- 07 de novembro de 2024
Luiz Valério
Colaborador do Fontebrasil
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Um e-mail enviado ao Fontebrasil informa que o cursinho preparatório para o vestibular que funciona na Escola Municipal Frei Artur está para ser desativado porque a sua clientela alvo - os meninos do Projeto Crescer - é minoria nas aulas. A correspondência afirma que outros jovens necessitados das aulas preparatórias vão ficar prejudicados, caso haja o fechamento do cursinho. Uma professora contatada pela reportagem disse ter ouvido comentários da intenção de acabar com as aulas, mas afirmou que não tem nenhuma informação oficial sobre o assunto.
"A educação de Roraima, carente do jeito que é, bem que poderia ser reforçada pela Prefeitura dando esta forcinha pros nossos alunos carentes. Mas esta prefere fechar as portas do cursinho, e sabe-se lá fazer o quê com os milhões que recebe , do que estender sua generosidade ao resto da população", afirma a autora do e-mail.
De posse dessas informações e comentários, o Fontebrasil foi averiguar a situação. O cursinho existe, mas, segundo a diretora da Escola Frei Artur, Liliane de Oliveira, é uma iniciativa à parte que não integra o projeto pedagógico da escola. A clientela do curso é composta por jovens atendidos pelo Projeto Crescer. Aliás, o estabelecimento de ensino, que conta hoje com 434 alunos, foi criado em dezembro de 2003 e posto em funcionamento no início de 2004 para receber exclusivamente os participantes do projeto social mantido pela prefeitura.
Liliane de Oliveira disse não ter informação sobre o funcionamento do cursinho em questão. Disse apenas tratar-se de uma iniciativa que visa preparar os alunos da própria escola para que tenham êxito no vestibular. Ela descreve o cursinho apenas como um "intensivão" para reforçar a aprendizagem dos alunos. Porém, observou que, como se trata apenas de um preparatório, é natural que chegado o período de realização do vestibular as aulas sejam encerradas, pois o seu objetivo de preparar os alunos terá sido cumprido.
Nem mesmo no Conselho Municipal de Educação se tem informação precisa sobre o funcionamento do cursinho. A presidente do órgão, Acinete Reis, afirmou que sequer sabia que estava tendo cursinho preparatório no Frei Artur. Ela justificou a ausência de informação alegando que, por se tratar de um curso livre, não é necessária a autorização para que iniciativas desse tipo funcionem nas escolas municipais. Acinete não soube informar se o cursinho está para ser desativado.
Na Prefeitura a ordem é para que nenhum informação sobre a administração municipal seja repassada ao Fontebrasil.