Edersen Lima

Alterar e atrapalhar
O "governador de verdade" Neudo Campos reuniu ontem no Palácio Helio Campos a sua "bancada" na Câmara de Boa Vista. Tinha uma ordem a dar: que seus vereadores apresentassem um festival de emendas ao Orçamento da Prefeitura de Boa Vista para o ano que vem, ano de eleição, alterando e atrapalhando, de certo modo, a previsão de gastos e destinações do orçamento 2016 do Executivo municipal.

Jogo baixo
Propor emendas é um atributo do Legislativo, mas um "festival" que altere quase por completo o que o Executivo tem em planejamento, é, no mínimo, atrapalhar interferindo na ação de um poder, e Neudo sabe muito bem o que isso, pois experiência ele tem como governador e sabe que todo governo tem em seu Orçamento planos de ações e gestão.
Daí, concluiu-se que, a reunião que o "governador de verdade" teve com sua "bancada" municipal além de uma tentativa de interferência na administração municipal, é um jogo baixo haja vista que, todo e qualquer problema e dificuldade que criar para a gestão de Teresa Surita, Neudo estará criando para os cidadãos de Boa Vista e para o próprio município. Isso é lógico.

E o município?
O objetivo disso é que vergonhoso: criar problemas para a prefeita, dificultando seu governo, e lhe impedindo de fazer o que prometeu fazer. E assim, criando-lhe a iamgem de má gestora. Criando para sí, e para o seu candidato a prefeito, o discurso de que fará melhor. A velha cantilena de que "governo e prefeitura juntos fazem mais". E que Teresa é incompetente. E o município que se dane diante do jogo político decidido ontem no Palácio Hélio Campos?

Não aprendeu nada
A bandeira mesquinha do "quanto pior, melhor" para queimar imagem de um adversário visando obter lucro político-eleitoral disso, demonstra que Neudo Campos não aprendeu nada, nada vezes nada nos dias em que ficou preso na cadeia pública acusado por roubo de dinheiro público. Não aprendeu nada com os anos que ficou fora do poder. Não aprendeu nada que lhe tornasse grande não como político, mas como cidadão de bem que quer o melhor para a sociedade que vive. 

Mais atenção com vereadores
O que Neudo adquiriu, pelo visto, foi uma fome e sede de poder imensuráveis. Com certeza, não foi apra isso que o povo acreditou nas suas promessas não cumpridas até aqui. Não foi para interferir na Prefeitura de Boa Vista, com apoio de uma "bancada" que logicamente não está lhe servindo de graça. Que aliás, deve estar recebendo mais atenção e estrutura que os deputados de sua bancada na Assembléia Legislativa, e mais dos deputados que lhe apóiam de forma free lancer.

Reclamações e sorrisos
Tirando o "anão" (segundo o deputado tiririca) Mecias de Jesus, todos os deputados governistas e os free lancers, vão reclamar que não têm seus pleitos e acordos todos cumpridos pelo "governador de verdade". 
Mas pelos sorrisos estampados nas caras dos vereadores quando saíam da reunião, apoio e estrutura estão garantidos para suas campanhas de re-eleição.

Farra
A Câmara dos Deputados já torrou R$ 11,9 milhões do dinheiro dos contribuintes em contratos sem licitação de janeiro a abril deste ano. A maior parte, R$ 10,7 milhões, foi embora em apenas um contrato com a Inspetoria São João Bosco, para gerir o programa do jovem aprendiz. Outro gasto, no mínimo curioso, são R$ 335,4 mil de contrato fechado com a Embratel para pagar pelo fornecimento, temporário, de celulares.

Em Roraima, também
Grandes coisas a Câmara dos Deputados só este ano gastar R$ 12 milhões sem licitação. O "governo do povo" de Neudo e Suely, já torrou cinco vezes mais que isso da mesma forma, ou seja, sem licitação, só na base dos contratos emergenciais.

Senador das melancias
Sem ter muito o que mostar, o homem das rinhas de galo, Telmário Mota, saiu distribuindo melancias no Conjunto Cidadão. A sua grande ação parlamentar foi por ele divulgada nas redes sociais, e logo ganhou comentários elogiosos por uns tipo "pelo menos dessa vez ele ele não está gerando Boletins de Ocorrência contra ele por agressões, ameaças e ofensas"; "cada dá um que tem; o Romero Jucá traz dinheiro e melhorias pra Roraima, e galo velho dá umas melancias"; "melhor isso do que aquela zueira que ele fazia no carro de som velho".

Depenando o galo velho
Já, por outro lado, galo velho recebeu muitas críticas também: 
"Enquanto isso.... Faltando remédio e atendimento nos hospitais, cadê a aquele Telmario que mostrava a realidade? serviu só pra distribuir melancias. Aff"; "Gente essas melancias não tem venda pra elas ao invés de deixar apodrecer ele deu, simples assim"; "Colega, o problema não é ele distribuir melancias ao povo. O problema é que ele só fez isso de útil até agora"; "Como podem fazer isto com o povo de Roraima. O que o povo precisa é de Saúde, Educação e Segurança e não de melancia...".

Anchieta pode disputar PMBV
E num encontro ontem no Park Shopping, aqui em Brasília, o ex-governador José de Anchieta,  falou com a Coluna. Ele disse que como a grande maioria dos roraimenses, se sente caloteado pelas promessas não cumpridas pelo governo Neudo-Suely Campos; que a partir do próximo mês ficará mais tempo em Roraima - hoje Anchieta, que é engenheiro civil, faz parte do grupo de consultores de uma empresa de construção em Brasília - acompanhando a política do estado mais de perto; afimou que o seu partido, o PSDB, participará do pleito do próximo ano com candidatos nos municípios, e claro, em Boa Vista, podendo ser ele candidato à sucessão de Teresa Surita, como vários correligionários lhe tem sugerido. "É uma situação (candidatura à PMBV) que vamos analisar".

"Não vamos nos dispersar"
Com ar animado, Anchieta disse que tem recebido o carinho de cidadãos e demonstrações de apoio do meio político roraimenses. As realizações do seu governo, o ex-governador acredita que o povo está vendo, principalmente, quando passa a comparar o que era a saúde pública, a segurança, a educação no seu governo "que não perseguia servidor por suas opções políticas", e como Roraima está hoje, com sete meses do "governo do povo".
Ao fim da conversa, lembrando um bordão que o saudoso Ottomar Pinto sempre dizia ao se despedir de amigos e aliados, Anchieta com aperto de mão e abraço, aifrmou: "Não vamos nos dispersar".