de se questionar Telmário Mota, que gosta de apresentar documentos ou provas que não condizem com os fatos verdadeiros. Ele postou que foi o único senador de Roraima a votar pela derrubada do veto de um trecho da cobrança do ISS, e mostra uma foto de um painel eletrônico em que aparece o seu nome como quem votou. Mas votou o quê?

 


Outras perguntinhas:
A derrubada do veto se deu em sessão do Congresso, ou seja, no plenário da Câmara, a foto da votação usada na postagem de Nibirú é do painel do Senado ou da Câmara? E mesmo assim, mais uma vez, ele quis ou não expor Angela Portela?


Costume

Em nota acima, afirmo que Telmário Mota gosta de apresentar documentos ou provas que não condizem com a verdade. Exemplo disso, é um processo dele em Brasília em que ele mentiu à justiça apresentando certidão com sobrenome diferente, e assim, passar ofício de que não tinha nenhuma condenação em Roraima. Jogou a culpa para cima do seu advogado. 


Remoção só com meta atingida
Por unanimidade, o corregedor geral do Tribunal de Justiça, desembargador Mauro Campello, emplacou proposta que melhora o desempenho de juízes e por consequência beneficia a sociedade com uma justiça mais célere. Agora, todo juiz que pleitear remoção da vara em que atua terá que mostrar que está em dia com as metas estabelecidas pelo Tribunal. (foto Folha de B. Vista)


The timing is now
Já Edson Prola, se nessa semana não emplacar o policiamento ostensivo, chamar os que estão sendo utados como guarda-costas de deputados e leões de chácará de órgãos públicos que deveriam ter suas próprias guardas ou polícias, vai cair no mesmo limbo de reclamações da população. 


Chega de balblablá e trololó
Deputado Jorge Everton, relator da CPI do Sistema Prisional - que já tem mais de meio ano de trabalho, já sabe que pelo menos R$ 3,5 milhões foram desviados do Fundo Prisional para empresas suspeitas, que isso só ocorreu porque os computadores do então secretário Uziel Castro e de um servidor falecido foram usados para transferir a dinheirama, e que Uziel não prestou esclarecimentos desse rolo - o povo não quer saber de mais trololó. O povo quer saber é quem roubou dinheiro público e as penas que lhes serão aplicadas.
Chega de blablablá parecendo que quer proteger alguém ou que a CPI está inclinada a um grande acordo.


Cadê o MPE que não vê nada disso?
Agora vem essa de que os documentos da Secretaria de Justiça referentes ao uso de recursos para o sistema prisional foram queimados. Aí, pronto, ninguém é responsabilizado? Como delegado de polícia, Jorge Everton não vê que é crime sobre crime, primeiro roubaram dinheiro do Fundo Prisional, depois queimaram documentos? Quem era o secretário na época dos roubos? Já colheram junto ao Banco do Brasil a origem dos computadores e senhas que autorizaram o pagamento daqueles R$ 3,5 milhões em nota fiscal, sem emprenho, sem nada?
Cadê o MPE que não vê nada disso?


Evitou ser manchete de jornais
Para fechar a Página, indicado para o Conselho de Ética, Telmário Mota fugiu da raia. Não aceitou indicação do seu partido. Pelo sim pelo não, evitará ser notícia de que no Conselho de Ética há um senador casado de 60 anos, que tem ou teve romance com uma jovem 40 anos mais nova, que iniciou caso um mês depois dela completar 16 anos, e responde inquérito no STF por tê-la espancado violentamente por ciúmes.


Me engana que eu gosto
A desculpa de Telmário Mota e bem ao seu estilo. Ele disse que não topava ficar em uma comissão com certas pessoas envolvidas na Lava Jato.

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