- 16 de julho de 2025
Calado, é um poeta
Sobre as desculpas e argumentos usados pelo governo de Roraima para justificar a nomeação de um ex-deputado catarinense, proibido de disputar a eleição passada por ser ficha suja devido a uma condenação por improbidade e citado nominalmente por envolvidos no desvio de dinheiro da Petrobras, o secretário de Comunicação Social do governo, Ivo Galindo, mostrou que calado é um poeta, mas falando...
Pérolas
Disse Ivo Galindo sobre a nomeação de João Pizolati: "Ele vai trazer de fora a atenção de investidores. Isso é o posicionamento de um governo moderno que quer fazer uma revolução econômica. É preciso uma pessoa articulada e capacitada, com conhecimento em todo o Brasil. Pizolati é um profissional com 20 anos com experiência parlamentar", e acrescentando que tal nomeação se tratou de uma ação "estratégica e técnica para o governo".
Perguntar não ofende:
Será que cabe aqui questionar Ivo Galindo, como também questionou o deputado George Melo em entrevista ao "jornal do Getúlio", se em Roraima não tem ninguém com o mesmo perfil mas sem ser ficha suja e encrencado no maior rombo e dinheiro público da história do país? O ex-deputado Luciano Castro, por exemplo, com 22 anos de mandato e comprovadamente um dos mais atuantes e experientes parlamentares do Congresso, não serviria para ajudar Roraima? Como pode um governo ou um estado ser "moderno" usando mão de obra condenada pela justiça? Que tipo de investidores um ficha suja condenado por improbidade e citado como beneficiado no maior rombo do país, vai levar para Roraima? E se Pizolati é tão bom assim, por que, então não foi aproveitado pelo governo de Santa Catarina ou pelo governo federal, do qual é aliado?
Blindagem
Há quem afirme de pés juntos que a nomeação de João Pizolati serviu primordialmente para "blindá-lo", dando-lhe foro privilegiado a qualquer ação da justiça federal no Paraná, que toca o inquérito do Petrolão.
Mudança
Depois do argumento de Ivo Galindo, fontes do Palácio Hélio Campos comentam que na Comunicação Social, já tem quem defenda que a secretária adjunta, Lóide Gomes, fale pelo governo.
E Telmário Mota, hein?
Se elegeu debaixo do discurso contra oligarquias na política e contra qualquer um que tivesse o nome citado em roubalheira pública, o que é meio suspeito vindo dele haja vista o exemplo que tem em casa.
Depois da posse de dona Suely Campos, ganhou cargos de direção no governo (Secretaria do Índio e Detran) e ficou "pianinho" para a farra da parentada da governadora. E mais "pianinho" ficou com a nomeação de João Pizolati, ficha suja barrado pela justiça por crime de improbidade e citado nominalmente como beneficiado do roubo na Petrobras, para uma pasta de investimentos do governo de Roraima.
O que serve
Para o galo velho, oligarquia de dona Suely serve para governar Roraima, ficha suja de Santa Catarina serve para ser secretário do estado, e ficar caladinho sem dar um piu serve para se manter com cargos no governo.
Injustiça
Assunto muito comentado no meio político e nas redes sociais, as entrevistas da deputada Shéridan De Anchieta foram elogiadas por uns e muito criticadas por outros. Na revista Veja, Sheridan saiu-se super bem, se não fosse um deslize que é pura injustiça e ingratidão, ao apontar apenas para si os louros de sua eleição, afirmando que o fato de ser esposa do então governador - que criou pasta especialmente para ela, que lhe deu a oportunidade de trabalhar aprendendo no dia-a-dia com os erros e acertos, que destinou atenção mais que especial em questões orçamentárias e governamentais via outras pastas para que os programas adotados por ela dessem o resultado que culminou na sua eleição -, não somou em outubro passado.
Pecha
Não é a primeira vez que Shéridan, renega Anchieta Júnior. Durante campanha eleitoral ela evitou fazer campanha ao lado do marido. Depois, ao assumir o mandato, adotou apenas "Shéridan", sem sobrenome qualquer como nome de guerra no Congresso.
Claro, que isso sob orientação pra lá de equivocada de marqueteiros, pois negar a verdade de fatos pega muito mal, ainda mais sendo ela evangélica, que valoriza a família em primeiro lugar.
A imagem que Shéridan está passando agindo assim não é de quem se orgulha do marido e do governo do qual fez parte. Vai acabar com a pecha de ingrata.
Exemplo
A senadora Angela Portela sempre foi Angela Portela. Não renegou o nome do marido Flamarion que teve rejeição bem superior a de Anchieta. Angela se elegeu em 2006 deputada federal mais votada da oposição. E em 2010, senadora. O eleitor, nas duas eleições, mostrou que sabe separar as coisas.