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ORÁCULO

A vida caminha para adiante


CAMINHOS DA VIDA

JOBIS PODOSAN

 

RETROVISOR
Há uma imensa quantidade de jovens olhando a vida dos pais, voltados para o passando ao invés de estarem voltados para o seu próprio futuro. Estão olhando a vida dos pais e esquecendo de cuidar das suas. A descoberta de erros dos pais leva esses jovens a acreditarem que a vida deles não tem sentido e que nada precisam fazer já que os erros dos pais os absolvem. Quando os pais morrem, viram zumbis. A vida caminha para adiante e todos nós estamos no processo de aprendizagem, buscando o aperfeiçoamento. O cair é o modo como Deus nos ensinou a progredir, porque o cair sempre antecede ao levantar. Todos passamos por isto é aprendemos muito mais com os próprios erros que com o erro dos outros. Os filhos não são continuação dos pais, são indivíduos independentes dos seus genitores. Devem errar os seus próprios erros e levantar das suas quedas. Assim como é errado o pai querer que seu filho seja sua continuação, assim também erra o filho que não busca seu próprio caminho ou aperfeiçoamento. 

Há uma infindável lista de jovens que apontam os dedos para os pais, vasculhando erros ou desacertos que estes cometeram e, o que é pior, justificam os seus próprios erros e deficiência apontando erros dos pais. Os filhos de segundas ou terceiras núpcias são julgadores ferozes dos pais, porque não os tendo conhecido no começo da vida, chegam já com os pais ou mães já maduros ou velhos, mais para avós do que para pais. Esses jovens são severos com os pais, acham-nos desatualizados, pouco parecendo com os ´pais da sua geração. Já um tanto alquebrados com energia compatível com a dos avós, esses pais até que tentam explicar aos filhos que eles também já tiveram uma vida, foram jovens. Mas os jovens, são julgadores rigorosos, pois a vida dos pais na juventude lhes escapa, pela pouca madureza que possuem, seus sentidos são denotativos e não conotativos, veem o que os olhos veem, pois a inexperiência não lhes permite alcançar as batalhas já vividas pelos “velhos”, ainda não tem os olhos de ver nos cabelos brancos experiência. A vida dos pais lhes escapa aos sentidos. Quando nascem os pais são velhos, quando amadurecem os pais são muito velhos ou já morreram. Que dizer, não tiveram pais, mas avós e a experiência nos ensina que avós são pais com açúcar como nos disse Coelho Neto: bons para conviver sem necessidade de obedecer. Conheci certo avô que, quando pai educou os filhos à rédea curta, mas um dia, os pais chegaram da praia e encontraram uma cena estarrecedora: o avó e o neto, estavam quebrando todos os objetos de arrumação da mesinha da sala e se acabando de rir os dois. Mais que depressa peguei o pai pelo braço e o puxei para fora de casa antes que, ele o pai, entrassem em conflito e expliquei: aquele que você viu na sala não era o seu pai, era o avô que seu filho, eram duas crianças brincando, a educação cabe a vocês, da próxima vez ou vocês ficam em casa ou levam o menino com vocês para a praia.

 

METAS ABSTRATAS

Poucos veem, numa primeira mirada, o leve sorriso da Monalisa, obra mais célebre de Leonardo da Vinci. Mas o sorriso está lá, a denotar o talento do artista. Se o sorriso da Gioconda não estivesse lá, o famoso quadro não teria o valor significativo que tem. É o sorriso esboçado e disfarçado que engrandece a obra e o artista. Aquele sorriso, quase implícito, revela-lhe a tenacidade e evidencia a grandeza da obra. O artista pôs o sorriso na Gioconda. Assim somos todos nós, pomos o sorriso na nossa Gioconda. Se não o fizermos ninguém o fará por nós. Certa feita, numa primeira aula na Faculdade de Direito, perguntei aos alunos o que esperavam fazer depois da formatura, que vida dariam ao Diploma de conclusão do curso!

As respostas variaram: a mais comum era fazer um concurso, outros pensavam, talvez, ser advogados. Mas uma jovenzinha que estava num canto da sala, depois que todos falaram, instada por mim o dizer que faria respondeu, categoricamente, peremptoriamente: vou ser juíza federal. Tu o disseste e assim será, porque sua resposta me demonstrou um projeto de vida, disse-lhe! Você jogou alto, mas não além de você. Este é um caminho possível, que pode ser alcançado pelo esforço e perseverança. Disse-lhe, ainda, que gostaria muito de ir na posse dela como juíza federal. Sete anos depois a menina, agora mulher, tomou posse como juíza federal num dos Estados da região Norte. Infelizmente não pude comparecer à posse, mas mandei-lhe meus cumprimentos.
           Essas lembranças vêm a propósito das metas abstratas dos jovens de hoje. Se você indagar quem quer vencer na vida, a resposta será um uníssono sim. Mas se você detalhar o que é necessário para alcançar um fim determinado, encontrará jovens indecisos, querendo um resultado bom, mas sem a disposição para fazer esforço correspondente ao objetivo esboçado. Querem o fim, sem atentar para os meios. Bons lugares no mundo são poucos e todos querem, porém, para alcançá-los, é preciso ultrapassar os demais competidores. Nenhum lugar bom chega sem sacrifícios, sem renúncia. Aquela menina, agora juíza federal, desenhou o objetivo e foi pintando o quadro com as condições desejadas e, antes dos 30 anos, estava no lugar sonhado.

Na vida é preciso querer, mas não basta querer, é preciso empreender a ação, mas não basta empreender a ação, é preciso nela perseverar.

Ela Quis, agiu, perseverou e conseguiu.

Causa e efeito.

Infalível.

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