- 16 de julho de 2025
O pão e o vinho do milagreiro
Brigar publicamente com o amigo Chico Guerra foi uma demonstração de que o homem do milagre da multiplicação dos bens, Mecias de Jesus, vai para o tudo ou nada na eleição para presidência da Assembléia Legislativa.
Guerra, para ter o milagreiro em 2010 concordou em manter a estrutura de servidores e empresas prestadoras de serviços e fornecedoras da ALE, contratada por Mecias, e cumpriu a palavra, tanto que em junho de 2011, a vice presidente Aurelina Medeiros, fez uma levantamento e constatou que, entre os servidores da cota de Mecias e as emrpesas que ele contratou e que anda mantinham contratos com a Assembléia, chegava a 42% do orçamento do legislativo.
Sim, amigo leitor, metro e meio da ALE, é pequeno no tamanho mas enorme em estrutura. Aurelina apresentou o seu levantamento aos colegas deputados. Mecias alegou que durante oito anos como presidente "ajudou" muita gente dando emprego. Quanto às empresas, ele não tocou no assunto.
Porém, um oficial da reserva da Polícia Militar, que tutela um deputado que trabalha muito, inclusive em feriados, se "infiltrou", no melhor estilo detetive investigador, junto às copeiras que trabalham na empresa de conservação e limpeza que presta serviço na ALE. Não para surpresa do "araponga" e demais deputados, apurou-se junto àquelas funcionárias que a dona da empresa era "madame", figura ilustre em colunas sociais. No setor de pagamento da ALE, é comum todo fim de mês, vê "madame" com nota fiscal indo carimbá-la.
Apurou-se, também, que mais duas outras empresas eram, e ainda são, "acompanhadas" diretamente por "madame".
No caso de Mecias se eleger, não só esses 42% poderão continuar dentro da sua cota, como poderá aumentar esse percentual. Afinal, muitos compromissos foram assumidos por metro e meio, fora que ainda há o filho deputado federal que também tem que manter a sua estrutura política, e um empreguinho aqui e outro para atender essa demanda através da ALE, não é nenhum crime.
Porém, se não se eleger, Mecias não terá mais nenhum acordo para manter sua estrutura, e o que era 42% de cota de apenas um, poderá ser dividida entre os demais colegas deputados e permitir que outras empresas, não só as de "madame" desfrutem de contratos com a Assembléia. O pão e vinho do milagreiro poderá, enfim, ser dividido irmanamente.