- 07 de novembro de 2024
Brasília - Exemplo de competente pontualidade. O Tribunal Regional Eleitoral enviou para o Ministério Público os autos - provas e depoimentos - sobre o rolo da Casa Amarela exatamente no dia em que a representação completava três anos. Entre os acusados, está o senador Romero Jucá, maior beneficiado pelo suposto esquema de contratação de cabos eleitorais pagos com dinheiro da Prefeitura de Boa Vista.
A pena seria a cassação de mandato com inelegibilidade por três anos. Como três anos já se passaram... babáu!
Em três anos a Justiça Eleitoral roraimense foi incapaz de resolver esse processo, não tendo tempo nem de enviar para o Ministério Público as afirmações em depoimentos prestados por testemunhas de que pessoas contratadas pela Prefeitura tiveram como trabalho pedir votos para Romero Jucá, esposo da prefeita Teresa. A Polícia Federal apresentou relatório com os mesmos depoimentos, que, foram depois reconfirmados em juízo.
O amigo leitor deve pensar se, por ventura, o crime eleitoral ocorreu, dinheiro público serviu para a campanha de reeleição do senador como acusam as testemunhas, o Tribunal Regional Eleitoral legalizou um ilícito pela falta de capacidade em julgar o processo nesse ínterim de três anos. Três anos em que todos os julgadores receberam em dia seus vencimentos e jetons. Três anos que toda a estrutura se manteve à disposição para se decidir o processo.
Se cometeu(?) mesmo crime eleitoral com pena prevista de cassação de mandato, Romero Jucá, agora, pode ficar tranqüilo. O TRE não foi capaz de julgá-lo pela acusação do rolo da Casa Amarela. As testemunhas mantiveram seus depoimentos. A Polícia Federal investigou - e daí?-. E o contribuinte que paga seus impostos pode apagar a velhinha de comemoração de três anos de blablablá. Só blablablá.
Fontebrasil - Jornalismo investigativo