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REFERENDO - Suely diz que votará pelo

Segundo Suely Campos, ao desarmar os cidadãos, o governo terá a obrigação de elaborar políticas de segurança que garantam a proteção da população, além de investir em políticas sociais para diminuir a exclusão social, uma das causas que levam a atos de violência.


Luiz Valério
Colaborador do Fontebrasil
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Apesar de declarar o seu voto favorável à proibição da venda de armas no Brasil, a deputada Suely Campos (PP) disse acreditar que o referendo do desarmamento não será a solução para a questão da violência no país. Em entrevista ao programa Show da Manhã, da Rádio Roraima, nesta quarta-feira (13), ela observou a necessidade de que o governo federal invista mais em políticas sociais para garantir uma vida digna aos pais de família e às crianças. Afirmou ainda que, ao desarmar os cidadãos, o governo terá a obrigação de elaborar políticas de segurança que garantam a proteção da população, além de investir em políticas sociais para diminuir a exclusão social, uma das causas que levam a atos de violência.

Suely disse que a campanha do desarmamento apresenta índices significativos, como a diminuição do índice de violência para 8,2% nas cidades onde mais se recolheu armas, contra apenas 2% onde o recolhimento de armas se deu de forma tímida. A parlamentar afirmou que votará pelo "sim" em respeito às mães que choram pela perda de filhos vitimados pela criminalidade ou pelo seu envolvimento com esta. "A proibição da comercialização de armas não vai diminuir a ação dos bandidos", frisou. "Esse referendo está sendo feito pelo governo Lula e será ele quem deverá investir na melhor qualificação das polícias para garantir a segurança e a integridade física dos cidadãos", completou.

A deputada entende que a sociedade teve a oportunidade de discutir a questão da segurança e que hoje os governos em todos dos níveis administrativos têm uma radiografia mais clara sobre o assunto. Por outro lado, Suely Campos afirmou que o governo está gastando R$ 250 milhões para a viabilizar a realização do referendo, quando esse dinheiro poderia ter sido aplicado na capacitação e melhoria dos equipamentos dos órgãos de segurança. Registrou ainda que parte desses recursos poderia ter sido utilizada para consultar a população sobre a legalização do abordo, por exemplo.

Na avaliação de Suely Campos, o desarmamento da população se deu de forma muito rápida, sem que fosse planejada nenhuma ação prévia para a proteção da sociedade contra os criminosos. Ela disse que diante da omissão do Estado, que tem a obrigação de proteger os cidadãos, a própria sociedade terá que se articular para se auto defender. Citou como exemplo o caso do Jardim Ângela (SP) aonde o índice de homicídios chegava ao espantoso número de 60 por mês. "Um padre da comunidade convocou membros de igrejas evangélicas, donas de casa e educadores para esboçar ações de combate à violência. Há 66 dias não é registrado nenhum homicídio naquele município", observou a deputada.

Suely frisou que isso demonstra que o Estado está impotente para proteger o cidadão e que a própria sociedade terá que agir. Ainda citando o caso do Jardim Ângela, a deputada disse que acabou se constatando que a maioria dos jovens daquela comunidade era composta por desempregados. "Por isso, o Governo Federal tem que intensificar o Programa Primeiro emprego para ocupar os nossos jovens e evitar que eles se envolvam em situação de risco com a criminalidade. Outras políticas de inclusão social também são imprescindíveis, pois um pai desempregado é capaz de tudo para alimentar seus filhos", finalizou.

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