- 07 de novembro de 2024
Em pronunciamento na Assembléia Legislativa do Estado (ALE), nesta terça-feira o deputado estadual Sérgio Ferreira (PTB) afirmou que busca alternativas para a área Raposa Serra do Sol. O parlamentar fez uma projeção da energia que vem do Complexo de Macágua e que poderá nos próximos sete anos não poder mais atender a demanda do consumo do Estado de Roraima, devido à implantação da fábrica de celulose e de outros projetos que serão colocados em prática. Para se ter uma idéia o parlamentar afirmou que a celulose vai consumir cerca de 80 megawatts. Também que os indígenas só teriam que lucrar com tal empreendimento uma vez que eles terão participação nos lucros da comercialização da energia e poderão criar peixes no lago que será formado para movimentar a força motriz das turbinas. No entender de Sérgio Ferreira a terra pertence legitimamente aos indígenas. Agora compete ao deputados estaduais, ao governador e aos deputados federais buscarem recursos e soluções políticas para a questão. Trata-se de uma idéia embrionária, mas que poderá ganhar corpo e alma por se tratar de algo real que em um futuro próximo poderá resolver de uma vez por todas a questão energética de Roraima. "Trata-se de uma energia nossa que será administrada com a participação dos indígenas nos lucros da energia a ser comercializada. O lago a ser formado servirá para a criação de peixes que abastecerá as comunidades indígenas, uma vez que o pescado está escasso naquela região", ressaltou o deputado. O parlamentar disse que vai buscar discussões sobre o assunto com as organizações indígenas. Neste sentido já manteve uma reunião, neste final se semana, com cinqüenta lideranças indígenas na Maloca do Napoleão e por certo a União vai entender o pleito dos índios. "A construção da Hidrelétrica do Cotingo é um assunto que merece ser refletido. Não se trata apenas de uma idéia do deputado Sérgio Ferreira, mas de todos os membros dessa Casa que sempre tiveram uma preocupação constante com os problemas que emperram o tão decantado desenvolvimento do Estado de Roraima", acrescentou o parlamentar. Alternativa Primeiramente a pergunta. O que se fazer com um milhão e setecentos mil hectares de terras demarcadas na área Raposa Serra do Sol? ... Essa é a grande pergunta... No nosso entendimento é que temos que tirar, quando digo nós, o povo indígena daquela área tem que tirar proveito e como se tira proveito economicamente ? É retomando esse processo da construção da Hidrelétrica do Cotingo. Porque isso? Várias vantagens beneficiarão os índios; primeiro porque os índios ali serão uma atração turística que é fundamental; segundo vão poder criar peixes através das gaiolas, um processo novo de criação de peixes para ter fortalecimento na sua renda e mais do que isso o próprio índio vai ter direito no lucro da Hidrelétrica do Cotingo e participação direta, através das associações na administração. O deputado adianta que isso tem ser feito através dos próprios índios, os indígenas é que vão ter que dizer "nós não temos mais caça, nós não temos mais peixes, nós não temos mais gado, o que nós queremos é tirar proveito da nossa própria terra e o proveito é a Hidrelétrica do Cotingo". Aí compete depois disso aos deputados, aos senadores e ao governador viabilizar recursos para a construção da obra, para que o estado num futuro tenha a sua própria hidrelétrica, para que o mesmo possa determinar a sua tarifa de energia para o consumidor. Tarifa cara Segundo Sérgio Ferreira hoje essa tarifa é muito cara para o consumidor, esse insumo importante pra o ser humano. De forma que essa energia de Guri para essa região se for implantado o Complexo de Celulose, pois só o seu canteiro de obras vai consumir 80 megawatts, a sua instalação completa vai consumir cerca de 120 megawatts e hoje já estamos consumindo 72 megawatts, nós temos disponíveis 200 megawatts, isso quer dizer que daqui a sete anos estaremos no limite da nossa energia do Linhão de Guri. Ele afirmou que existe uma necessidade urgentemente da retomada da construção da Hidrelétrica do Cotingo não somente para a redenção econômica daquele povo indígena envolvendo a Raposa Serra do Sol mais como o Estado de Roraima como um todo. "Isso é uma grande preocupação, porém existe uma viabilidade para que a idéia se torne uma realidade. Com a Hidrelétrica do Cotingo pode-se abastecer o Estado do Amazonas, pois aquela unidade da Federação vive em calamidade de energia elétrica. Nesse aspecto o Amazonas já se movimenta para trazer energia de Tucuruí, porém a mesma só chegará no ano de 2015. Só que temos que nos antecipar essas questões para que se possa suprir não só Roraima como o Estado do Amazonas, através dessa hidrelétrica", frisou o parlamentar. Sobre os indígenas, o deputado mencionou que se trata de um embrião da qual já aconteceram reuniões no último final de semana com 50 tuxauas da área e que se pretende ampliar esta discussão, foi lançada a idéia.