- 18 de julho de 2025
De bom tamanho
Brasília - E hoje o pernambucano Chico Rodrigues vai se tornar o quinto governador do estado de Roraima. Assume na forma mais clássica e prática no lavrado. Assume na descompatibilização do titular. Assim foi com Flamarion Portela que era vice de Neudo Campos, com José de Anchieta que era vice de Ottomar Pinto, e agora, com Chico assumindo com a renúncia de Anchieta.
Chico assume um governo que fez muito na área de infraestrutura, mas que isso só será visto e sentido pelo cidadão daqui mais uns anos, quando a produção agrícola do estado aumentar e as vicinais, pontes e estradas construídas nos últimos anos facilitar o progresso.
De certo, muita coisa ficou para ser feita e concluída, e o tempo que Chico Rodrigues tem, de apenas seis meses até as eleições de outubro para mostrar a que veio e conquistar confiança e voto do eleitor roraimense, lhe impõe duas condições: muda radicalmente tudo e implanta a sua marca, ou ajusta as peças que estão soltas no governo, porém sem causar impacto. A história recomenda que Chico cause o maior estardalhaço possível. É isso que essa oposição metamórfica espera. Só assim ela terá espaço ao sol nas hostes do governo.
Mas aí, vem a pergunta: Como ficam os deputados e correligionários do governo em que Chico fez parte, foi cúmplice, que tanto defenderam tendo agora que dividir espaço com outros que torceram contra, que trabalharam contra e agora passarão a desfrutar do mesmo ambiente?
O ingresso de oposicionistas às vésperas de se iniciar uma campanha eleitoral demonstra que, ser oposição em Roraima é ser premiado no momento mais importante, e que tudo o que eles falaram e fizeram, não passou de jogo de cena, foi pra chamar a atenção e se valorizar. Não entra em nenhuma cabeça consciente que, só porque o vice assumiu, todos os defeitos do governo acabaram. Não mais existem. Não mais carecem de críticas e questionamentos. É muita cara de pau coletiva.
Como toda essa gente vai caber no barco governista, é outra questão. O Titanic era enorme, considerado o máximo em segurança e afundou feio. E quem garante que o barco do governo não pode virar um Titanic ou num enorme balaio de gatos?
Há uma máxima de que em política, não tem como agradar a todos. Nesse caso específico de Roraima não tem como evitar a insatisfação e o sentimento de traição dentro da base originaria. A partir disso, outra máxima: Trair e coçar é só começar!
No mesmo sentido de confronto, contestações e desagregação no setor político, Chico Rodrigues caminha na área administrativa. Logo ele que sempre cobrou espaço de Anchieta, vai colocar como assessor um desafeto público do seu candidato a vice na chapa que irá concorrer em outubro. Pesa ainda, todo o desprestígio da equipe de Comunicação Social nesse caso.
Apesar de considerá-lo por demais cauteloso, inseguro, com pouca coragem e audácia que o cargo exige, torço de verdade por Chico Rodrigues porque torço que as coisas em Roraima caminhem, se não para melhor, ao menos, caminhem bem. Prova do que falo é que até ontem à noite, o homem que nos últimos três anos e 94 dias espera por esse momento, não tinha montado ou fechado o seu secretariado. O que é isso, indecisão, insegurança ou falta de peito em montar o seu governo como quer?
O destino e as urnas, por tabela, porque os votos foram para Anchieta, colocaram Chico Rodrigues para assumir como quinto governador de Roraima. O que venha a fazer e como será lembrado cabe única e exclusivamente a ele, ao que venha realizar. Caso contrário, será o Chico Gasolina para uns ou Chico Buchada para outros. Se for um razoável gestor já estará de bom tamanho.