Edersen Lima

Rombo na Saúde
O Tribunal de Contas do Estado decretou medida cautelar contra o governo de Roraima pelo superfaturamento de R$ 5,1 milhões na compra de materiais médicos pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) entre 2013 e início de 2014, período que inclui o governo de Anchieta Júnior, el quebrador.

Tamanho do rombo
O TCE aponta superfaturamento de R$ 5.157.324,51 em contratos com a empresa Acta - Comércio e Serviços LTDA. A finalidade desses contratos era adquirir material médico-hospitalar para o Hospital Geral de Roraima (HGR). "Uma quadrilha foi armada para fraudar o estado", diz o conselheiro que, ironicamente, é réu no rombo dos gafanhotos.

Rombo pode ser maior
"Já o sobrepreço dos R$ 11.675.469,41 [valor exigido acima ou sobre o preço normal assinalado em tabela] foi constatado em processos licitatórios com dezenas de empresas. O TCE não tem conhecimento se este valor [R$ R$ 11.675. 469, 41] já foi gasto ou apenas se encontra separado para aplicação", explicou Machado.

Bloqueio de bens
De acordo com relatório do conselheiro Henrique Machado, é  apontado também a possibilidade de dano de R$ 11 milhões aos cofres do estado. O Tribunal determinou o bloqueio de bens de dois ex-secretários, Leocádio Vasconcelos e Alexandre Salomão, ambos, homens de confiança de Anchieta Júnior. A medida cautelar pede ainda o bloqueio dos bens das empresas envolvidas, e o afastamento do atual secretário, Alysson Lins, e de oito funcionários da Sesau.

E agora, Rodrigue?
Assim que assumiu o governo e viu o rombo em que a saúde pública se encontrava e ainda se encontra, Chico Rodrigue decretou estado de emergência, porém, ao que parece, não verificou a fundo o tamanho do rombo. Naquele momento, ao decretar o estado de emergência na saúde, Chico poderia romper com a "âncora" que puxa pra baixo a sua avaliação eleitoral e segura sua candidatura num patamar vergonhoso pois é candidato à re-eleição sentado na cadeira de governador e com a caneta do govenro na mão.

Imagem colada
Até as pedras soltas do Beiral sabem que o desgaste do governo de Anchieta respinga nas boas intenções de Chico Rodrigue. Porém, o atual governador não  descolou sua imagem da de vice do antecessor, e assim passa para o eleitorado não só que é a continuidade do que está muito mal avaliado - pois se assim não fosse Neudo Campos não estaria com a popularidade que está -, mas também que está junto Anchieta em tudo, até no rombo na saúde. Chico Rodrigue cola sua imagem com a candidatura de maior rejeição do estado. 

Como pedir voto?
Agora, com esse rolo na Saúde, com documentos que apontam possível superfaturamento e desvio de dinheiro público na gestão de Anchieta, Chico continuar abraçado a ele, não poderá reclamar do "não" nas urnas do eleitorado que culpa o ex-governador como responsável pela situação de falência em que Roraima vive.
Por outro lado, Chico pode ouvir o que dizem as pesquisas e o bom senso, se questionando de como vai pedir votos para o homem que afundou o estado?

Ou rompe ou se afoga
Se quer se eleger, Chico Rodrigue precisa romper com tudo que lhe puxe pra baixo e que segura e impede o seu barco de navegar. Caso contrário, o projeto de ser governador por mais quatro anos vai por água abaixo.

Perguntar não ofende:
Por que todos esses relatórios que apontam irregularidades no governo partem sempre de dois conselheiros: Marcus Hollanda e Henrique Machado?
Teriam, os dois dignos e honestíssimos conselheiros, depois do rolo dos gafanhotos que os afastaram do TCE, ter-lhes causado algum choque de extrema fiscalização da ordem pública?
Ou, teriam ambos entrado para alguma igreja que prega o rigor e fiscalização com a coisa pública?