- 11 de julho de 2025
Farra com terra pública
Reportagem de ontem do Fantástico mostrou a grande farra que ocorre há anos na distribuição de terras da reforma agrária feita pelo Incra. Enquanto trabalhadores rurais passam muito tempo esperando por um lote, empresários, autoridades públicas, políticos e até gente morta receberam áreas do governo, sem gastar um tostão. Segundo a Controladoria-Geral da União, há 76 mil lotes com indícios de fraude, quase 8% do total concedido nos últimos 20 anos
Regras
Só pode ganhar terra do Incra quem não possui sítio, chácara e fazenda e é comprovadamente produtor rural. A renda familiar não pode passar de três salários mínimos. Marido e mulher beneficiados com a terra do Incra não podem ser funcionários públicos, políticos com mandato e nem donos de empresas.
Caso intrigante
Essas condições de, no mínimo estranhas, em propriedades de áreas rurais distribuídas pelo Incra levantam questionamentos em Roraima. Pegando o caso intrigante do deputado Jonatan de Jesus, que em julho, agosto e novembro de 2008, então empresário dono de um posto de gasolina, e morando em Manaus onde fazia faculdade, tornou-se procurador com total e irrevogáveis poderes de três lotes somando mais de 540 hectares, todos os lotes coincidentemente na Vicinal 32, região de São João do Balisa, onde depois moradores apontavam que se localizava a fazenda do pai de Joantan, o deputado do milagre da multiplicação dos bens, Mecias de Jesus.
Fora das regras
Todos os supostos "produtores rurais" eram e ainda são funcionários públicos, tinham renda bem superior a três salários mínimos - o que é vetado pelo Incra - e repassaram para Jonatan, um universitário que nem em Roraima morava, plenos poderes para "em caráter irrevogável, irretratável e sem prestação de contas, regularizar, desmembrar, vender, transferir, ceder, doar, ou de qualquer outra forma alienar, para si ou para terceiros, o imóvel rural de propriedades dos outorgantes. Em outras palavras, deram seus lotes para Jonatan de Jesus.
Compadrio
Entre os "produtores rurais", está o casal José Raimundo Rodrigues, o Jota R, assessor braço direito há mais de 20 anos e compadre de Mecias de Jesus, e sua mulher, Lidiane Rodrigues, uma da melhores amigas da esposa de Mecias, Darbilene Rufino, a Darby como é mais conhecida nas colunas sociais. Os dois são funcionários públicos desde a época em que ganharam o lote do Incra.
Nem um piu
O motivo ou motivos pelos quais esses "produtores rurais" transferiram suas terras em Roraima com plenos e irrevogáveis poderes a um estudante que morava no Amazonas nunca foi explicada nem pelos donos das áreas e nem por Jonatan de Jesus.
Lorota
O governo da presidente Dilma Rousseff insiste na lorota de que falta dinheiro para investir em segurança, saúde, educação e infraestrutura, mas a verdade é que as receitas em 2015 foram as maiores da história do País: R$ 2,7 trilhões. Nem a desculpa de descontar inflação explica a incompetência do governo, pois o valor subiu 22,7%, mais do dobro da inflação, em relação a 2014, que tinha o recorde de R$ 2,2 trilhões.
Bem melhor
Ao contrário do governo do estado que enfrenta dificuldade em administrar os principais setores (saúde pública, segurança e educação), a prefeita Teresa Surita, em balanço feito do ano passado, destacou várias ações nas áreas de infraestrutura, com obras entregues e em fase de conclusão; a construção da ciclovia além das obras de mobilidade; inauguração de postos de saúde, e prêmios na Educação.
Nome próximo
Embora não comente nada sobre composições políticas e indicação para ser o seu vice na eleição desse ano, Teresa Surita deverá optar por um nome que seja mais próximo a ela, e não como ocorreu na eleição passada em que não tinha tanta proximidade com Marcelo Moreira.
Comparação
Qualquer pesquisa que se faça aponta resultado de aprovação maior da Prefeitura de Boa Vista sobre o governo do estado, que não só não cumpriu várias promessas feitas em campanha, como deixou a classe empresarial em boa parte comendo mosca para as empresas de Manaus e Santa Catarina.
Desconfiança
Por isso, o anúncio feito pela governadora dona Suely Campos, de que 2016 será um ano de grandes investimentos, ser recebido com desconfiança.
Assumindo incompetência
Alguém com simancol no governo deveria dar um toque em dona Sula para parar com a ladainha de tudo é culpa da gestão passada. Depois de um ano e não conseguiu melhorar quase nada é assumir incompetência de gerenciamento e não de vítima do que foi feito.
Fugas
Informação extra oficial obtida junto a uma fonte no Dicap, da Penitenciária de Monte Cristo, aponta a ocorrência de 181 fugas no presídio em 2015. É como que se a cada dois dias, dois presos fugissem.
Exonerado há tempos
Com quadro desses, em qualquer estado mais exigente com a segurança pública o secretário que controla a administração da penitenciária já teria sido exonerado há muito tempo. No entanto, fora a grande competência que se verifica no secretário Josué Filho, tem o fato dele ser o chamado "primeiro sogro" dentro da lista de parentes, aderentes e agregados que dona Sula empossou assim que assumiu o governo.
Faça o que digo, não o que faço
E na campanha eleitoral, Neudo e Suely se posicionavam radicalmente contra a criação de oligaquia política em Roraima.
Senador melancia
Parecendo ainda estar perdido e confuso com o mandato, Telmário Mota, ainda usa boa parte do seu tempo para atacar o colega Romero Jucá, que ele prometeu deixar "pianinho". Ocorre que Romero pela enésima vez foi eleito entre os parlamentares e jornalistas como um dos 10 mais influentes do Congresso. Já Telmário, distribui melancias como grande feito parlamentar.
Perguntinha:
Não pagar na totalidade o salário de dezembro dentro do mês - período em que o pagamento é mais esperado - do funcionalismo é sinônimo de boa gestão de um autodenominado "governo do povo", governadora?
Do Jornalismo
Lição básica do Jornalismo: apure a veracidade da informação que for divulgar. Muitos que se assumem no ramo esquecem dessa premissa e acabam dando "barrigadas" e "buchadas". Ainda mais quando são pautadas por diferenças pessoais.
O resultado a gente já sabe qual é. E isso bem que poderia ser aproveitado na vida: não falar o que não se sabe; não informar o que não for verdade.
E assim a caravana passa. Um 2016 de verdades, e por favor, sem buchadas.
Para 2016