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CASO SANTO ANDRÉ - Polícia aponta suicídio de legista

O Ministério Público e a Polícia Civil acham que a principal hipótese para a morte do legista Carlos Delmonte Printes, 55, é de suicídio por envenenamento. A tese de assassinato, vista como menos provável, também é investigada.


O Ministério Público e a Polícia Civil acham que a principal hipótese para a morte do legista Carlos Delmonte Printes, 55, é de suicídio por envenenamento. A tese de assassinato, vista como menos provável, também é investigada.
Peritos do IML (Instituto Médico Legal) descartam que a morte do legista tenha causas naturais.
Printes examinou o corpo do prefeito Celso Daniel, morto em janeiro de 2002, e concluiu que ele havia sido torturado. A polícia, porém, apurou que Daniel foi vítima de crime comum (seqüestro seguido de homicídio), sem tortura. No final de agosto, ele afirmou que foi proibido de comentar o caso pela cúpula da Polícia Civil.
O corpo de Printes foi localizado pelo filho Guilherme em seu escritório na tarde de anteontem, na Vila Clementino (zona sul de São Paulo). Não havia sinais de violência no corpo nem de arrombamento no local.
O exame de necropsia, que ocorreu na madrugada de ontem, descartou a possibilidade de morte natural. Segundo a promotora Eliana Passarelli, que acompanhou os trabalhos, os legistas concluíram que a morte não foi causada por problemas cardíacos ou pulmonares.
"É preciso aguardar o laudo final do IML", afirmou.
Os legistas analisam agora a possibilidade de existência de substâncias tóxicas no organismo de Printes. Foi constatada a presença de bílis no intestino, que estava inflamado.
"Como não há nenhuma outra causa, o que se investiga agora é um possível envenenamento", disse o promotor Roberto Wider Filho, que apura a morte de Celso Daniel. "É muito pouco provável a hipótese de homicídio."

Busca e apreensão
Hoje, os promotores e a polícia irão ao escritório de Printes para apreender possíveis materiais relacionados ao caso Celso Daniel.
O prefeito foi seqüestrado na noite de 18 de janeiro de 2002 quando estava em uma Pajero guiada pelo ex-segurança Sérgio Gomes da Silva. O corpo do petista foi localizado dois dias depois com marcas de tiros. Gomes da Silva foi apontado pelo Ministério Público como o mandante do crime, o que ele nega.
O Ministério Público considera remota a possibilidade de a morte de Printes estar relacionada ao assassinato de Daniel. Os promotores, no entanto, se dizem preocupados pelo fato de o perito ser a sétima pessoa que teve algum contato com o caso -entre testemunhas e suspeitos de envolvimento no assassinato-, que morreu em circunstâncias ainda não esclarecidas.

Carta
Dois dias antes de morrer, Printes deixou uma carta manuscrita com o filho. Em seis páginas, todas com duas assinaturas dele, Printes falou quais os peritos que deveriam ser acionados, o tipo de funeral desejado e quem não deveria ser avisado (um filho que está doente e uma ex-namorada). Ele não fez menção ao assassinato de Celso Daniel na carta.
Printes detalhou número de contas bancárias, senhas e datas de vencimento de cartões. Amigos contaram que ele estava deprimido. O Ministério Público de São Paulo designou ontem o promotor Marcelo Milani para acompanhar o caso do legista.
O corpo de Printes foi levado ontem ao Crematório Municipal (zona leste de São Paulo), mas a família não obteve autorização da polícia para fazer a cremação. Familiares informaram que o legista deverá ser enterrado ainda hoje.

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  • 04 de novembro de 2024
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