Edersen Lima

Oportunismo e bravatas
Brasília - Dois assuntos predominaram ontem nas redes sociais em Roraima: A contratação da parentada de dona Suely Campos no primeiro e segundo escalões do governo que virou notícia nacional, e a forma "pianinho" com que o senador eleito Telmario galo velho Mota tem se comportado diante da oligarquia criada por dona Suely.

Telmário se elegeu debaixo do discurso de ser contra "governos familiares" e foi o primeiro a citar a palavra "oligarquia" na campanha passada. Mas diante da parentada empregada por dona Suely, galo velho emudeceu, não deu um piu, ficou de fato "pianinho".

Bravateiro para uns, oportunista para outros e eleito por maioria que o viu como opção à falta de coerência da base governista em lançar dois candidatos ao Senado, Luciano Castro e Anchieta Júnior, Telmário Mota é o tipo do político que hoje cisca para um lado falando uma coisa, e amanhã cisca para outro lado se posicionando completamente diferente do que pregava. Assim, ele fez em 2008 quando apoiou Iradilson Sampaio à re-eleição para Prefeitura de Boa vista, porém, em 2012, candidato a prefeito, descascou críticas contra o prefeito que o teve como seu líder na Câmara Municipal.

Antes disso, porém, em 2010, no primeiro turno apoiou Neudo Campos fervorosamente contra Anchieta. E já no primeiro dia de disputa do segundo turno, estava agarrado a Anchieta contra Neudo. Em troca, recebeu duas secretarias e mais cargos no governo. Na campanha passada, era ensandecido contra qualquer oligarquia na política macuxi. Estava no palanque pedindo votos para Angela Portela. Hoje, com indicações para o Detran e outros cargos no governo de dona Suely, ficou calado, fazendo parte desse governo nepotista oligarquico.

Nas redes sociais, galo velho foi questionado:
"Responde, Telmário, 19 parentes no governo não é oligarquia?"
"Por que te calaste, Telmário?"
"Cadê você, com tua Pampa velha fazendo barulho na cidade contra a oligarquia?"
"E aí, Telmário, ganhou um cala-boca pra ficar pianinho?"
"Numa cadeira confortável é mais difícil lutar pelo povo, não é Telmário?"

Mas não só galo velho pula-pula ficou "pianinho" com as nomeações da parentada de dona Sula. Outros candidatos que não se elegeram, mas faziam campanha eleitoral nas redes sociais e prometiam fiscalizar e moralizar a coisa pública, nada falaram sobre a oligarquia neudiana. Na verdade, estão dando um tempo pra ver se, igual a galo velho, têm algum motivo tipo empregos no governo para se  manterem alheios. Se não rolar empregos até o fim do mês, vamos ver aí os derrotados chiando e aumentando o coro contra o nepotismo. Ou seja, oportunismo e bravatas são as molas propulsoras dessa gente que faz política em Roraima.