Edersen Lima

Reconhecimento e comparações
Nos últimos 24 anos Boa Vista teve três prefeitos: Teresa Surita, Ottomar Pinto e Iradilson Sampaio. Da gestão de Ottomar, a única obra que se lembra é a do primeiro viaduto da cidade. Lembra-se ainda da majoração exorbitante do IPTU no terceiro mês de administração, e da frustração do cidadão que esperava que o município se transformasse  num grande canteiro de obras' como o saudoso brigadeiro prometeu em campanha, o que nunca ocorreu.
Iradilson Sampaio herdou o mandato de Teresa em 2006, e se reelegeu em cima de uma mentira deslavada batida todos os dias da campanha de 2008 no jornal do seu então super secretário de economia, fazenda e planejamento, Getúlio "Dragagem" Cruz, de que o adversário do prefeito estava envolvido em crime de pedofilia. Por seis anos Iradilson, sob orientação de seu "babalaô" do planejamento, quebrou o município fazendo a pior gestão da história de Boa Vista.
As desastrosas gestões e Ottomar e Iradilson são fatos e ninguém sequer os discute. Sobra as quatros vezes em que Teresa governou Boa Vista, e informações de suas realizações: Complexo Ayrton Senna, Complexo Mané Garrincha, Vila Olímpica, Orla Taumanan, Hospital Santo Antônio, iluminação da cidade, Parque Germano Sampaio, creches, pavimentação de avenidas, ruas e becos, fim das valas centrais e outras obras. Sobra o que o boa-vistense viu de 2012 para cá, no que a cidade falida se transformou nesses quatro anos.
Em suma, daqui a 10 dias, o horário de TV e rádio começa, e vai servir para o eleitor comparar promessas de campanha, acusações de mal feitos, e histórico de realizações. O reconhecimento e comparações dos discursos é que decidiram a eleição.

Agiram com permissão
Pelo posicionamento da governadora dona Suely Campos, os advogados Angelo Peccini e Frederico Leite agiram com sua permissão quando visitaram tarde da noite dois detidos na operação Cartas Marcadas, segundo denúncia feita pela advogada dos presos, com base em gravação de uma conversa comprometedora, em que os advogados da governadora fazem proposta de benefícios aos detidos em troca de delação que incrimine adversários da chefa.
Agiram com permissão de dona Sula porque não houve nenhuma manifestação contrária ao feito dos seus advogados, um casado com sua primeira sobrinha, o outro, empregado no governo.

Caroço nesse angú
O Ministério Público Estadual também age de forma estranha à investida dos advogados Frederico Leite e Angelo Peccini. Citado na conversa como espécie de parceiro da armação da dupla, o órgão sequer emitiu nota oficial sobre o assunto que, em tempos de Lava Jato, teria no mínimo imposto à dupla a obrigação de se explicar, se não, decretada a prisão dos dois por obstrução à justiça.
Porém, igual dona Sula, o MPE está pianinho, o que estimula a onda de especulações de que há caroço nesse angú.

Com bolos e delícias
Já são dois meses da Cartas Marcadas e nenhum dos presos, nem o irmão todo honesto e correto de uma autoridade, recebeu refresco da justiça. Refresco, realmente não receberam, mas a comida que vem sendo entregue por familiares, inclusive com bolos, pudins e outras delícias produzidos por mão de obra privada mas paga com dinheiro público, tem dado um 'grau' na vida que vêm levando.

Ajudou a operação
Extra-oficialmente, corre informação que a Cartas Marcadas se beneficiou de cópias de documentos encontrados na casa de um zeloso denunciado, que tirava para seu controle pessoal.

Quem indicou?
O deputado Brito Dandão que manteve relacionamento amoroso com sua comadre batizada pelos amigos como "Danadinha" (por ser mais jovem que ele e em alusão ao codinome 'Danadão' dele), está em outro relacionamento que promete chegar ao altar com Estela Mozart, irmã do deputado Chico Mozart, e já nomeada como adjunta da Secretaria de Cultura.

Realizado ou flagrado?
Para uns, Estela Mozart foi indicada pelo namorado Danadão. Para outros, se trata de parte do acordo para ingresso do irmão na base aliada governista.
Pelo sim, pelo não, o certo é que Estela não possui nenhum histórico de atividades e empreendimento culturais realizados ou flagrados.

Telmário a um passo do STF
Como o amigo leitor já sabe, Telmário 'melancia' Mota foi denunciado pelo procurador geral Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal por crime de agressão física violenta (a vítima desmaio de tanto apanhar) baseada no Boletim de Ocorrência em que a delegada e o Instituto Médico Legal afirmam que Maria Aparecida Melo, namorada de Telmário (que é casado). 

Janot acusa mentira
Para Rodrigo Janot, “apesar da diversidade de versões, a verossímil é a primeira, porquanto o exame de corpo de delito efetivado em Maria Aparecida Nery de Melo apontou lesões em diversas partes do corpo (…). Com efeito, se Telmário Mota a tivesse tão somente segurado para fazer cessar injusta agressão, Maria Aparecida não apresentaria lesões na face e no corpo”, escreveu o procurador-geral. No pedido de abertura de inquérito o procurador-geral pede que o senador e a estudante sejam ouvidos, bem como o advogado que a acompanhou quando foi feito o registro do boletim de ocorrência.

Crime de falso testemunho
Ou seja, Maria Aparecida corre risco de ser acusada de mentir em juízo. Ela apresentou três versões para a peia que levou. A primeira que, enciumado Telmário lhe deu socos, ponta-pés e com tanta raiva, até mordeu a sua orelha. A segunda versão, depois de suposto acordo em que entrou em jogo uma nova moradia para ela e pagamento total do seu curso de odontologia, Maria foi à Polícia e disse que mentiu, e que ela se machucou sozinha enquanto Telmário, inocentemente se defendia depois deles se 'encaminharem ao quarto para irem dormir". A terceira, e mais esdrúxula das versões, Maria Aparecida assume ter desvio de caráter e criminosamente acusou Telmário, inocente, de tudo aquilo a mando de 'um namorado' que nome teve o nome citado.

Maria tinha 14 anos
Para o procurador, há elementos suficientes para a instauração de inquérito. “Ou havia coabitação – pois a vítima afirmou, primeiramente, que vivia maritalmente com Telmário Mota há cerca de três anos e meio -, ou havia relação íntima de afeto, pois a vítima afirmou posteriormente que considerava-se namorada do congressista”, afirma na manifestação ao STF.
Desse ponto, fica evidente que, se em dezembro passado, Maria Aparecida, com 19 anos e quatro meses afirmou na Polícia que mantinha relacionamento amoroso com Telmário 'há três anos e meio', então ela tinha 14 anos e 10 meses quando começaram a se relacionar.