- 07 de novembro de 2024
Brasília - Para não dizer que se trata de mais uma história muito mal contada, fico no campo de que se tratou de falta de preparo, de capacidade e competência a morte de César Augusto Silva dos Santos, 30, com um tiro na cabeça disparado dentro da viatura da Polícia Civil, pelo agente Roberto de Lima e Silva.
A alegação do policial é de que, já dentro da viatura, César Augusto, tentou reagir à detenção lhe atacando e que só se safou depois de disparar o tiro certeiro. Há a informação de que César Augusto havia pedido para que fosse algemado com as mãos para frente, no que teria sido atendido mas resolveu atacar o agente Roberto, que lhe acertou o tiro na cabeça.
Pergunta: Desde quando a Polícia realiza capricho de preso e logo se tratando de mudar a posição de algemas?
Das duas, uma. Ou o policial é muito gentil a ponto de atender tal pedido; ou é muito despreparado para não saber que aquilo poderia se tratar de um truque. Ainda mais despreparada pode ser a equipe de policiais que efetuou a diligência em permitir que um detido tivesse a oportunidade e mobilidade de alcançar a arma do agente.
O mais surpreendente, para não dizer descabido, são aberrações que ocorreram entre o comando da Secretaria de Segurança e o delegado Francisco Evangelista Araújo, responsável pelo distrito de onde partiu a diligência que matou César Augusto.
O delegado simplesmente deu o caso como decorrência de uma operação policial, uma fatalidade não proposital. Por outro lado, o secretário Alexon Mamed, queria levar o caso para ser investigado pela Corregedoria da Seseg. Houve bate-boca, ameaça de voz de prisão, desacato explicito.
Estranho, sim, pode-se dizer estranho, é que o delegado Francisco Enagelista Araújo tenha sido tão resistente em esclarecer a morte de césar Augusto; como ela ocorreu e quem ensinou o agente Roberto que ao tirar as algemas de um preso a sua arma pode ficar em segurança entre suas pernas. Pôr o fato à luz do conhecimento é o que todo inocente clama, ou não?
As mortes de detidos envolvendo agentes demonstram que há algo de errado, de despreparo e de incompetência dentro da Polícia Civil de Roraima, não como um todo. Mas numa minoria que mancha de sangue os bons e necessários serviços que a instituição sempre prestou e presta à sociedade. Esclarecer esse fato e tomar as devidas providências são medidas de praxe, de cumprimento de dever, de obrigação e não de jogar para debaixo do tapete mais uma história mal contada.
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