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Edersen Lima

Menos de 72 horas


Menos de 72 horas
 
\"\"Brasília - É inconcebível que depois de perambular por mais de três anos com seu ameaçador "caderninho preto" fuçando obras, programas e serviços do governo do qual era vice governador, Chico Rodrigue, governador, assuma em entrevista ao seu veículo preferido de comunicação que "tive apenas 72 horas para montar essa equipe e é justo que possa rever alguns casos se for necessário".
 
Não, Rodrigue, não é justo rever em menos de 24 horas qualquer ação desse recém governo. Tal insegurança e incerteza de atos demonstram: primeiro, como é que um governante quer montar uma equipe de sucesso "em apenas 72 horas"? Segundo, que equipe de sucesso para governar um estado cheio de problemas pode dar certo agrupada dessa forma, assim, nas coxas?
 
Noutro ponto da entrevista, Chico Rodrigue solta outra pérola da insegurança governamental quando afirmou que "vamos fazer essa ou aquela acomodação (mudança de secretariado empossado em menos de 48 horas), pode ser ou pode não ser". Como é que é isso de "vamos fazer essa ou aquela acomodação, pode ser ou pode não ser"? Ei, o governo já começou. Isso não é receita de como se deve ou não cozinhar bucho velho, se com cebola e sal ou pimenta e alho. Vai começar a governar fazendo experiências se esse ou aquele secretário tem competência para a função?
 
Avalie, amigo leitor, quem está dando clara e cristalina demonstração de não ter competência e firmeza na mão?
 
E que papo furado é esse de que não aceitará "pressão de aliados" se a nomeação de José Lurenes para a Casa Civil foi na base da pressão? E logo tú, Rodrigue, não tolerar pressão?
 
Há de se dar tempo para se fazer qualquer comentário acerca do secretariado empossado, bem como as ações de governo. Mas em um mês, pelo menos, há de ser ter uma noção do rumo que o governo estará tomando nos campos administrativo e político. Rodrigue já demonstrou que é adépto do estilo populista barato, querendo se parecer com o povo humilde, mas esse povo não é de usar chapéu de boiadeiro nordestino como aquele em que ele se fantasiou durante visita a São Luís do Anauá, o governador e sua família, sequer comem bucho velho duas vezes por ano. pergunta-se: Entre alcatra, coxão mole, contra-filé e o bucho velho o povo vai preferir qual tipo de carne, Rodrigue?
 
Há uma semana, aqui nesse espaço, escrevi que a impressão que Chico Rodrigue me passa, pelo anos de convivência com ele aqui em Brasília, é a de ser um político por demais cauteloso, inseguro, com pouca coragem e audácia que o cargo de governador exige. Como vemos, as recentes declarações do próprio Rodrigue só me confirmam isso. Não foi preciso nem 72 horas para tanto.

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