- 16 de julho de 2025
Competência ou incompetência?
Brasília - O senador Romero Jucá tem sido "pego para Cristo" nessa campanha eleitoral. Embora não seja candidato a nada, Romero é acusado ora de ser o responsável pela quebradeira do estado, ora de ser no futuro próximo o "dono" de Roraima com mandato no Senado, no governo e na Prefeitura de Boa Vista. Neudo Campos, Telmário Mota, Angela Portela e até aliados de José de Anchieta têm usado as redes sociais para atacá-lo.
É justo que se lembre aqui que, há menos de 10 anos, em 2006, Romero Jucá, poderoso líder do governo Lula, que já tinha passado também pela liderança do governo FHC, levou uma pisa fenomenal nas urnas, perdendo com quase 70% de diferença para o saudoso Ottomar Pinto, que só não conseguiu reunir no seu palanque a meia dúzia de gatos pingados que ficou com Romero.
Opositores seus em 2002, como Mozarildo Cavalcanti, Mecias de Jesus, Luciano Castro, Neudo Campos e até o professor da dragagem, Getúlio Cruz que pediram votos para Flamarion Portela quatro anos antes, pularam com malas e cuias para o barco de Ottomar.
Como Romero, então, fragorosamente derrotado, oito anos depois, é a "bola da vez", com mando no Senado, influência no governo e na Prefeitura de Boa Vista? Competência exclusiva dele ou incompetência generalizada dos que hoje lhe fazem oposição?
Lembremos que em 2006, Luciano Castro foi convidado a ser vice de Ottomar. Mozarildo também foi sondado para isso, porém nenhum dos dois quis embalar no caminho que Anchieta, vivo, embarcou. Neudo em 2010 foi sondado e convidado para ser vice de Anchieta. Esnobou recusando e afirmando que seria eleito governador. Telmário Mota, o mais raivoso dos opositores de Romero, pulou do barco em que estava e apoiou Anchieta no segundo turno em 2010 que estava abraçado ao senador, ou seja, apoiou o grupo em que Romero estava. Se tivesse apoiado Neudo a história seria outra.
Se o amigo leitor observar, na esfera política, Romero Jucá estava lá no cantinho dele derrotado de 2006. Se hoje reúne o poder que reúne foi porque o trouxeram para a base governista que reconheceu que precisava de apoio mais eficiente no Senado. E se precisava disso lá, é porque não contava a contento com apoio dos outros dois senadores. Isso é lógico.
O homem do milagre da multiplicação dos bens, Mecias de Jesus, que estava certo para ser o vice de Anchieta, saiu atirando contra Romero, acusando Anchieta de traição porque ele lançaria Teresa Surita como vice. Hoje o milagreiro viu que Teresa sequer foi cotada para ser vice em 2010, e ele, deixou de ser governador por leseira, a maior que já cometeu em sua vida. Agora, está no mesmo palanque que Romero, abraçado a ele, a exemplo de outros opositores tidos como ferrenhos.
Sobre as acusações de Romero "quebrar" o estado, é sem sentido. Quem assina todas as autorizações de gastos e pagamentos de um estado é o governador, e não o senador. Se Romero poderá no futuro próximo ser o politico mais poderoso de Roraima, que se avalie se isso é por mera questão de competência dele ou de incompetência generalizada de quem lhe critica e lhe torce o nariz.