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SEM QUALQUER AVISO PRÉVIO - Márcio Accioly

Por que a oposição tem evitado convocar o ministro da Fazenda, Antônio Pallocci, bem como seu irmão, Adhemar Pallocci, que também se encontra envolvido em desvios e mutretas das mais cabeludas?


Na Assembléia Legislativa de Rondônia, a Polícia Federal tem dado plantão quase que permanente desde que explodiu o escândalo denunciado pelo governador do estado, Ivo Cassol, ele próprio expulso do PSDB devido a práticas, digamos, pouco convencionais. Parentes de parlamentares estão presos, mas a vergonha é item caro e escasso.

O Legislativo rondoniense está no mato sem cachorro: flagrado em falcatruas das mais infames, não tem como punir o total de integrantes da Casa, pois seria levar corda para a casa de enforcado. Dessa forma, prepara relatório sem credibilidade, em que busca afastar tão-somente meia dúzia, tapando o Sol com peneira sem tela.

A proclamada democracia tupiniquim acabou-se (juntamente com o sistema capitalista que ainda não encontrou substituto), mas corre o risco de causar grave estrago na queda, se não for encontrada solução indispensável para a bandalheira criada nos crimes praticados pelos poderosos de plantão.

No meio de toda a celeuma, lá vem o referendo do dia 23, cuja única finalidade é a de deixar o cidadão à sanha dos criminosos. Como se já não bastassem os desmandos na área político-administrativa, o contribuinte, caso iludido em sua boa fé, irá ficar inteiramente nas mãos do Estado (na questão segurança) e todos sabem o que isso significa.

Ora, direis, se os maiores ladrões parecem estar infiltrados justamente entre aqueles chamados representantes da população, que pregam uma coisa e fazem outra, à margem da lei e de qualquer punição, a quem, então, apelar?

Os exemplos que vêm de cima são os piores possíveis. O presidente da República, que começou a se sentir novamente fortalecido, prestou publicamente solidariedade aos parlamentares do PT envolvidos em atos de bandidagem, ao declarar que "não são corruptos, apenas erraram e merecem nova chance".

Fez tal declaração, depois de o seu ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos ter afirmado que quem praticou crime de caixa dois é bandido, marginal que não merece respeito. E, finalmente, de onde veio tanto dinheiro para abastecer o chamado caixa dois?

Por que a oposição tem evitado convocar o ministro da Fazenda, Antônio Pallocci, bem como seu irmão, Adhemar Pallocci, que também se encontra envolvido em desvios e mutretas das mais cabeludas?

Sem contar que o filho do presidente recebeu aporte da Telemar, no valor de cinco milhões de reais, montando empresa milionária para fazer negócios com o Estado. O presidente deve e tem de ser afastado. Prevaricou e é desonesto.

A maioria dos parlamentares não tem como aprofundar as investigações, porque também é composta de corruptos que acabaram de ser comprados com dinheiro destinado a emendas, na votação que escolheu Aldo Rebelo (PC do B-SP) presidente da Câmara dos Deputados.

Agora mesmo, segundo denúncia da revista Veja, um irmão de Dom Luiz Inácio (PT-SP), conhecido como Vavá, tem escritório montado e se movimenta na sombra, entre gabinetes, praticando tráfico de influência e enriquecendo à custa do contribuinte.

Diante de tanto desmando, só um louco não percebe que vamos em carreira desabalada para mergulhar no caos. A conflito de proporções inimagináveis, pois ninguém consegue mais entender as razões da Justiça ser tão severa com os ladrões de galinha e branda para quem assalta os cofres públicos. Corremos por cima do fio da navalha.

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