SENSO CRÍTICO - Cinismo coletivo

Edersen Lima, Editor

Brasília - Samba do crioulo doido ou coisa parecida. Assim o eleitor roraimense assistirá a eleição do ano que vem. Nunca se viu tanto antagonismo misturado a oportunismo resultando em fisiologismo como se verá. Cinismo coletivo.

Exemplos não faltam. O que talvez mais chame a atenção é ver Ottomar Pinto depois de passar a vida toda no PTB disputar uma eleição pelo PSDB tendo Getúlio Cruz como seu principal candidato a deputado federal. Logo Cruz que tantos sapos, cobras e lagartos afirmou sobre governador.

Em todas as eleições de Roraima, Getúlio e Ottomar estiveram em lados opostos. Mais: sempre foram adversários ferrenhos. Ottomar venceu mais do que perdeu. Getúlio vive o constante drama de ser rejeitado pelas urnas. A grande chance parece ser a do ano que vem. É uma espécie de tudo ou nada para o *senhor Dragagem, até - quem sabe (?) -  a eleição de 2010.

Vai concorrer condenado pela Justiça Federal pelo rolo da dragagem do rio Branco. Projeto megalomaniaco que à época, em meados dos anos 80 quando Getúlio fora governador do ex-território federal, dragou não se sabe - mas desconfia-se - para que bolsos mais de US$ 10 milhões(Dez milhões de dólares). A Justiça cobra de Getúlio a devolução desse rombo mais as custas processuais.

Dos principais nomes que disputarão as eleições do ano que vem, Getúlio Cruz junto com Romero Jucá são os únicos condenados pela Justiça. No caso de Romero, trata-se do calote efetuado em parceria junto com o ex-sócio Getúlio Cruz, no Basa conhecido como o rolo do Frangonorte. O tombo dos dois está em R$ 18 milhões como apurou a recente auditoria feita pelo banco.

Antagonismos, oportunismos e fisiologismos à parte, é cômico vê candidatos que invocam a moral e os bons costumes dando a entender que são vinho de outra extração. Pois sim! Não olham para os próprios tetos rachados. Cinismo puro. Não aquele cinismo filosófico que até se aceita. Mas o cinismo vulgar que pode descambar para algo bem pior.

* Senhor Dragagem, é como Ottomar Pinto, até algum tempo atrás, chamava Getúlio Cruz, que, respondia com classificações impublicáveis sobre Ottomar. 

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