- 26 de novembro de 2024
Principal notícia do dia, a anulação total das condenações que o ex-ministro José Dirceu sofreu na Lava Jato, deve provocar muitas acusações de que Gilmar Mendes está de conluio com os mal-feitos de políticos satanizados por Sérgio Moro e Deltan Dalagnol quando tocavam a operação que atropelou o Código Penal e a Constituição.
Não se entra aqui no mérito de que, sim, houve desvio de dinheiro na Petrobras para alimentar esquemas partidários. No entanto, a "fome de justiça" por quem passou a se achar acima das regras do jogo, acima da lei, e que definiu quem deveria ser extirpado na vida pública dentro de critérios pessoais, é que provocou toda essa onda de anulações de condenações e investigações da Lava-Jato.
BRAGA, RENAN E JUCÁ - Os senadores Eduardo Braga e Renan Calheiros e mais o ex-senador Romero Jucá tiveram por quase 10 anos a espada da justiça sobre os seus ombros por decisão da Lava-Jato, que ninguém se atrevia a contestar, por simples delação fajuta feita contra eles por quem não conseguiu comprovar o que acusou.
Os critérios que Moro e Deltan adotaram para premiar delações se baseou nos gostos e preferência políticas de ambos. Não foram aceitas delações devidamente comprovadas e nem com indícios fortemente embasados que fizessem a Polícia Federal confirmar o que fora denunciado.
EXCLUÍDOS - Por isso, Braga e Renan foram excluídos de qualquer investigação pelo ministro Edson Fachin, também do STF. No caso de Jucá, o processo dele irá para definição na primeira instância já que ele não é mais senador.
Nem Gilmar Mendes e nem Edson Fachin estão de conluio com ninguém. As provas que justificassem delações altamente premiadas não se confirmaram, e a suspeição de Moro, em assumir um processo que não era de sua alçada, como o caso do triplex do Guarujá, que nunca foi de Lula, e mais os atropelos da lei e tendencionismo político que ele e Deltan cometeram, é que criou a situação que José Dirceu se vê agora.