- 11 de julho de 2025
Festival de estórias mal contadas
Amigo leitor, pense em umas estórias mal contadas e cabeludas que são as duas versões dadas pela estudante Maria Aparecida Nery Melo, 19 anos, ex-amante do senador das melancias Telmário Mota, casado, 58 anos, para negar o boletim de ocorrência que ela registrou contra ele por agressão física (socos, chutes e mordidas).
Esses três anos e meio, que Maria diz no primeiro depoimento ter vivido "matiralmente" com Telmário mostram que ela adquiriu o jeito fantasioso dele contar suas versões de fatos, isso, lembrando as duas mirabolantes razões que ele criou para justificar a sua prisão na operação Galo de Ouro, em flagrante presença em uma rinha de galos.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Telmário Mota afirmou que nunca que teve qualquer relacionamento com Maria, e que até não a conhecia muito bem.
Pessoa que mente
A Coluna questiona as duas versões de Maria, que, ao contrário do que talvez imagine, não esclarece nada e sim, complica muito a situação dela que assume ser uma pessoa que mente e de caráter duvidoso.
Ver abaixo, o Boletim de Ocorrência em que Maria Aparecida conta, com riqueza de detalhes, a agressão que sofreu de Telmário Mota:
Segundo depoimento
Depois de, na frente de uma delegada e de uma escrivã, detalhar como e porquê foi agredida por Telmário Mota, ler e assinar o depoimento, isso em 31 de dezembro passado, Maria Aparecida retornou no dia 11 de fevereiro para retirar a queixa. Na delegacia, ela soube que pela Lei Maria da Penha o inquérito seguiria adiante, sendo assim, ela resolveu prestar novo depoimento onde muda totalmente a versão e informa que ela, e não Telmário, por ciúme dele, o atacou dando-lhe alguns chutes e que assim acabou caindo, batendo a cabeça e desmaiando.
"Esperneei e dei alguns chutes na direção dele. Depois, caí no chão, bati a cabeça e desmaiei", declarou à polícia nessa segunda versão, alegando que prestou o primeiro depoimento por "raiva e ciúme".
Responde, Telmário?
Como assim, um senador da República, casado, vê sua amante cair, bater a cabeça, desmaiar e não a leva para um hospital?
Versão na bate
Então surge a terceira versão, que provoca inúmeras dúvidas e perguntas. Em um vídeo, Maria acusa o "namorado" de tê-la forçado a ir na delegacia acusar falsamente Telmário por agressão. Segundo essa versão, o namorado estaria com ciúmes. No vídeo, Maria assume que protagonizou um crime. Sim, calúnia e informação falsa de crime, são crimes.
Aí vem os questionamentos que não batem nessa terceira versão. Como é que Maria e esse namorado vão à Polícia incorrer prestar falsa informação de um crime contra um sujeito que tem fama de ser violento, que anda armado, que coleciona boletins de ocorrência por agressões físicas e ameaças, e além de tudo, está com mandato de senador?
IML desmente Maria
Nessa terceira versão, Maria diz que "bebeu e escorregou" e aproveitou essas pequenas escoriações para servir de provas no BO falso contra Telmário.
Ocorre que, a delegada que colheu o primeiro depoimento de Maria, pelos anos de profissão, afirma ter reconhecido as marcas de agressão física, e o laudo do Instituto Médico Legal, também comprova que ela sofreu violência física pelas características das marcas no corpo.
Abaixo, o laudo do IML detalhando a agressão sofrida pro Maria:
Se enrola mais
O advogado Thiago Amorim, que acompanhou Maria Aparecida à delegacia, foi acusado por ela de ter "redigido" o BO "calunioso contra o senador". Mas um ponto em que Maria se complica. Isso porque ela primeiro acusa o advogado de fazer o que obviamente não fez. Segundo, ela acusa uma delegada e uma escrivã de prevaricarem com uma irregularidade, que seria a de permitir que um advogado sentasse à cadeira de delegado e ele próprio redigisse o termo que ela, Maria, diz que assinou sem lê. Quem acredita nisso?
Se enrola mais e mais
No vídeo, Maria Aparecida se enrola toda ao falar que o G1 (portal de notícias da Globo) estava lhe procurando e aí foi na delegacia registrar novo BO. Ocorre que em fevereiro, quando ela registrou outro boletim de ocorrência, ninguém do G1 foi atrás dela para fazer qualquer matéria.
Continuou mentindo?
Na mesma balada no vídeo, Maria diz que foi procurada por pessoas ligadas ao senador Romero Jucá com ofertas de dinheiro para que ela apresentasse o BO que fez contra Telmário, e explorasse nas redes sociais. Então, ela resolveu prestar o segundo depoimento. Aí vem outra pergunta: Por que Maria, nesse segundo depoimento não falou a verdade de que foi pressionada por um namorado, e sim, continuou a mentir afirmando que tinha um caso com Telmário, só mudando a situação de agredida para agressora?
Polícia Federal deve colher depoimento
Para informação de Maria Aparecida, Romero Jucá pode pedir investigação da Procuradoria da República e da Polícia Federal para colher diretamente com ela, detalhes dessa declaração de que pessoas próximas a ele, a procuraram.
Reputação abalada
O advogado Thiago Amorim, por sua vez, acusado de digitar um documento calunioso, pode ter sua reputação abalada e prejuízos profissionais. A própria OAB fica na obrigação de colher junto a ele explicações sobre a acusação pesada feita por sua ex-cliente.
Sempre visto
Está na cara que as duas versões de Maria Aparecida são conflitantes. A Coluna obteve junto a vizinhos dela, informações que apontam que os dois, Telmário e Maria, se não mantém o relacionamento que ela disse no primeiro depoimento acontecer há três anos e meio - desde que tinha 15 ou 16 anos -, são muito próximos. Vizinhos afirmaram que o carro do senador é constantemente visto estacionado em frente à casa de Maria. Que ela quase não sai de casa, isso por causa do ciúme dele.
Curso pago
Uma vizinha contou que Telmário Mota é quem custeia os gastos de Maria, e que até já teria pago todo o curso universitário dela. Ele nega.
Maria é aluna do curso de Odontologia, na Faculdade Cathedral. O pagamento total do curso teria ocorrido no início do ano.
Análise
O eleitor de Boa Vista será convidado a avaliar entre as prováveis candidaturas que concorrem ao Palácio 9 de Julho, qual delas tem lastro, qualquer histórico de realizações, com projetos plausíveis de desenvolvimento, e como tornará em fato esses projetos plausíveis, para concorrer com a experiência e feitos dessa quarta gestão de Teresa Surita.
Mosca na sopa
Em termos de lastro e feitos na vida que os credenciem a ser prefeito de Boa Vista, só a deputada Shéridan, desponta com alguns projetos sociais realizados. No entanto, ela já esbarra nas críticas de que só os realizou porque era primeira-dama e tinha objetivo eleitoral, o que lhe garantiu votação estrondosa para deputada federal.
O restante dos candidatos, estão no mesmo nível no histórico de realizações. Uns, até, envolvidos em escândalos de calote eleitoral. e outros "tombos".
Antes e depois
O eleitor boavistense, inevitavelmente, será convidado a comparar a cidade deixada por Iradilson Sampaio, que tinha Telmário Mota como líder na Câmara de Vereadores e o professor da Dragagem, Getúlio Cruz como super secretário de economia, fazenda e planejamento.