- 07 de novembro de 2024
Folha de S. Paulo
Agora procurador vai ter motivo verdadeiro para bater palmas. Uma das principais atividades do 16º Congresso Nacional do Ministério Público, marcado para 6 a 9 de novembro, em Belo Horizonte (MG), é um show da banda mineira de pop-rock Jota Quest. É o que se deduz ao abrir o endereço do congresso na internet (www.ammp.org.br/xvicongresso). Uma janela sobreposta anuncia com destaque o show e uma apresentação do grupo teatral mineiro Galpão.
A programação artística do congresso -que também inclui o músico Marcus Viana e o Núcleo Artístico de Dança- é justificada no site como "meio de promover harmonia entre a alma e o corpo". O evento, uma realização da Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público) e da Ammp (Associação Mineira do Ministério Público), pretende reunir 1.500 inscritos, entre promotores, procuradores de Justiça e da República.
O presidente-executivo do congresso, promotor Edson Baeta, afirmou que a agenda cultural é importante para atrair o público, pois Belo Horizonte não tem atrações turísticas de peso.
Baeta disse que os dados sobre o custo do congresso estarão disponíveis apenas após sua realização. O cachê da banda Jota Quest é de R$ 120 mil -valor que não inclui outras despesas, como aluguel de som e palco.
O evento é custeado, segundo o presidente-executivo, pela inscrição dos participantes (R$ 400 cada uma) e por recursos de empresas públicas e privadas. Dos seis patrocinadores privados que aparecem no site, quatro são ligados à mineração. A MBR e a Vale do Rio Doce disseram que atenderam a um pedido do Sindicato da Indústria Mineral de Minas Gerais, mas não disseram os valores. A Anglogold, que também figura no site, disse ter recebido o pedido do Sindiextra, mas estava avaliando a proposta.
O Sindiextra disse que sempre apóia eventos do Ministério Público. Também não informou o valor do patrocínio.
Apoio estatal
Entre os apoiadores estatais do congresso citados no site, estão os governos federal e de Minas, seis órgãos federais (Banco do Brasil, Caixa, Eletrobrás, Furnas, Petrobras e Sebrae) e dois mineiros (as estatais de água e energia). Baeta disse que os apoios não alteram a atuação do Ministério Público perante os patrocinadores: "Sentar e conversar [com os patrocinadores] é importante e faz parte do jogo da cidadania". (THIAGO GUIMARÃES)
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