- 16 de julho de 2025
Terra de muro baixo
Brasília - Semana passada a Defensoria Pública de Roraima deu motivo aos que afirmam que o estado é terra de muro baixo. Durante solenidade de re-inauguração de sua sede, a Denfesoria prestou homenagem ao ex-governador Neudo Campos, que tem há algum tempo como referência ser o político que mais processos responde no Supremo Tribunal Federal e se encontra na situação de condenado pela justiça federal a mais de 60 anos de prisão em regime fechado por desvio de dinheiro público, peculato e formação de quadrilha.
Até transitado em julgado os processos de Neudo, ele desfruta da condição de acusado, mas mantém a de condenado. Se por um lado, ele anda solto por causa de medidas judiciais apresentadas pelos seus advogados, por outro, há quem o considere inocente e digno de receber homenagem e título de honraria. Homenagem e título ofertados por gente ligada ao poder judiciário e defensores do cumprimento da lei.
Em suma, um segmento que defende o cumprimento das leis em Roraima, homenageia e ainda condecora quem a justiça tem como ladrão de dinheiro público e quadrilheiro. Fotos com tais simpatizantes e o condenado homenageado sorrindo pipocaram nas redes sociais. Esse segmento que defende o cumprimento das leis, pelo visto, já vez seu julgamento.
É claro que, entre o time de defensores públicos roraimenses, há boa parte que discordou da homenagem a Neudo. Esses, não entendem como o órgão - ou seu comando - tomou tal decisão de condecorar alguém considerado criminoso e condenado pela justiça, mesmo sendo em primeira instância. No mínimo, a dúvida da inocência de Neudo está mais do que lançada. É fixa e totalmente existente.
No entanto, os defensores que formam o núcleo político da Defensoria, e que a comanda há anos, tomou essa decisão que visivelmente tenta agradar dona Suely Campos, condecorando seu marido, que tem voz mais do que altiva nesse governo de parentes, aderentes e agregados familiares. Daí, não à toa, conclui-se que Roraima é mesmo terra de muro baixo.