- 18 de julho de 2025
Rei na barriga
O assunto pode parece batido, mas em período pré-eleitoral, não é não. Na semana passada, o homem que nunca mente, Neudo Campos anunciou sua candidatura ao governo de Roraima, isso depois de passar quase quatro anos afirmando que iria assumir o governo e fazendo um bando de seguidores acreditar na sua "verdade".
Não causou surpresa o anúncio de Neudo que seria candidato sendo reconhecidamente ficha-suja. Ele é o mesmo que, na véspera de ter seu processo colocado em pauta no Supremo Tribunal Federal, do qual poderia ir direto para a cadeia, renunciou ao mandato de deputado federal afirmando outra "verdade": a de que renunciou "para ficar mais perto do povo", como se o mandato o impedisse disse e se como depois disso, passasse a andar mais nas ruas, na periferia e no interior. Ao renunciar, Neudo teve seu processo do caso Gafanhotos regressado à primeira instância.
Mas na semana passada, Neudo confirmou algo a mais na sua personalidade. O sentimento de que tem o "rei na barriga". Quem lembra do primeiro debate na TV Roraima entre os candidatos ao governo, recordará que, quando chegou sua vez de fazer pergunta ao governador José de Anchieta, Neudo, com ar de superioridade e deboche, apenas disse "vai falando aí sobre seus projetos", abanando a mão esquerda. Aquela empafia pode ter feito com que 1.746 eleitores indecisos decidissem ali não votar naquele arrogante e prepotente candidato. Justamente 1.746 votos que o fizeram perder aquela eleição.
Agora Neudo vem e afirma: "Eu vou até onde der (reconhecendo que sua candidatura é capenga e que a justiça eleitoral não lhe dará o registro). Se na pior das hipóteses for alvejado em pleno voo, em plena campanha, coloco um filho meu como candidato a governador. Vou fazer campanha para ele e, ganhando a eleição, vamos governar Roraima”.
Pois bem, para Neudo, nenhum político ou ninguém tem melhor condição de substituí-lo como candidato a governador do que alguém de sua família. Os que o seguem, servem apenas para lhes dar mais tempo de TV e rádio no horário eleitoral, dinheiro para campanha e volume nos palanques. No caso dele ser "alvejado", só o seu filho tem condições, preparo e direito a vencer a eleição para junto "governar Roraima".
É até de se enaltecer a sinceridade de Neudo. O que é, no mínimo, questionável, é o comportamento de seus seguidores diante de tamanho sentimento de consideração e respeito que desfrutam de quem pensa que tem o "rei na barriga".