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ORÁCULO

A fragilidade nas pesquisas dos seus concorrentes


FITANDO O ABISMO
JOBIS PODOSAN



          Os indicadores implícitos demonstram a enorme possibilidade de o Presidente Bolsonaro ser reeleito, não por mérito, mas por ser a única alternativa razoável para melhorar o Brasil. A fragilidade nas pesquisas dos seus concorrentes - inclusive Lula, que tudo indica não resistirá até o fim da campanha - parece indicar que Bolsonaro é a melhor alternativa para o Brasil neste momento. O único senão para Bolsonaro ser eleito é ele mesmo, principalmente por ausência de cultura política e manutenção de ideias a ideais ultrapassados. O presidente ainda pensa que a força é a solução adequada para resolver problemas políticos complexos, embora não se saiba onde foi que a força foi solução adequada para tal mister. Os países nos quais a força é considerada apenas para solução de problemas externos, como Inglaterra e EUA, não se cogita jamais convocar generais para resolver os problemas civis do país. Aqui mesmo no Brasil a solução da força foi tentada várias vezes e outras tantas rechaçadas e o Brasil, a cada intervenção militar, tem de criar um novo Estado, elaborando uma nova constituição e recomeçando do zero, a cada constituição um recomeço, partindo sempre desse ponto zero. O desastre desta vez prenuncia-se maior, uma vez que a cabeça de um capitão está submetendo a cabeça dos generais de último posto e corrompendo oficiais inativos - fala-se em seis mil - de alta patente, oferecendo-lhes postos no governo, em todas as áreas com dupla remuneração.

        Essa atitude gera ganhos tão expressivos para esses militares que o país passa a ser segundo plano, cada um apegando-se às funções  e delas não querendo sair. É certo que há militares descontentes com tais diatribes, pois sabem o preço que vão pagar quando saírem do poder. Porém, há, ainda, o risco de o Presidente ir para a prisão, como está acontecendo com o seu modelo inspirador nos EUA, que está às portas da prisão, por levantar suspeitas descabidas contra o sistema eleitoral, uma vez que lá, como cá, o presidente só admitia um único resultado para a eleição ser considerada limpa: ele ganhar. A ser assim, nem de eleição precisava! Se o presidente for reeleito, o perigo de instabilidade democrática fica adiado nos primeiros anos do segundo mandato, não se sabendo o que vem depois. Se Lula for eleito, resta de esperança o fator Alckmin, que, jogado no sacrifício, pode surpreender após a ocorrência solução final do líder petista, como ocorreu em São Paulo na sucessão de Covas.

 

O QUE NOS DISTINGUE

Se o peixe refletisse, não morderia isca; se o rato refletisse, não seria apanhado pela ratoeira; se o pássaro  refletisse, não entraria na arapuca. Assim é com todos os animais, exceto o homem. Nós gozamos do imenso privilégio da reflexão, através da qual podemos, a partir de certos fatos, projetar consequências para o presente e para o futuro. Quando abdicamos da reflexão, nos tornamos animais como todos os demais. Porém tolos, porque podendo refletir, optamos por seguir a alguém que escolhemos para nos limitar. Uma das consequências dessa abdicação é fatiar a pessoa que escolhemos para pensar por nós e só levar em consideração apenas os fatos e comportamentos que se encaixam nas nossas expectativas. Ninguém tem dúvida, aliás Churchill disse isto em várias das suas obras, de que Hitler cegou o povo alemão, sem dúvida uma das principais civilizações do mundo e a fez seguir ao cadafalso como um bando de carneiros tolos, sacrificando sua herança histórica, para seguir uma pessoa instável, de equilíbrio precário. Está difícil fazer uma escolha com um mínimo de reflexão e esperança. Falta pouco tempo para escapar da dupla névoa e escapar do abismo.

No ano de 2006 o povo da Bahia fez uma surpresa imensa ao Carlismo, corrente política liderada pelo velho ACM. O governador Paulo Souto, candidato à reeleição, liderava todas as pesquisas em todos os institutos e ao contar os votos, a eleição de Jaques Wagner, no primeiro turno, deixou o Brasil boquiaberto!

Quer dizer: o povo não é tão bobo como parece. O massacre de ofertas que está sendo feita pelos candidatos, faz até o mais ingênuo dos eleitores se sentir antecipadamente enganado. O homem nasce o ser mais frágil do universo, porém a criação lhe compensou a fragilidade lhe atribuindo razão e inteligência (livre arbítrio) e com tais atributos o homem faz coisas inimagináveis como voar, navegar,  moldar a natureza aos seus propósitos, enfim superando a todos os demais animais em seu conjunto. Faz coisas tão extraordinárias que acredita poder modelar também a conduta de outros homens. Às vezes ele consegue obscurecer a razão de alguns por algum tempo, mas não pode enganar a todos o tempo todo.  O desavisado recebe as dádivas e as promessas mas, na hora do voto, escolhe quem ele quer ou, em outras palavras, repele o mentiroso enganador.

No dia 02 de outubro saberemos se o povo é o tolo que esses candidatos pensam ou se as escamas já lhes caíram dos olhos.

 

 

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