- 19 de fevereiro de 2025
AGÊNCIA ESTADO www.estadao.com.br Brasília - Começou a ganhar contornos de escândalo o caso da servidora do Ministério da Agricultura que tirou fotos eróticas num gabinete onde funciona a Secretaria-Executiva da pasta. Segundo fontes do governo que acompanham a investigação, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, telefonou nesta quinta-feira para o ministro interino da Agricultura, Linneu Costa Lima, para pedir esclarecimentos sobre a sindicância que investiga o envolvimento de Fabíula Rodrigues da Silva, 18 anos, com autoridades e funcionários públicos. Durante o dia, Fabíula circulou pela Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três Poderes, ao lado de Jean Paulo Francisco, apresentado por ela como seu procurador, acusando uma autoridade com status de ministro de obrigá-la a fazer sexo. Fabíula assegura que pode provar a denúncia. Ela chegou a citar nome, cargo e CPF do suposto acusado. A servidora, que atuava na Federal Service, empresa que presta serviço ao ministério, contou que teve envolvimento com o representante do primeiro escalão durante oito meses. Ela o teria conhecido num jogo de futebol de veteranos, na cidade do Núcleo Bandeirante, na periferia de Brasília. Sempre ao lado de seu Jean Paulo Francisco, ela disse ter recebido propostas de contrato com revistas masculinas após a repercussão das fotos. Nesta quinta-feira, mais um lote de fotos pornográficas de Fabíula circulou na internet, algumas tiradas em locais públicos. Fotos confiscadas A comissão de sindicância do Ministério da Agricultura que investiga a história confiscou o computador usado por Fabíula. A servidora contou que agentes da Agência Brasileira de Informações (Abin) estiveram em sua residência, na cidade de Taguatinga, e confiscaram 400 de um total de 1.400 fotos eróticas. "Mas ainda temos outras fotografias, uma inclusive compromete com certeza um representante do primeiro escalão", disse Jean Paulo Francisco. A servidora, que atuava na empresa Federal Service, prestadora de serviço da ministério da Agricultura, disse ter sofrido, durante oito meses, abusos sexuais de pelo menis cinco graduados homens da República. A nova versão apresentada por ela é de que as fotos eróticas foram divulgadas por uma amiga que também teria participado de sessões sexuais. "Eu não contei antes o que ocorreu no ministério porque sofri ameaças e tinha medo de ser demitida", disse. Darlene Na quarta-feira, ela havia dito que não tinha receio de perder o salário de R$ 480. Fabíula e o seu "procurador" fizeram questão de repetir aos quatro ventos os nomes dos acusados. Ela contou que foi obrigada a fazer um passeio de lancha no Lago Paranoá com nove homens, dois deles do primeiro escalão. Jean Paulo Francisco, que se disse estudante de direito, afirmou que Fabíula vai denunciar pelo menos dez pessoas por assédio sexual. "Ela sabe de muita coisa, inclusive chegou a ver contratos irregulares de licitação e sabe de parte do esquema dos vampiros da saúde", disse Jean Paulo Francisco, sem apresentar provas da série de denúncias. Na procuração apresentada por eles consta que Francisco também é o responsável por "eventuais" contratos de imagens da "Darlene de Brasília", como Fabíula ficou conhecida, numa referência à personagem da novela Celebridades, que faz tudo para ficar famosa. "A única coisa que nos preocupa é a sua integridade física", disse ele. A dupla promete fazer mais barulho. Veja as Fotos que estão transitando pela internet