- 11 de julho de 2025
Me engana que eu gosto
E o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teve que vir a público para negar o que ninguém acredita, de estar por trás dos vazamentos dos pedidos de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do ex-presidente da República José Sarney, do senador Romero Jucá e do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha.
Em encontro com procuradores eleitorais em Brasília, o chefe do Ministério Público afirmou que empregará todos os esforços à disposição para "descobrir e punir" quem cometeu o vazamento, que ele classificou de "crime". A coluna comentou isso na semana passada e aposta que Janot e ninguém do PGR irá descobrir quem vazou os pedidos que só ele e seus assessores mais próximos e o minstro Teori Zavaschi, do STF, tinham conhecimento.
Pesa ainda mais contra a negativa de Janot, não ser a primeira vez que ele faz um pedido e o STF demora além das suas expectativas para decidir. Assim, o vazamento é visto por ministros do STF como por grande parte da imprensa como um mecanismo de Janot forçar a barra, jogando a opinião pública a pressionar o Supremo.
Se lançou candidato
Estranhamente, Rodrigo Janot, que nunca teve seu nome ventilado, nem em rodas de bar, para uma possível candidatura a qualquer cargo eletivo, sem mais e nem menos, negou que era candidato a presidente da República. Essas comunicações são vistas como quem quer forçar ou criar a idéia de uma candidatura que ninguém sequer especulou.
Complicado
Não é nada boa a situação do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, do STJ. Executivos da Odebrecht que decidiram colaborar com a Força-Tarefa da Lava Jato vão relatar aos procuradores que advogados e executivos da empresa receberam de representantes do governo a informação de que Dilma nomearia um ministro “garantista” para o tribunal.
Na linguagem que se falava naquele tempo, isso queria dizer: alguém que atuaria para tirar da cadeia Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, então presidente da Andrade Gutierrez. Dilma nomeou Navarro.
Votou pela libertação de Odebrech
Coincidência ou não, Navarro foi o único dos cinco ministros da turma a votar em favor da libertação de Marcelo. Segundo o ex-senador Delcídio do Amaral, esse era o propósito de Dilma ao fazer a escolha. A atuação de Navarro está sendo examinada agora pelo Conselho Nacional de Justiça.
Ministro Vapt-Vupt
Representante do PRB em Roraima, o secretário do Ministério dos Esportes, Marcos Jorge, está sendo chamado de "ministro vapt-vupt" em aluzão ao período em que será ministro da Indústria, de 16 a 18 de junho
Filme queimado
Não pegou bem, entre os advogados, a "parceria" entre o presidente da OAB, Rodolfo Moraes, com o governo de dona Suely Campos, onde o escritório dele firmou contrato de quase R$ 200 mil por seis meses por consultoria à Codesaima, que tem setor jurídico seis advogados empregados, e por outro lado, ele em nome da Ordem, assina notas e notas de apoio a Neudo Campos, marido da governadora, condenado a mais de 60 anos por peculato, desvio de dinheiro público e formação de quadrilha.
Com a palavra, o MPE
Esses quase R$ 200 mil semestral que Rodolfo Moraes irá embolsar é dinheiro do contribuinte, e não de dona Sula. Sendo assim, cabe ao Ministério Público Estadual, zalar pelo o que for abuso de gasto no caso da Codesaima possuir um setor jurídico completo, e necessitar contratar sem licitação o escritório do presidente da OAB, para resolver questões jurídicas da empresa.
Sem supresas
A Coluna não se surpreenderá se, de repente, o advogado casado com a primeira sobrinha de dona Sula, fizer parte do quadro ou prestar serviços ao escritório do presidente da OAB.
Delação letal
A decisão de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, de fazer delação premiada pode levar à cassação do mandato de Dilma Rousseff pelo Tribunal Superior Eleitoral. Vaccari tem documentos e provas sobre a campanha de 2014 que podem sacramentar de vez o destino da "mulher sapiens" e teria muito a dizer sobre Lula.
Ottomar como exemplo
Como há, por parte do presidente do TSE, Gilmar Mendes, entendimento que já apontou jurisprudência capaz de condenar Dilma e livrar Michel Temer, observando o caso do saudoso Ottomar Pinto, que era julgado por crime eleitoral supsotamente cometido na eleição de 2006, mas morreu durante o processo em dezembro de 2007; e o vice, Anhcieta Júnior, que assumiu o cargo acabou inocentado, porque o tribunal entendeu que o responsável pelas contas é o titular da chapa.
Rítmo mantido
E para não perder o rítmo, ontem foi registrado mais uma fuga no sistema prisional de Roraima. Dessa vez, um biraco feito na parede externa da Cadeia Pública serviu de "porta de saída" para detentos.
Argumento falho
Assim, com essa vulnerabilidade - para não dizer facilidade - com que presos fogem das cadeias roraimenses, fica complicado argumentar que Neudo Campos, que fugiu todas as vezes em que teve mandado de prisão decretado esse ano, estará preso num sistema seguro.