- 11 de julho de 2025
Acordos com bandidos
Então é assim, o empresário corrompe, rouba, desvia dinheiro público com ajuda de políticos e partidos, faz acordo de delação premiada - sim premiada, mesmo - com ou sem provas na maioria na base da versão própria para não mofar na cadeia. O Ministério Pública Federal endossa, a justiça prende já na linha do 'confessa, abre o bico, delata, conta tua estorinha' e a República, trinca.
Difícil não crer que por trás da gravação que o empresário Joesley Batista fez da conversa que teve com o presidente Michel Temer, não esteja objetivo da Procuradoria da República em 'pegar o presidente'. Vamos e venhamos. O MPF fez acordo com bandido. 'Vá lá, meu filho, grava o presidente. Faz ele falar algo que valha a pena o seu premio', e transforme o país democrata em um país de delatores, de armadores de arapucas, de bandidos arrependidos e beneficiados com a gaguetagem nem sempre comprovada.
Noticiado o feito, a imprensa escandalizada trata de escandalizar o povo. E o povo, como sempre, manobrado.
Não. De forma alguma e não acredito que alguém que queira o bem do seu país seja contra a existência, contra as funções do Ministério Público e não reconheça o bem que a Lava Jato está fazendo pela sociedade brasileira. Mas com esse mesmo objetivo de uma nação mais igualitária, fraterna, digna, honrada e forte, em 1789 os revolucionários franceses, depois de degolarem a realeza e metade da burguesia, implantou o 'Terror' onde bastava alguém, seja quem for, fosse quem fosse ser acusado de conspirador, crítico ou não simpático à revolução para ir parar na guilhotina.
Já disse aqui recentemente, que a História está aí para nos ensinar que todo poder de esquerda ou moralizador, todo poder 'soberano do povo', acabou mal para o povo. Rebespierre, Lenin, Hitler, Fidel, e do lado sul-americano, Chávez, são exemplos a serem lembrados. Vejo, com cautela, a voracidade com que o MPF quer passar a limpo o país, em que os meios (prisões que forçam delações confiáveis e inconfiáveis) justificam seus fins (uma nova eleição com alguém do MPF sendo candidato moralizador)?.
Há de se respeitar a divisão de poderes. Executivo, Legislativo e Judiciário, qualquer um que se coloque a mais, acima e inconteste sobre os demais, é golpe, é tirania disfarçada de moralidade justificada com penalidades (prisões). O mundo conhece ditaduras porque um poder, sempre o Executivo, se sobrepôs ao demais, porém com consentimento pontual do Judiciário, que é o poder que avaliza e endossa as tiranias de todo e qualquer ditador. E não vamos longe para vermos isso. Na vizinha Venezuela, o Judiciário disse amém a tudo que Hugo Chávez quis, e vem dizendo ao que Maduro quer.
Há de se explicar que, esses judiciários cúmplices são formados por indicações dos tiranos ditadores.
Não quero e tenho certeza que 99% da população também não quer um sistema em que impere o modus operanti de denúncia-acusação que é a raiz do MPF. Quantas e quantas autorizações de grampos, de monitoramentos e outros meios investigativos poderão ser autorizados com os argumentos quaisquer de que servem para o inquérito disso e daquilo em uma 'repúlica de procuradoria'?
Quem já foi vítima de erro do MPF, sabe bem o que falo. Um erro deles mancham honras, causam danos morais irreparáveis.
Quanto à conversa de Temer com o empresário afinado com o procurador Rodrigo Janot para 'gravar o presidente, sinceramente, não ví em que o presidente mereça ser 'impinchado' ou renunciar. O que se ouviu da conversa foi um criminoso assumindo mais crimes de corrupção. Não se escuta Temer dando qualquer aval a Joesley a manter sua linha criminosa de comprar informantes, incluindo aí, um susposto juiz.
No mais, temo que com a desculpa de se passar o país a limpo, apareça um sistema de tirania disfarçada, em que homens teoricamente honrados e dignos para o exercício de se cumprir a lei, se prezam a fecharem acordos com bandidos. Acordos esses que beneficiam, em muito, os bandidos.