- 07 de novembro de 2024
O incidente ocorrido ontem que resultou na morte do pedreiro César Augusto Silva dos Santos, morto por um policial civil após ter sido preso e algemado gerou um desconforto e colocou em cheque a credibilidade da Instituição perante a sociedade. Alguns advogados comentaram o fato, que o Fontebrasil traz na enquete desta semana.
Para o advogado Alex Ladislau, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, as freqüentes denúncias de que policiais têm atuado de forma duvidosa é reflexo do inexpressivo exame psicológico a que foram submetidos durante a fase de admissão do Concurso Público.
"O exame tem que ser feito no cotidiano, durante a atividade policial", comentou o advogado. Para ele, o acompanhamento psicológico tem que ser constante: "Se houver alguma incompatibilidade com a profissão ela será notada enquanto o policial estiver atuando". Ladislau disse que na próxima quinta-feira começará a acompanhar o caso através da Comissão de Direitos Humanos da OAB. "O exame psicológico não atingiu a sua finalidade".
Com outro ponto de vista, o advogado Frederico Linhares considera o principal problema a falta de experiência. Linhares acredita que o fato dos policiais concursados terem tomado posse há pouco mais de um ano, somada a expectativa que lhes foi imposta, cria um quadro favorável a ocorrer desvios na atividade policial. "Hoje tudo se resolve com violência".
Para a advogada Sabrina Tricot o despreparo do policial tem reflexo direto na atividade que ele exerce. "Na Academia (ISSeC) eles [policiais] deveriam ter tido um treinamento melhor, mais incisivo", disse, "é necessário que tenham mais cursos neste sentido". Contudo, Sabrina Tricot fez uma ressalva, "Em todos os segmentos há bons e maus profissionais, não se pode julgar a classe inteira por alguns".
ISSeC
Criado pelo governo do estado em 2000, o Instituto Superior de Segurança já formou sua primeira turma mas não têm sido aproveitado no serviço de segurança público. O ex-governador Neudo Campos, que criou o ISSeC aponta o despreparo como o principal fator para o que está ocorrendo. Neudo destacou o Instituto como uma das melhores escolas na área. Entretanto, para ele, o Concurso Público foi mal elaborado.
O ex-governador ressaltou que o curso de formação do ISSeC tem duração de três anos, mas em contrapartida os policiais foram submetidos a apenas quatro meses e meio de aulas. Como forma de reduzir na Instituição policiais com desvio de conduta, Neudo propõe que o governo atue com rigor para excluir os policiais despreparados. "É importante que prevaleça a sensatez e o apego à Lei. E não a violência e o desrespeito", concluiu.
A enquete de site questiona os leitores sobre o que demonstram as mortes de pessoas detidas pela Polícia Civil: Despreparo de policiais; Falta de comando; Erro no concurso público ou Fatalidade de coincidências.