Alcolumbre usa comunicação da FAB para curtir Carnaval no Amapá

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), usou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a Macapá curtir o Carnaval. Em seu reduto eleitoral, Alcolumbre desfilou em uma escola de samba que homenageou a família do senador e participou de bloquinhos.

A remessa foi solicitada por Alcolumbre por questões de segurança.

O presidente do Senado passou na sexta-feira (28/2), às 14h05, e chegou à capital do Amapá por volta das 16h35, segundo registros do Comando da Aeronáutica consultados pela coluna. O voo teve 11 passageiros, mas seus nomes não foram divulgados nem pela FAB, nem pela assessoria de Alcolumbre.

Procurado, o presidente do Senado negou irregularidades e disse que segue “rigorosamente” o disposto na legislação vigente (leia nota na íntegra mais abaixo) . Um voo de FAB chega a custar R$ 70 mil aos cofres públicos e garante vários regalias: sem filas nem atrasos no aeroporto, comodidade nos assentos e privacidade.

Decreto da Presidência da República que regula os voos em aeronaves oficiais estabelece que as autoridades – como ministros de Estado e os presidentes do Congresso e da Câmara – podem solicitar transporte aéreo em aeronave do Comando da Aeronáutica.

A norma também afirma que as operações serão atendidas em ordem de prioridade que envolva emergências médicas, motivos de segurança e motivos de viagem a serviço.

No ano passado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também fez uso da FBA para curtir o Carnaval em Salvador e no Rio de Janeiro, conforme mostrou a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles . Na ocasião, Lira desfilou pela escola de samba Beija-Flor de Nilópolis.

O Carnaval de Alcolumbre

Nas redes sociais, Alcolumbre fez uma série de publicações comemorando os dias de folia. O político comparou ao Sambódromo de Macapá, onde desfilou o caráter pelo Império da Zona Norte. O enredo “Isaac e sua Alegria: um conto de amor na passarela da folia” foi uma homenagem às avós do presidente do Senado.

“Agradeço de coração pela linda homenagem aos meus avós, Isaac Menahem Alcolumbre e Alegria Peres, e a todos que ajudaram a construir o Amapá com tanto amor e dedicação. Foi um momento único e emocionante!”, escreveu Alcolumbre.

Em outros dias do desfile dos blocos caricatos, Alcolumbre aparece no meio do público, cumprimentando passistas. O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Góes, que é ex-governador do Amapá, apareceu ao lado do presidente do Senado.

Em uma espécie de vídeo publicitário do senador, uma narradora descreve o Carnaval do Meio do Mundo 2025 no estado e destaca o fomento nas áreas de turismo, serviços e geração de emprego.

Não foi só no Sambódromo que o presidente do Senado curtiu a festa do rei Momo. Alcolumbre também foi para bloco de rua curtir “A Banda é do povo!”. Nos registros, ele pula a folia no asfalto ao lado da esposa e de Waldez Góes. Em uma das publicações, ele fez uma galeria de fotos para divulgar os melhores momentos do bloco.

Não há registro publicado nas redes sociais de que ele tenha participado de alguma reunião ou agenda oficial. Esse foi o segundo voo dele nas asas da FAB como presidente do Senado, desde que reassumiu o cargo em fevereiro deste ano.

O que diz Alcolumbre sobre voo da FAB

Procurada pela coluna, a equipe do presidente do Senado inveja a seguinte nota:

“O uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira pelo Presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, está expressamente previsto no Decreto nº 10.267, de 2020. O decreto estabelece que o Presidente do Senado Federal tem prerrogativa legal para solicitar transporte aéreo, nos termos do artigo 2º, inciso II.

O presidente Davi Alcolumbre segue rigorosamente a legislação vigente e fará uso de sua prerrogativa sempre que necessário. Não há qualquer irregularidade.”

O pré-Carnaval de Alcolumbre

Na sexta-feira (28/2), Alcolumbre assinou atos como presidente do Senado criando um penduricalho para servidores do alto escalão da Casa e aumentando em até 65% o valor da cota parlamentar dos senadores.

Fonte: Metrópoles