Edersen Lima

Atitude
Os órgãos fiscalizadores de Rooraima têm que ser mais rigorosos para acabar com gastos sem vergonha que governantes causam aos cofres públicos, como o descarados contratos de pintura de escolas e aquisição de uniformes escolares com as cores do partido político do governante. 

Sem punição
Esses gastos são assim tão descarados porque não há fiscalização e punição para isso. Se for apurado, se decobrirá que usado dinheiro público é usado para propaganda disfarçada e para pagar apoios políticos com empresas que investiram na campanha eleitoral. 

A flor do absurdo
Os contratos para compra de uniformes escolares são a flor do absurdo, pois camisas novas que foram adquiridas no ano anterior deixarão de ser usadas pelos estudantes. Na sexta-feira passada, o contribuinte foi surpreendido com a notícia de que a Secretaria Estadual de Educação formou contrato emergencial com a empresa Douat Têxtil Ltda., com sede em Joinville, Santa Catarina.
O valor do contrato emergencial do governo de dona Suely Campos é de mais de R$ 15 milhões para compra de materiais de uso escolar. O contrato, que teve o extrato publicado no Diário Oficial do dia 17 de agosto, terá vigência de 120 dias.

Perguntinha:
Quanto, senhores senhores representantes do Judiciário e do Legislativo, não se economizaria se esses gastos suspeitos não ocorressem?

Fiscalizar, agir e punir
Não se acredita aqui em omissão de quem tem dever e obrigação de fiscalizar, agir e punir tais danos ao erário. Mas cobra-se mais agilidade e rigor com o que é feito com dinheiro dos impostos dos próprios promotores, juízes e desembargadores.

Tem mais

Mas se o amigo leitor pensa que acabou, não, não acabou. Dona Suely Campos está  em vias de contratar buffet de mais de meio milhão de reais, valendo por quatro meses (até 31 de dezembro). No cardápio autorizado e possivelmente sugerido pela governadora, iguarias que provavelmente a maioria absoluta da população roraimense só conhece de fotos ou de programas de TV, estão pratos à base de salmão, ostras, camarão, bacalhau, lula e polvo.

Só viu na TV
A lista do cardápio para ocasiões "requintadas" tem pratos que, repete-se, a maioria da população roraimense só vê em fotos, cita pratos nobres como salmão ao uísque, lula à milanesa, polvo à espanhola, filé de pirarucu ao molho com purê crocante de mandioca, além de arroz ao champagne.
As sobremesas também são especificadas no edital. Petit gâteau, coulis de maçã, torta capuccino, além de sorvete de creme com calda quente de chocolate "e outras, quando necessário".

Onde está o dinheiro?
Cabe perguntar: Se dá para gastar mais de meio milhão de reais para almoços, jantares e coquetéis de dona Suely Campos, por que falta recursos para atender os professores que reivindicam direitos, para aquisição de medicamentos e melhorias no atendimento na saúde pública, e que ponha fim ao festival de fugas na Penitenciária de Monte Cristo?

Dá para lembrar
Guardadas devidas proporções, dá até para a lembrar a côrte de Luís XVI. No Palácio de Versalhes, tudo o que havia de melhor em termos gastronômicos. Nas ruas e vielas de Paris, o povo passava fome. Isso resultou na Revolução Francesa. E Luís XVI acabou deposto e decapitado.

Vale a pena ver de novo
No segundo governo de Neudo Campos, o TCE identificou aquisições mensais estratosféricas de camarão, bacalhau, filé mignon, peito de frango defumado, coisa assim em média de 70 kilos por mês de cada uma dessas iguarias para abastecer a governadoria, ou seja, almoço e jantar de Neudo e família.
Meses depois descobriu-se que parte de tudo isso acima listado abastecia era o restaurante de um cunhado da então primeira dama, Suely Campos.

A resposta
Como respostado contrato de meio milhão de reais para almoços, jantares e coquetéis, dona Suely Campos alega que o processo de contratação de buffet requintado 'é perfeitamente legal' e comum em todo o país.

Posteridade

Marcelo Ribeiro, com a assessora do TSE, Juliana Neiva  e o presidente do TRE,
 Mauro Campello.

Crítica
O senador Romero Jucá criticou a decisão tomada semana pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) de aumentar de 4% para 20% o ITCMD, o imposto sobre heranças. “Não estou falando de tributação sobre grandes fortunas, sobre aumento de imposto para milionários. Estou falando sobre herança das famílias brasileiras”, afirmou Jucá da tribuna do plenário.
Jucá disse que a proposta do Confaz vai onerar uma viúva, por exemplo quando receberá os bens do marido, ou os filhos, quando receberem a transferência de herança dos pais. “Vão fazer como? Vender o imóvel que receberam de herança para pagar o imposto de 20%? Porque, que eu saiba, ninguém tem dinheiro disponível em poupança para pagar um imposto tão alto”, ironizou.

X9
O vazamento de conversas do presidente da ALE, Jalser Renier, pelo líder do G14, deputado George Melo, para serem expostos nas redes sociais por uma "assessora" dele mudou o comportamento de deputados do chamado grupo independente. "Agora, perto dele (George Melo), eu só falo o trivial", comentou um colega do ainda líder do G14, que não gostou de saber que o que anda sendo tratado na presidência da Casa seja vazado por interesses não muito ortodoxos do líder X9.

23 presos fugiram na semana passada
Parece piada, mas não é.  Sexta-feira, 21, um dia depois da imprensa ter noticiado a fuga de oito detentos da Penitenciaria de Monte Cristo, eis que é divulgada fuga de mais 15 presos por um buraco feito na parede da cozinha do presídio. Os foragidos são considerados de alta periculosidade, e respondem por crimes hediondos, como estupro, latrocínio, extermínio, tortura e homicídio.  
Somando com os oito que fugiram dias antes, 23 presos escaparam da penitenciária que o primeiro sogro e secretário de Justiça, Josué Filho, acha que mantém controle.

Fácil?
Lógico que um  buraco na parede da cozinha de um presídio não é feito assim tão fácil. Pelo menos é de se esperar que não seja tão fácil. 

Acordo descumprido
Informada por agentes penitenciários, a Coluna divulgou e a direção da PAMC não desmentiu, o suposto acordo fechado entre os presos líderes com a direção do presídio e com conhecimento do secretário de justiça, para a efetivação de mais um dia de visitas (de dois para três dias por semana) em troca de não haver mais fugas. Ao que parece, uma das partes não cumpriu o suposto acordo.

Galo de fora não dá palpite
Dizem que "peru de fora não dá palpite" em assuntos em que não foi chamado. No caso aqui, o "peru" pode ser trocado por "galo". O que Telmário Mota entende de reforma política para afirmar que o processo que está sendo decidido pelo Senado não atende "o anseio da sociedade"?

Recorde
Se o ritmo da gastança não diminuir, a Câmara dos Deputados vai bater o recorde histórico de despesas com restaurantes este ano: mais de R$ 2,6 milhões torrados pelos 513 deputados. E isso porque lá não tem nenhum adépto de regabofes no Pobre Juan, restaurante argentiono especializado em carnes nobres.