- 18 de julho de 2025
E se Anchieta ficar no cargo?
Brasília - Não é preciso ter bola de cristal para prever o que está embutido nesse reatamento político entre o deputado Luciano Castro e o homem do milagre da multiplicação dos bens, Mecias de Jesus: o retorno do milagreiro à presidência da Assembléia Legislativa, as eleições do atuante filho Jonatan para a Câmara de Deputados e do veterano Luciano para o Senado.
"Donos" de seus próprios partidos, portanto, de seus próprios destinos políticos, Luciano e Mecias não precisam de ninguém para disputarem qualquer cargo na eleição de outubro como independentes apoiando o futuro governador Chico Rodrigue, que não é se fará de rogado em não aceitar tal apoio. De certo, apoio que também será retribuido, como não?
Agora, pergunta-se: E a oposição que o milagreiro liderou? Como ficam as denúnicas e acusações que ele fez? E o amigo bom de pratos refinados e hotéis de luxo do Senado, Mozarildo Cavalcanti, que articulou o pagamento do marketing da campanha a prefeito e tinha a palavra do amigo dos milagres de não concorrer ao Senado?
A oposição não tem nada o que reclamar de Mecias, pois esta toda no mesmo sentido ou caminho, querendo embarcar na base do governo com a desculpa esfarapada de que Rodrigue não tem nada a ver com o governo de Anchieta, como se as fotos que o vice posta todos os dias nas rede sociais não afirmassem isso.
As acusações de Mecias eram todas equivocadas e ele se redimiu ou teve um surto de amnésia súbita esquecendo de tudo. E quanto a Momô, a palavra será mantida, Mecias não será candidato ao Senado. Ele só vai formar trio com Luciano e o filho, menino atuante, visando a presidência da ALE, Câmara dos Deputados e Senado. Ou seja, vai manter sua palavra com o bom gourmet, não será seu concorrente.
Para voltar aos áureos e gloriosos tempos de presidente da ALE, quando operou o milagre da multiplicação dos bens, Mecias precisa, primeiro, está na base governista. Pra isso, Anchieta e Rodrigue já até estenderam o tapete vermelho e tocaram as cornetas de saudações. A contra-partida do acordo com Rodrigue é lhe apoiar ao governo agora e depois incondicionalmente para o Senado em 2018, se tudo der certo em outubro de 2014. Lembrando que em 2018 Rodrigue poderá disputar vaga com Angela Portela e Romero Jucá, esse, tentando sua quarta eleição. E se re-eleger pela terceira vez a qualquer mandato disputando com um ex-governador não é fácil.
Já Luciano Castro, que reclama não ter sido cheirado e nem lambido a respeito do proceso sucessório do grupo que faz parte, não vê qualquer impedimento em se candidatar ao que quiser dentro do prisma que, com seis mandatos consecutivos de deputado federal, com 63 anos de idade, tem o direito a tentar o Senado. Claro que esse direito vai render rusgas, se não, rompimentos dentro da base governista pois sua entrada na dispta pelo Senado bagunça a hoje organizada chapa governista.
Para quem duvida desse cenário, cabe, então, aqui responder a pergunta: Mecias iria trocar o apoio à re-eleição do filho atuante deputado, por apoio à Luciano? Claro que não, é a resposta.
Assim sendo, qual o retorno dessa parceria para Luciano? Formação de "chapa" para o Senado, é a outra resposta.
Chico Rodrigue, que anda enigmático feito uma esfinge, recusaria pedido de um senador, de um deputado federal e de um deputado estadual bem estruturado que lhe garantirá total apoio da ALE para se eleger ao sonhado Senado?
E então, preciso ter bola de cristal para prever o que está embutido nesse reatamento entre Luciano e o homem do milagre da multiplicação dos bens?
Só que tudo isso pode mudar radicalmente. Basta Anchieta ficar no cargo, aí tudo muda de figura.