- 07 de novembro de 2024
Fontebrasil - Jornalismo corajoso
É preciso que se faça leitura isenta e sem paixões a respeito do referendo no qual a população brasileira, em maioria esmagadora, votou contra a supressão do direito de possuir uma arma. O referendo serve como recado para o governo federal (e boa parcela dos estaduais), pois deixa bem clara a insatisfação com os dirigentes que aí se encontram.
Agora, todos querem ser bonzinhos. Depois de se vender a idéia de que a vitória do "Sim" iria garantir o desarmamento dos marginais (na redução da criminalidade a zero, como se num passe de mágica), que surpresa será sacada da furada cartola? É bom que se anotem os nomes dos que se apresentaram, mais uma vez, na contra-mão da história.
O que impede o governo federal de desarmar os bandidos? Por que tanta mentira? O percentual da população honesta e ordeira que possui arma em casa, de acordo com dados divulgados pela própria Frente Parlamentar pelo Não, é de apenas 3,5%. Onde está o dinheiro destinado à educação e à segurança? Gastaram 250 milhões de reais no referendo.
Dom Luiz Inácio (PT-SP), o segundo declarado presidente beberrão de nossa história (o primeiro foi Jânio Quadros, 1961, que renunciou ao mandato menos de sete meses depois de assumir, na curtição de carraspana mal curada), está dizendo horrores do presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen (SC).
E sabem por quê? Porque o senador quer explicações a respeito dos cinco milhões de reais colocados na conta de seu filho, Fábio Luiz Inácio Lula da Silva, pela Telemar, empresa concessionária do serviço público. A farra livre e escancarada com o dinheiro público, nesta gestão petista, é de estarrecer os observadores. Que roubalheira!
Para se ter idéia precisa, reportagem do jornal "O Estado de São Paulo" mostrou que o governo destinou mais de um bilhão de reais para o pagamento de diárias de viagens de funcionários públicos e cerca de um terço deste valor (apenas 300 milhões de reais) foi direcionado para o orçamento do Ministério da Cultura.
O modelo que aí se encontra está falido e parece que caminhamos para o desastre. Haja paciência! E todos os dias são explicações por cima de explicações que nunca convencem. Os envolvidos mudam de posição como se trocassem de camisa.
Ontem à tarde, numa emissora de rádio, o senador Romero Jucá Filho (PMDB-RR) fez enorme ginástica para justificar a homologação da área da Reserva Indígena Raposa/Serra do Sol, sem tocar uma única vez no empréstimo milionário que solicitou ao Basa - Banco da Amazônia -, quando entregou sete fazendas inexistentes como garantia.
Pior: não deu uma só palavra a respeito da gestão da prefeitura municipal de Boa Vista, dirigida por Teresa Jucá (esposa), que já gastou os tubos com a construção de orla marítima, jardins e outras obras faraônicas, sem construir um pronto-socorro municipal nem uma maternidade que atenda às adolescentes de Boa Vista. Caso de polícia!
Com o advento da Internet, que revolucionou os meios de comunicação, fica difícil impedir que a informação circule, por mais que se tome conta de emissoras de rádio e de TV (e de jornais), ou na utilização de outros expedientes, mentindo pura e simplesmente. O recado do referendo foi dado em alto e bom som.
É necessário que os preocupados com os rumos de nosso país (e com os caminhos da administração pública), afastem-se dos perdulários e salafrários que pregam uma coisa durante a campanha e agem ao contrário. É preciso varrê-los do cenário para sempre em 2006. Se possível, metê-los na prisão, expurgando graves crimes de muitos e muitos anos.
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