- 16 de julho de 2025
O fim de uma mamata
O presidente da Assembléia Legislativa, Jalser Renier, tirou um peso que a justiça roraimense carregava; julgar a inconstitucionalidade abusiva cometida pelo homem do milagre da multiplicação dos bens, Mecias de Jesus, quando presidiu a ALE e efetivou sem concurso público, o que é proibido pela Constituição brasileira, 76 funcionários, entre eles, a sua esposa, Darbilene Rufino, a Dárby, como é conhecida nas colunas sociais.
A revogação da chamada "Lei Darbilene" vai proporcionar a economia de mais de R$ 600 mil aos cofres da ALE. Só a beneficiada Dárby, recebia algo em torno de R$ 9,4 mil por mês, mas não se sabe bem qual a função e departamento que ela trabalhava.
Revoltado, o milagreiro tentou jogar para a platéia exagerando na demagogia barata, dizendo que se o problema era a sua esposa ter sido beneficiada por ele, que ela pediria demissão mas que em troca, os outros "passageiros" do Trem da ALEgria continuassem embarcados.
Há três anos, em entrevista a revista Época, Mecias de Jesus, irritado, disse que não acabaria com o trem da ALEgria, e justificou: “A lei foi criada porque cada presidente que entrava trocava todos os servidores”. E cheio de razão e moral, o milagreiro questionou o repórter da revista: “Você gostaria de ser demitido, sem direito nenhum, depois de trabalhar 20 anos?”
Só refrescando a fraca memória de metro e meio da ALE: Nos oito anos em que ele presidiu a Casa, mais de três mil pessoas, a maioria com mais de 10 anos de casa, foram demitidas por ele sem receber qualquer direito, como férias, 13º salário e outros. As provas disso e outras ações de Mecias como presidente da ALE, infelizmente, foram queimadas no incêndio em que incinerou os documentos de sua gestão e que estavam, acredite amigo leitor, guardados em um depósito fora da sede do poder legislativo, medida muito questionada por sinal, menos pelo compreensivo Ministério Público Estadual.
Em nota, a presidência da ALE coomentou que a decisão de revogar a Lei Darby foi decidida depois que a consultoria jurídica informou sobre a ilegalidade do "trem" amparada em decisões do Supremo Tribunal Federal e assim, 16 deputados concordarem com o fim de tal irregularidade que por anos beneficiou a "locomotiva" Dárby e outros apaniguados como parentes de então deputados, advogados de outros depudados e por aí a fora. Assim, ganha o Legislativo em moralidade e legalidade. Economiza-se mais de R$ 600 mil em dinheiro pago de forma irregular. Ganha a Justiça, em não julgar o que já acumulava poeira em sua prateleira. E ganha a sociedade com o fim de uma mamata.