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Edersen Lima

Não existe blefe


Não existe blefe
\"\"Brasília - De acordo com o dicionário Aurélio, "Blefe" significa "fazer-se crer em algo inexistente; Trapaça; Manha; Enganação". Blefar em jogo de cartas, como o pôquer é comum, da mesma forma como na política. Mas blefe, com "B" maiúsculo, só ocorre quando não se sabe mesmo se é verdade ou não o que o outro lado diz ter. 

 

Não é segredo no meio político macuxi a re-aproximação do homem do milagre da multiplicação dos bens, Mecias de Jesus, com o governador José de Anchieta, a quem ele hostilizava desde 2010 e apontou na tribuna da Assembléia Legislativa como a "desgraça que assola o estado, com desvios (de dinheiro público)" e como o governante que faliu Roraima.

 

Da mesma forma, não é segredo que Mecias está baqueado politicamente com o acúmulo de derrotas eleitorais que vem sofrendo há bom tempo. Primeiro, depois de oito anos, criando trem da ALEgria, distribuindo cargos e com Orçamento total superior R$ 500 milhões (naqueles oito anos), perdeu o comando da ALE. Depois, perdeu a prefeitura de São João do Balisa, seu reduto eleitoral. Perdeu também a eleição para prefeito de Boa Vista. Viu o sogro vereador ser cassado e ir para a cadeia supostamente por não cuidar de questões advocatícias dele. Sequer elegeu a sogra, vereadora em Boa Vista, apesar de toda estrutura que montou. E ainda viu seu maior adversário se manter no governo com seguidas vitórias no TSE.

 

Que temor, metro e meio da ALE teria a impor a Anchieta e ao vice governador Chico Rodrigues, depois de todo esse patrimônio de derrotas?

 

Só se tivesse blefando, mas blefando o quê diante da realidade clara e transparente?

 

Mecias precisa urgente voltar à base governista. Depois de quatro anos vivendo sem a chave do cofre da ALE, ele sentiu que, ou volta a ter o poder que tinha ou pelo menos, figurar na base governista onde podem sobrar mais oportunidades de beneficiar seu grupo. Onde poderá contar com base e coligação para re-eleição do filho Jonatan à Câmara ds Deputados. Em suma, quem está blefado e não blefando é o milagreiro que, ao contrário do que pensam Chico e Anchieta, está todo comprometido e impedido de alçar qualquer outro voo que não seja concorrer à re-eleição.

 

Sim, Mecias não tem como impor sua candidatura a outra coisa. Se disser que é candidato ao governo, vai rachar a oposição e perder junto com Angela Portela que disputará a eleição faça chuva, faça sol. Vai deixar uma re-eleição certa para ficar sem mandato?

 

Se disser que disputará o Senado, vai trair quem articulou o marketing da sua campanha à PMBV? Vai trair a palavra que deu ao bom de pratos requintados e hotéis de luxo do Senado, quando recebeu o apoio para a campanha à PMBV?

 

O bicho-papão de metro e meio que assustava todo mundo (que o digam os adversários políticos do Sul do estado) e o próprio governo, precisa muito da base governista para se re-erguer. Repete-se: Mecias precisa urgente voltar à base governista. Isso é questão de sobrevivência do seu grupo, carente desde que ele deixou o comando da ALE. No mais, as cartas estão todas na mesa, não existe nenhuma escondida na manga. Muito menos, qualquer blefe.

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