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Edersen Lima

Qualidades que faltam


Qualidades que faltam
Brasília - Foi em clima de constrangimento à primeira dama Selma Rodrigue que o candidato ao Senado José de Anchieta conduziu ontem uma reunião que promoveu  com alguns servidores públicos. "Se nasceu outra candidatura (de Luciano Castro) e ele (Chico Rodrigue) por razões políticas não pôde evitar, não foi do coração de Chico a nova candidatura", disse Anchieta falando pelo governador.

"O Chico sabe que eu era governador, saí do governo, eu dei o goveno pro Chico, e tenho certeza que no coração do Chico e na consciência do Chico o senador dele é o \"\"Anchieta", novamente falou pelo governador. "Se brincar, no íntimo, e Chico pudesse soltar a voz ele diria "gente, meu senador é o Anchieta, trabalhem por ele", disse.

Além de falar pelo governador, Anchieta deu a entender publicamente na frente da primeira dama que o seu marido é um ser acovardado que "por razões políticas" não pode "soltar a voz", e que lhe deve a posição que hoje ocupa: "Saí do governo, eu dei o governo pro Chico". Isso tudo diante de uma primeira dama visivelmente constrangida.

"Não fui eu que quis atrapalhar projeto político de ninguém", comentou Anchieta se referindo ao fato de Luciano Castro ter saído candidato também ao Senado. Nesse ponto, Anchieta se faz de esquecido e demonstra ser inseguro e anti-democrático. Esquecido porque ele juntamente com a mulher Shéridan, foram durante três anos e três meses avisados de que ele não seria candidato único do governo e que Chico Rodrigue não lhe daria exclusividade de palanque. Não lembra disso, Anchieta?

Inseguro porque, depois de sete anos e quatro meses governando Roraima, não ter confiança no trabalho que realizou e gastar tempo falando mal do concorrente, se queixando publicamente de que teve seu "projeto político" atrapalhado, ou seja, Anchieta queria sombra e água fresca se eleger senador como que por dever e obrigação do meio político para com ele. E anti-democrático porque não aceita que Luciano Castro seja candidato concorrente.

Nesse último ponto, Anchieta também se faz de esquecido. Na primeira viagem que fez a Brasília, eu o alertei que Luciano Castro poderia ser candidato ao Senado. Eu lhe dei duas sugestões: uma, que Shéridan, que vivia dizendo que a prioridade era elegê-lo, disputasse vaga para deputada estadual e assim a concorrência para a Câmara dos Deputados ficaria mais folgada dentro da base governista e Luciano teria, inclusive, o seu apoio para re-eleição. Isso, em abril passado, dois meses e meio antes do fim do prazo das convenções partidárias.

A segunda sugestão, foi para que ele, Anchieta, negociasse sua candidatura à Câmara, cobrando apoio estrutural igual ao que deu no fim do seu governo e não ganhou nada em troca do homem do milagre da multiplicação dos bens, Mecias de Jesus. Não lembra disso, Anchieta?

Então, Anchieta, agora, do alto das suas quase 10 arrobas, dar uma de menino chorão, não querer admitir que foi avisado e alertado dessa situação vexatória que hoje passa, e ficar jogando na cara da esposa de Rodrigue que o marido dela só é governador por sua causa, mostra muitas coisas, das quais a principal, é de que esse tipo de apelo de quem não confia no próprio trabalho, e postura que demonstra a mais pura insegurança, não são qualidades que se exige e no mínimo se espera de quem quer ser senador da República. 


Posteridade
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A primeria dama, Selma Rodrigue, na reunião com Luciano Castro, sexta-feira passada, 30.

 

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